ECONOMIA
"Guerra" do ar-condicionado afeta relações e produtividade
Por Paula Janay

A guerra do ar-condicionado está declarada em muitos escritórios e empresas. Além de brincadeiras e provocações entre colegas, as diferenças de temperatura podem afetar os relacionamentos e até a produtividade no trabalho.
De um lado está a facção daqueles que sempre estão com calor. De outro, o grupo que sempre está com muito frio. Para resolver este conflito, especialistas indicam muito diálogo e respeito à coletividade para tentar fazer o ambiente confortável para todos. Casos mais graves que afetem a saúde ou o trabalho dos funcionários devem ser comunicados aos cargos de chefia para que as devidas providências técnicas sejam tomadas pelas empresas.
Para o gerente de gestão de pessoas João Pedro Cruz, resolver uma disputa deste tipo exige muito bom senso. "O ar proporciona uma condição de trabalho melhor para todos, deixa a gente mais confortável, além de representar uma questão de segurança porque dá a possibilidade de manter o ambiente fechado. É mais fácil levar um casaco do que expor todos a uma temperatura mais alta. É preciso diálogo e a visão de que é preciso atender à necessidade do grupo e não de um indivíduo", afirma Cruz.
Em casos mais graves, em que o ar-condicionado prejudique a produtividade, o especialista em recursos humanos indica a conversa com os gestores. "Se o ambiente é favorável, contribui para a produtividade. Se o ambiente é muito quente ou muito frio, interfere na produção, ainda mais se for uma produção que demanda muita atenção. O líder tem que estar atento às condições de trabalho".
Eugênia Ávila, conselheira da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), afirma que em todas as situações de conflito em ambientes de trabalho o ideal é chegar a um consenso entre os próprios colegas, sempre observando o que é melhor para o grupo. Caso o ambiente não seja amigável, é necessária a interferência de algum gestor.
"Quando se torna uma situação tão forte que causa um mal-estar no ambiente de trabalho, a presença de um mediador favorece. Pode ser alguém da sala que geralmente tenha essa postura conciliadora, ou o líder que tenha habilidades de lidar com situações de conflito. Esse mediador tem que facilitar o diálogo e possibilitar um desfecho conciliador", diz.
Estudo técnico
Engenheiro eletricista e franqueado da empresa Doctor Frio em Salvador, Tássio Oliveira Bonin explica que a guerra do ar-condicionado pode ser evitada com a correta instalação de aparelhos nos ambientes. Segundo o especialista, a concentração de um espaço mais frio ou mais quente do que outro é causado pelo mau dimensionamento dos aparelhos. A correta escolha do tipo de máquina e a observação do projeto arquitetônico do espaço garantem mais conforto para todas as pessoas.
"É muito comum porque o pessoal não tem a prática de chamar uma empresa especializada para avaliar o local. Eles decidem onde instalar o ar-condicionado sem o estudo técnico sobre o local e o modelo do aparelho", diz Bonin.
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