ILHÉUS
Alunos fazem repelente natural barato
Produto à base de cravo-da-índia e alfazema-do-brasil promete ajudar na prevenção das diversas arboviroses
Por Da Redação
Picadas de mosquitos em geral podem transmitir várias doenças perigosas ao ser humano, sendo o Aedes aegypti o vetor mais conhecido, por espalhar dengue, zika e chikungunya. Na Bahia, os casos de dengue cresceram 667% até abril de 2024, em comparação ao mesmo período de 2023, conforme dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab).
Diante do aumento da ocorrência de mosquitos em Ilhéus e região, no sul da Bahia, os estudantes do Centro Estadual de Educação Profissional em Gestão e Tecnologia da Informação Álvaro Melo Vieira (CEEPAMEV), Arthur Pereira, Alana de Melo e Manoel Marcos, sob a orientação de Margarete Correia, desenvolveram um repelente acessível, produzido a partir de cravo-da-índia e alfazema-do-brasil.
A ideia surgiu quando Alana se sentiu incomodada pelas picadas de mosquitos e, então, decidiu produzir um repelente que fosse barato e sustentável.
“Ela convidou Arthur para fazer parte do grupo, que logo se interessou pelo tema. Juntos, iniciaram suas pesquisas e descobriram que o cravo-da-índia e a alfazema-do-brasil possuem propriedades repelentes naturais. Com essa descoberta, resolveram unir os componentes e desenvolveram um repelente de baixo custo”, explica Margarete Correia.
Segundo Arthur, o desenvolvimento do produto envolveu diversas etapas. "Primeiro, fizemos a obtenção do óleo do cravo-da-índia e da alfazema-do-brasil, depois a produção do repelente, seguido do teste de pH, captura dos mosquitos e, por fim, o teste de eficácia do repelente. O cravo-da-índia, que contém ácido eugenol, e a alfazema-do-brasil, rica em citronelol e linalol, foram extraídos utilizando álcool. Ambos os ingredientes foram armazenados separadamente em recipientes com álcool para permitir a extração dos princípios ativos necessários à formulação do repelente”, explica.
Testes promissores
Os testes realizados pelos jovens cientistas indicaram resultados promissores. “Durante os testes de pH, observamos que as três amostras atingiram uma média de 6,3, o que está dentro do padrão aceitável para repelentes, que varia de 5,5 a 7,5. Já nos testes com mosquitos, notamos que eles não se aproximaram, comprovando a eficácia do repelente na prevenção contra esses insetos. Além de ser eficaz, o repelente oferece uma alternativa de baixo custo e sustentável, contribuindo para a preservação do meio ambiente”, afirma Alana.
O projeto, que tem apoio da Secretaria da Educação da Bahia (SEC), através do CEEPAMEV, e coorientação de Nádia Batista, passará por mais avaliações.
“Novos testes serão realizados com o objetivo de aprimorar o produto. Esperamos que o repelente possa proteger as pessoas dos mosquitos, evitando doenças transmitidas por esses vetores, como dengue, zika e chikungunya”, destaca Arthur, que representou a equipe no Expo Milset Brasil, em que foi premiado com credencial para participar da Milset ESI 2025, em Abu Dhabi.
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