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ECONOMIA

Setor náutico da Bahia tem expressivo crescimento nos últimos anos

Expansão no estado acompanha o desempenho nacional: só entre 2020 e 2023, o crescimento foi de 25%

Por Mariana Bamberg

12/11/2023 - 5:00 h
Beto é fundador da Proa, empresa que atua com o compartilhamento de embarcações  e promete tornar o mercado náutico  mais acessível
Beto é fundador da Proa, empresa que atua com o compartilhamento de embarcações e promete tornar o mercado náutico mais acessível -

Se existe um mercado que vem navegando em águas cada vez mais promissoras no Brasil é o do setor náutico. O segmento vive um verdadeiro boom, que começou justamente durante a pandemia. Só entre 2020 e 2023, o crescimento foi de 25%, segundo a Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e seus Implementos (Acobar). Logo no início desse crescimento inesperado, compradores de embarcações chegaram a ficar um ano na lista de espera. Agora que o mercado conseguiu se adaptar à nova demanda, a expectativa do setor é surfar nesta onda para expandir a cultura náutica e consequentemente os negócios. E Salvador não deve ficar de fora dessa. Só nos próximos quatro meses será sede de dois grandes eventos do segmento.

Na onda desse boom, a capital baiana vai receber entre 22 e 25 de fevereiro, em pleno verão, o Barco Show Bahia 2024, a terceira edição de uma das maiores feiras do setor no Norte-Nordeste. Mas já nesta semana, entre a próxima terça-feira e o domingo, acontecerá o Salão Náutico Salvador com Grand Pavois, que é um dos maiores eventos da cultura náutica no mundo e só foi realizado fora da França outras duas vezes.

No evento desta semana, os visitantes poderão conhecer as embarcações e equipamentos disponíveis e ainda participar de uma programação de palestras sobre o setor. Serão cerca de 40 expositores, entre eles empresas e estaleiros catarinenses, fluminenses, baianos e até franceses. O organizador do evento, Chico Brandão, conta que a iniciativa, da prefeitura e do Comitê Náutico, vai não só ajudar a fechar negócios, mas também deve fortalecer a capital baiana como um destino náutico e desmistificar essa cultura para os soteropolitanos.

“Temos aqui uma baía muito navegável, com águas de temperatura agradável, vento durante todo o ano para as velas, além de uma paisagem muito bonita. É um destino náutico com muito potencial. Muitas vezes, as pessoas pensam que é algo muito caro, mas vem se tornando mais acessível. Temos modalidades mais econômicas, como as canoas havaianas, a possibilidade de cotas compartilhadas”, afirma.

A Proa Cotas Náuticas (@vocenaproa) é uma dessas empresas que promete tornar a compra e manutenção de embarcações mais acessíveis. Fundada pelo baiano Beto Brandi, ela faz vendas compartilhadas de embarcações para quatro pessoas que não se conhecem. Cada uma paga 25% do valor total e depois contribui mensalmente com uma taxa de manutenção e administração, que vai depender do uso de cada um. É a Proa a responsável por organizar a agenda da embarcação e por lidar com marina, marinheiro, reparos e qualquer outro serviço terceirizado.

“O mercado tem um problema porque os financiamentos são muito difíceis, mas os estaleiros já estão facilitando isso e as cotas surgem para isso também e para tirar o estresse de lidar com marina, com marinheiro. Mas temos também a possibilidade de fazer administração de quem já tem um barco”, explica.

O negócio de Beto surgiu em 2020, durante a pandemia, quando, segundo ele, só aumentaram as buscas por casa de praia, apartamento com varanda e barcos. O empresário, junto com os sócios José Carlos Sampaio e Coda Costa, começou vendendo cotas de uma embarcação própria e em três meses já estava com outras cinco compartilhadas. Agora, já são 80 cotistas distribuídos entre Bahia e Sergipe, e 22 funcionários diretos.

Segundo dados da Acobar, o segmento náutico soma cerca de 120 mil empregos nos país. Somente nas oficinas autorizadas, por exemplo, são 23 mil profissionais. Presidente da associação, Eduardo Colunna lembra ainda que, além desses empregos em estaleiros, oficinas, marinas e lojas de equipamentos, existe ainda, à parte, o setor do turismo náutico, que acaba ajudando a estimular o mercado dos barcos.

“O barco apesar de ter um valor agregado alto ele tem esse efeito Robin Hood, porque movimenta uma série de negócios ao redor. Além disso, o ticket médio do salário do setor é maior do que a maioria das outras áreas, porque é um trabalho artesanal, tem que ser uma mão de obra muito treinada. Esse, inclusive, é um dos desafios do setor”, afirma.

Foi a pandemia, segundo Colunna, que deu uma guinada no mercado náutico. “Entre 2019 e começo de 2020, o período foi muito complicado para o setor. Mas o isolamento social da Covid-19 despertou o interesse das pessoas pela navegação. Esse foi um movimento mundial, mas no Brasil o crescimento foi de 25% entre 2020 e 2023”, explica o presidente da Acobar. De acordo com ele, o maior destino náutico no país ainda é o sudeste, mas a Bahia ”tem um potencial gigantesco”.

Novas marinas

Um dos sócios da Aloha Náutica (@alohanautica), Chico Fragoso destaca um crescimento na Bahia com a reforma e construção de novas marinas. De acordo com ele, só nos últimos meses, foram cinco. A empresa dele e dos sócios Paulo Popó Avena, Cecília Avena e Luciana Vianna é a única distribuidora no Brasil dos catamarãs Excess e dos veleiros da marca Beneteau. As embarcações estarão disponíveis no Salão Náutico de Salvador.

Para Chico, hoje, o grande desafio do mercado é justamente desmistificar a ideia de que a náutica é algo apenas para ricos. “A classe média pode perfeitamente [adquirir uma embarcação]. Lógico que não é um brinquedo, mas hoje você pode comprar uma lancha de 20 ou 23 pés (para cinco pessoas) por R$ 150 mil, o preço de um automóvel. E o limite é o céu, pode ir até R$ 5 milhões”, pontua.

Foi durante esse movimento de aquecimento mundial no setor que a empresa brasileira Intech Boating comprou a Sessa Marine, uma tradicional fabricante italiana de barcos e iates de lazer. Hoje eles têm 300 funcionários em duas sedes com áreas produtivas, uma na Itália e outra em Florianópolis, mas atuam na Bahia e estarão no Salão Náutico, com a representante Regatta Yachts. Serão três embarcações da marca disponíveis no evento.

Diretor da Regatta Yachts, Marcelo Galvão Bueno conta que um volume considerável de embarcações de luxo da Sessa Marine está na Bahia. Para ele, a tendência é que o mercado náutico baiano mantenha seu crescimento nos próximos anos.

“Estamos com uma excelente expectativa para este verão e temos embarcações de luxo a pronta-entrega para o Nordeste e para todo o Brasil. A previsão é fechar 2023 com um percentual de crescimento próximo a 20% comparado a 2022”, revela Bueno.

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