SÃO PAULO
Congresso discute ESG para cerca de mil líderes corporativos
O evento reuniu pautas que envolviam as melhores práticas para a perenidade dos negócios
Por Carla Melo
Melhores práticas para conectar stakeholder, maneiras de aplicar o código de governança e outras vertentes ESG na corporação, avanço da tecnologia exponencial, mercado de carbono e impacto de inteligência artificial foram algumas temáticas que marcaram o 24ª Congresso do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), nos dias 17 e 18 de outubro, em São Paulo.
O evento reuniu cerca de mil pessoas entre líderes empresariais, especialistas, consultores e conselheiros de diversas empresas e grandes corporações brasileiras como Piccadilly, Zillor, B3, Vox Ventures, Dengo Chocolate, ADCOS, KMPG, Évora, Microsoft e entre outros.
O advogado e escritor baiano Augusto Cruz, sócio da AC Governança e Sustentabilidade/ESG, foi um dos participantes do evento, e como especialista na área, abordou sobre a necessidade das corporações atenderem às novas transformações e estratégias de perenidade corporativa.
“Uma empresa que paute sua atuação apenas em satisfazer os interesses de seus acionistas se mostra totalmente desconectada com o mundo corporativo atual, que exige um olhar atento aos impactos que o negócio causa nas pessoas e no meio ambiente.A longevidade de uma empresa está absolutamente atrelada ao valor que gera para acionistas e stakeholders e o valor não apenas nos aspectos tangíveis, mas também em questões intangíveis”, aponta o especialista, que também é consultor da Prefeitura de Salvador, Sebrae e outras entidades ligadas à ESG.
Neste ano, o tema do congresso foi ‘Governança em rede: Conectando stakeholders’, e trouxe soluções e ideias de aplicar a hiperconexão e relacionamento com os outros agentes em torno da empresa, que vão além dos acionistas e investidores, como estratégia para a longevidade de uma empresa. Além disso, o evento trouxe discussões a respeito da litigância climática e a responsabilidade dos administradores, flexibilização das leis estatais e nas regras da bolsa de valores, e inteligência artificial e muito mais.
Para o criador da teoria de stakeholders R. Edward Freeman, que também estava entre os palestrantes do congresso, a conexão, o relacionamento e a aproximação com outros agentes da empresa é a nova tendência corporativa, e todos devem estar atentos a isso.
“Os negócios estão mudando drasticamente, no mundo todo. E essas mudanças estão sendo vistas por empresas de verdade. Tudo se trata de dinheiro, do lucro, prioritariamente os acionistas e investidores por mercados não reguladores. As empresas tentam maximizar o lucro em curto prazo. Passamos por tempestades nos últimos 15 anos, como a crise global e a reestruturação dessa crise", disse o filósofo.
É o que complementa também Augusto Cruz, que além de trazer as estratégias de governança como geração de valor, também aponta a diversidade e inclusão como métodos de durabilidade e sucesso de uma empresa.
“Sem dúvida que não apenas é possível como necessário, afinal, as organizações que querem gerar valor no longo prazo precisam refletir a sociedade em que está inserida. Inclusão e diversidade, portanto, têm que se integrar à estratégia do negócio, porém, é preciso que a empresa tenha em sua essência a vontade de ser diversa e inclusiva e isso precisa nascer no âmbito da alta direção para que seja legítimo, traduzindo assim exemplaridade e coerência do discurso da corporação”, aponta o advogado.
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