EDUCAÇÃO
I Seminário EJA de Lençóis destaca saber popular e ciência
Estudantes apresentaram projetos desenvolvidos em sala de aula ao longo do ano
Por Da Redação
Com o tema “EJA, unindo a sabedoria popular com a ciência: ações que fortalecem a cidadania”, o I Seminário Municipal de Educação de Jovens, Adultos e Idosos de Lençóis (EJAI), na Chapada Diamantina, foi realizado na sexta-feira, 27, no auditório Orlando Senna na Ecoviva.
Atualmente, a modalidade EJA é ofertada em sete escolas no município e tem como principal objetivo unir o conhecimento acadêmico aos saberes populares trazidos pelos próprios alunos.
A secretária de Educação de Lençóis, Sibélia Viana, destacou a alegria em receber os alunos e de participar de um momento importante para comunidade escolar. Segundo ela, "todos ganham com o EJA, tanto os alunos quanto professores que estão em sala de aula em meio a troca de conhecimento popular trazido pelos estudantes".
O Seminário contou também com a participação do palestrante Jodelson Brito do Carmo, educador e coordenador pedagógico que ressaltou a importância da EJA como política pública. “É um projeto que promove a valorização das pessoas e de todo o conhecimento acadêmico aliado à vida prática”, disse.
Abílio Cezar, 77 anos, do Boqueirão, foi alfabetizado pelo EJA depois dos 50 anos. Ele destaca o entusiasmo em saber assinar o próprio nome. “Hoje essa é a maior fortuna que eu tenho”, declara.
Durante o seminário foram apresentados diversos trabalhos realizados pelos estudantes da EJAI, entre eles, a apresentação de um livro de contos dos moradores de Estiva, que foi elaborado pelos alunos da Escola Fernando Sales, e reúne casos contados pelos pais e avós da comunidade.
Para construção do livro, foram realizadas oficinas de leitura e escrita além de outros projetos como o Horta na Escola e o Livro de receitas, construído 100% pelos estudantes.
Do Remanso, alunos da Escola Therezinha Guerra apresentaram entre outros, o projeto da Feira de Conhecimento, que inclui oficinas diversas como a produção dos cestos de cipó, que são conhecidos na localidade como muzuá. Uma prática passada de geração em geração, e muito utilizada no trabalho no campo. Além de projetos de apicultores na comunidade que produz cerca de 2 toneladas de mel por ano.
Os alunos da Escola Horácio de Matos exploraram o conhecimento aliado ao empreendedorismo, onde puderam conhecer e se aprofundar em diversas profissões possíveis através da educação. Já os estudantes da Escola Municipal Octaviano Alves, apresentaram projetos que exploram o uso das ervas medicinais nos contextos rurais e tradicionais.
Segundo Arivan Rufino, supervisor da EJA no município, as histórias de vida dos estudantes mexem muito com os profissionais da educação.
“Nós não podemos ficar alheios a cada estudante que teve seu direito de estudar negado em algum momento da sua vida, por isso reconhecer a importância de acessar o conhecimento acadêmico, faz toda a diferença”, finaliza.
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