ECONOMIA
Consumo individual vai ditar o ritmo da Bolsa de Tóquio em 2007
Por EFE
A chegada dos lucros corporativos ao consumidor individual e uma nova alta das taxas de juros são os fatores decisivos para as negociações na Bolsa de Tóquio no primeiro semestre de 2007.
O Nikkei fechou 2006 com uma alta anual de 7%, a quarta seguida.
Mas o número decepcionou os analistas, na comparação com a alta recorde do Dow Jones nos Estados Unidos.
O Japão vive o período de expansão econômica mais longo desde o pós-guerra. Muitas empresas cotadas na Bolsa de Tóquio registraram lucros operacionais recorde. Mas os consumidores continuam evitando gastos.
Alguns analistas descrevem a atual circunstância da economia japonesa como "uma alta que não parece crescimento" e destacaram as perspectivas de muitas empresas locais de continuar investindo capital sem aumentar salários.
Segundo uma consulta recente do jornal econômico "Nikkei", os pagamentos extraordinários a empregados japoneses, um fator que repercute imediatamente no consumo, não é uma prioridade das empresas.
As empresas japonesas se encontram assim na incomum circunstância de aumentar as exportações de eletrodomésticos e automóveis enquanto os próprios japoneses não consomem. Os analistas alertam para o forte risco de um desaquecimento na economia americana, maior compradora dos produtos asiáticos.
Além dos baixos salários e da expansão econômica, contribuíram para aumentar os lucros das empresas japonesas as baixas taxas de juros. O Banco do Japão (BOJ, central) continua adiando indefinidamente a segunda alta. Em julho, após seis anos de juros quase nulos, a taxa subiu para 0,25%.
A primeira reunião de política monetária do ano será nos dias 17 e 18 de janeiro. Muitos analistas prevêem o anúncio de um segundo aumento dos juros. A conseqüência mais visível seria o fortalecimento da divisa japonesa, reduzindo o lucro dos exportadores.
Na Bolsa de Valores, o enfraquecimento do dólar reduz a margem das exportações e contribui para deprimir o consumo.
O novo primeiro-ministro, Shinzo Abe, deve continuar as reformas de seu antecessor, Junichiro Koizumi. Os analistas acrescentam que a tônica geral é de otimismo. Eles lembram que em 2007 se espera uma onda de aposentados milionários na busca de instrumentos financeiros para investir.
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