19/01/2023 - 18:42 h | Atualizada em 19/01/2023 - 20:01
Dívidas atrasadas com cartão de crédito foram citadas por 25% dos entrevistados | Foto: Divulgação -
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A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) anual mostra que o perfil da pessoa endividada no Brasil é de uma mulher, com menos de 35 anos e ensino médio incompleto, moradora das regiões Sul ou Sudeste, cuja família recebe até dez salários mínimos. A pesquisa foi divulgada hoje, 19, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O sorteio foi realizado no Espaço Caixa Loterias, no novo Espaço da Sorte, na Avenida Paulista, em São Paulo| Foto: SOPA Images | LightRocket via Getty Images
Na série histórica, iniciada em 2011, o ano bateu recorde: 77,9% das famílias estavam endividadas em 2022, uma alta de 7 pontos percentuais em relação a 2021 e de 14,3 se comparado com 2019, antes da pandemia de covid-19. O índice mais baixo foi registrado em 2018, quando 60,3% das famílias estavam com dívidas.
A expectativa se deve à queda no endividamento das famílias| Foto: Daniel Isaia | Agência Brasil
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, destacou que a pandemia reverteu a tendência de queda no endividamento que era registrada até 2019, especialmente entre os mais pobres. Segundo ele, os “efeitos perversos” da pandemia, com o fechamento de negócios e o aumento do número de desempregados, e no pós-pandemia, o avanço da inflação, fez com que as famílias com rendas mais baixas precisassem recorrer ao crédito para manutenção do consumo de primeira necessidade.
Pesquisa aponta queda no endividamento entre os mais ricos | Foto: Marcello Casal Jr | Agência Brasil| Foto: Marcello Casal Jr | Agência Brasil
“Enquanto entre as famílias de maior renda foi a retomada do consumo reprimido que levou a maior contratação de dívidas. Esses fatores geraram o aumento no número de endividados em 2022 no país”, afirmou Tadros.
É a primeira alta no endividamento em dois meses| Foto: Marcello Casal Jr. | Agência Brasil
Recorde de superendividamento: A Peic anual indicou que, do total de endividados, 17,6% se consideraram muito endividados, a maior proporção da série histórica. A cada dez famílias com renda mais baixa, duas comprometeram mais da metade da renda mensal para o pagamento das dívidas. Já entre aqueles com maiores salários, o índice cai pela metade, o que sugere que o superendividamento está concentrado entre os mais pobres.
O maior número de inadimplentes têm entre 25 e 29 anos| Foto: Divulgação
“Em média, durante 2022, o brasileiro gastou, a cada R$ 1 mil, R$ 302 em dívidas. No total, 70% das famílias comprometeram pelo menos 10% da renda com essa finalidade. Mais de 1/5 dos endividados tiveram de gastar, no mínimo, metade do salário para pagar dívidas”, diz a CNC.
Inadimplência atingiu maior patamar dos últimos setes anos ao passar de 28,7% (junho) para 30,2% (julho) | Foto: Marcello Casal Jr | Agência Brasil| Foto: Marcello Casal Jr | Agência Brasil