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ECONOMIA

Preço de carro cai ao sair da loja

Por JORNAL A TARDE

30/01/2006 - 0:00 h

A perda de um automóvel zero chega a 20% logo após a compra, cai para 15% no 2º ano e para 10% nos subsequentes



Danniela Silva




Nos últimos anos, o carro do consultor em qualidade e meio ambiente João Almeida só cheira a novo. Vinte e quatro meses são o máximo de tempo que permanece com o mesmo veículo. E ainda não é o ideal para João. Ele queria mesmo era trocar de carro todos os anos.



A frequência atual já o aproxima da meta. “Passei a atualizar o carro de dois em dois anos quando observei que não tenho custo adicional com manutenção neste período”, conta o consultor que roda, em média, 80 quilômetros por dia. O sonho de substituir o veículo todos os anos não é só de João.



Quem não gostaria de retirar os plásticos dos bancos a cada 365 dias? Economicamente, porém, ter sempre o carro do ano não compensa. Este deleite só para quem nem precisa saber quanto custa a aquisição. João sabe disso. “Comprar um zero quilômetro todo ano seria só por questão de vaidade”, admite.



A inviabilidade da troca anual é explicada pelo índice anual de depreciação dos veículos. Assim que ultrapassa os portões de saída da concessionária, o veículo já está custando cerca de 20% a menos. Bastam, portanto, cinco anos de trocas sucessivas de um automóvel zero por outro igual para o proprietário perder o equivalente a quase 100% do valor investido inicialmente.



Na mesma proporção, o apego ao veículo também é sinônimo de prejuízo. Na verdade, neste caso, contará um fator a mais: a sorte. Quem permanece muito tempo com um mesmo automóvel, além de sofrer com a depreciação do preço de compra, correrá o risco de ter que desembolsar com a manutenção.



O valor, neste caso, é completamente imprevisível. Dependerá do problema apresentado. Pode ser uma simples substituição de bateria à troca da caixa de marcha. Em alguns modelos, só essa peça significaria um prejuízo da ordem de R$ 4 mil.



No segundo ano de uso do veículo, a taxa de depreciação é calculada em 15%. A partir do terceiro ano passa a ser, em média, de 10%. Daí em diante tende a se estabilizar em um pouco abaixo desse percentual, dizem os especialistas do setor.



O índice, na verdade, é relativo. A partir do segundo ano, passará a valer muito o estado de conservação do veículo: desde a quilometragem rodada ao estado da pintura, chaparia, entre outros aspectos. Estima-se como razoável rodar entre 10 mil e 12 mil quilômetros por ano.



HORA CERTA - O momento de se desfazer do carro, portanto, deverá ser calculado a partir de três fatores: depreciação, custo anual de manutenção e a quilometragem marcada por ano. Quando as despesas com a manutenção ameaçarem ultrapassar o percentual da desvalorização do período, terá chegado a hora da troca. E isso ocorre, normalmente, em dois anos de uso do veículo.



“Antes, o planejamento dos clientes era para permanecer três anos com o zero-quilômetro. Agora, o que mais vemos é a troca em dois anos. O consumidor está mais ciente da depreciação”, garante a gerente de veículos novos da Fiat, Silvana Mendonça.



O que não pode acontecer é o consumidor pensar em troca de veículo como forma de investimento, alerta o presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Érico Ferreira. “Do ponto de vista do negócio, o consumidor perderá dinheiro sempre. A contrapartida será o conforto e o prazer por estar adquirindo outro veículo”, observa.



EXEMPLOS



  • Fiat Uno Mille 1.0 flex 2 portas R$ 19.651 perda de 20% (R$ 3.930) = R$ 15.721
  • Volkswagen Bora 2.0 R$ 63.695 perda de 20% (R$ 12.739) = R$ 50.956
  • Jeep Cherokee sport 3.7 R$ 135.382 perda de 20% (R$ 27.076) = R$ 108.306 Fonte: Os valores de referência dos veículos foram levantados no site da FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) VANTAGENS E DESVANTAGENS
  • ZERO-QUILÔMETRO - Não é só pelo cheirinho de novo que o carro zero-quilômetro é tão desejado. O status pessoal, normalmente, tem peso grande, mas muita gente considera mesmo o item segurança. Quem recebe as chaves de um veículo novo leva para casa também a garantia de fábrica. Por um ano, qualquer problema que porventura o automóvel venha a apresentar, o consumidor tem o amparo do fabricante. O custo da manutenção nos primeiros 365 dias, portanto, fica restrito a pequenos procedimentos, como troca de óleo, válvula ou coisa do gênero. Nada que poucos reais não resolvam. Algumas fábricas ainda oferecem a opção para o consumidor estender a garantia por mais um ano. “O ideal é que o consumidor troque de carro após vencer o prazo da garantia renovada”, recomenda o gerente da Cresauto, José Roberto La Greca. As taxas de financiamento são atrativos a mais dos automóveis novos. As taxas promocionais de fábrica começam a partir de 0,29% ao mês, enquanto para o semi-novo a menor taxa é 1,89% ao mês, aponta a gerente de veículos novos da Fiat, Silvana Mendonça. Para convencer de vez o consumidor, as fábricas ainda oferecem incentivos em acessórios, como o pagamento da primeira cota do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) ou do seguro obrigatório, tapetes e até DVD, a depender do modelo adquirido.
  • IMPORTADO - Quanto maior o valor do veículo mais alto o índice de desvalorização no primeiro momento. É assim com os carros importados e os de luxo. A depreciação costuma ser maior e em menor tempo. A explicação vem do custo oneroso da manutenção. Como a aquisição desses modelos está atrelada, na maior parte das vezes, ao status pessoal, a preferência é sempre por uma unidade que nunca rodou. Os esportivos também seguem essa tendência. Quando são usados, tendem a ser menos cotados.
  • SEMI-NOVO - Com o passar do tempo, desgastes e folgas de peças são inevitáveis. O custo de manutenção aumenta, porém a perda de valor do bem é reduzida, tendendo à estabilidade. Em decorrência dessa desvalorização mais equilibrada é que os especialistas garantem que vale a pena usar o carro por uma média de dois anos. O semi-novo também traz a vantagem de pagar um valor menor pelo Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), que acompanha o preço do veículo. Embora em escala reduzida, o custo do seguro também decresce. Não valendo a pena trocar um zero-quilômetro por outro zero-quilômetro, seria mais jogo sair de um semi-novo para outro semi-novo? Os especialistas dizem que não. Como já são veículos rodados, há o risco de levar para casa um carro com problemas. Nunca se sabe o grau de zelo do ex-proprietário com a manutenção do automóvel. E como os usados não têm garantia de fábrica, o custo com os reparos será arcado pelo comprador. Sair do semi-novo para outro usado, portanto, é tão arriscado quanto saltar de um zero-quilômetro para outro, afirmam os especialistas.
  • ACESSÓRIOS - Quem muito investe em opcionais também perde dinheiro na hora de passar o veículo à frente. Ninguém gosta de pagar pelos acessórios em um carro com apenas um ano de uso. Não adianta tentar convencer o comprador de que o ar-condicionado e o banco de couro são itens que valorizam o automóvel. “O que pesa na avaliação do veículo é o estado de conservação”, enfatiza Silvana Mendonça. Assim, mudar de carro a cada ano pode acarretar em um prejuízo ainda mais inflacionado caso tenham sido agregados opcionais. “O consumidor compara o preço do novo com o preço do usado. Se for muito próximo, ele irá preferir ser o primeiro dono”, reforça Silvana.
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