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Congresso discute ESG para cerca de mil líderes corporativos

O evento reuniu pautas que envolviam as melhores práticas para a perenidade dos negócios

Publicado quinta-feira, 19 de outubro de 2023 às 15:40 h | Atualizado em 19/10/2023, 16:28 | Autor: Carla Melo
24ª Congresso do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), no segundo dia de evento dia
24ª Congresso do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), no segundo dia de evento dia -

Melhores práticas para conectar stakeholder, maneiras de aplicar o código de governança e outras vertentes ESG na corporação, avanço da tecnologia exponencial, mercado de carbono e impacto de inteligência artificial foram algumas temáticas que marcaram o 24ª Congresso do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), nos dias 17 e 18 de outubro, em São Paulo.

O evento reuniu cerca de mil pessoas entre líderes empresariais, especialistas, consultores e conselheiros de diversas empresas e grandes corporações brasileiras como Piccadilly, Zillor, B3, Vox Ventures, Dengo Chocolate, ADCOS, KMPG, Évora, Microsoft e entre outros.

O advogado e escritor baiano Augusto Cruz, sócio da AC Governança e Sustentabilidade/ESG, foi um dos participantes do evento, e como especialista na área, abordou sobre a necessidade das corporações atenderem às novas transformações e estratégias de perenidade corporativa.

“Uma empresa que paute sua atuação apenas em satisfazer os interesses de seus acionistas se mostra totalmente desconectada com o mundo corporativo atual, que exige um olhar atento aos impactos que o negócio causa nas pessoas e no meio ambiente.A longevidade de uma empresa está absolutamente atrelada ao valor que gera para acionistas e stakeholders e o valor não apenas nos aspectos tangíveis, mas também em questões intangíveis”, aponta o especialista, que também é consultor da Prefeitura de Salvador, Sebrae e outras entidades ligadas à ESG.

Augusto Cruz, advogado e escritor baiano, sócio da AC Governança e Sustentabilidade/ESG
Augusto Cruz, advogado e escritor baiano, sócio da AC Governança e Sustentabilidade/ESG |  Foto: Patricia Abreu

Neste ano, o tema do congresso foi ‘Governança em rede: Conectando stakeholders’, e trouxe soluções e ideias de aplicar a hiperconexão e relacionamento com os outros agentes em torno da empresa, que vão além dos acionistas e investidores, como estratégia para a longevidade de uma empresa. Além disso, o evento trouxe discussões a respeito da litigância climática e a responsabilidade dos administradores, flexibilização das leis estatais e nas regras da bolsa de valores, e inteligência artificial e muito mais.

Para o criador da teoria de stakeholders R. Edward Freeman, que também estava entre os palestrantes do congresso, a conexão, o relacionamento e a aproximação com outros agentes da empresa é a nova tendência corporativa, e todos devem estar atentos a isso.

“Os negócios estão mudando drasticamente, no mundo todo. E essas mudanças estão sendo vistas por empresas de verdade. Tudo se trata de dinheiro, do lucro, prioritariamente os acionistas e investidores por mercados não reguladores. As empresas tentam maximizar o lucro em curto prazo. Passamos por tempestades nos últimos 15 anos, como a crise global e a reestruturação dessa crise", disse o filósofo.

R. Edward Freeman, criador da teoria de stakeholders
R. Edward Freeman, criador da teoria de stakeholders |  Foto: Hara Fotógrafo/Divulgação IBGC

É o que complementa também Augusto Cruz, que além de trazer as estratégias de governança como geração de valor, também aponta a diversidade e inclusão como métodos de durabilidade e sucesso de uma empresa.

“Sem dúvida que não apenas é possível como necessário, afinal, as organizações que querem gerar valor no longo prazo precisam refletir a sociedade em que está inserida. Inclusão e diversidade, portanto, têm que se integrar à estratégia do negócio, porém, é preciso que a empresa tenha em sua essência a vontade de ser diversa e inclusiva e isso precisa nascer no âmbito da alta direção para que seja legítimo, traduzindo assim exemplaridade e coerência do discurso da corporação”, aponta o advogado.

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