EDUCAÇÃO
Mestres de valor: ações estimulam avanços na carreira
Neste ano foram convocados 1.101 professores efetivos
Por Redação
O avanço da Bahia no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) deve-se também ao investimento em valorização do magistério da rede estadual de ensino. Por meio da Secretaria da Educação (SEC), são realizadas ações como progressões funcionais por avanço na carreira, ampliação de pessoal, cursos de formação, além de ações voltadas para a qualidade do ambiente de trabalho e bem estar da categoria, a exemplo do Programa de Atenção à Saúde e Valorização do Professor.
Neste ano foram convocados 1.101 professores efetivos, 560 coordenadores pedagógicos e 16 coordenadores pedagógicos indígenas, profissionais que atuarão em escolas localizadas nos 27 Núcleos Territoriais de Educação (NTEs). A publicação da aprovação da Lei n° 14.688/2024, que reestrutura a carreira de professor indígena do quadro do magistério público do Estado da Bahia é um dos avanços registrados em 2024. A lei atende a uma reivindicação dos professores indígenas, garantindo a equiparação salarial, o direito às gratificações, a progressão de níveis e a reestruturação do subsídio para a remuneração.
Piso salarial
Outro compromisso do Governo do Estado é o pagamento do piso salarial do magistério. Neste ano, foi enviado o projeto de lei com o reajuste de 5,69%, índice percentual acima da inflação e do reajuste do piso nacional da educação, que foi de 3,62%. Além disso, os profissionais tiveram acesso a benefícios como gratificações, licenças, reajustes e Abono Extraordinário do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef).
A superintendente de Recursos Humanos da Educação, Rosário Costa Muricy, acredita que pautas remuneratórias aliadas a práticas de desenvolvimento sócio emocionais, além de contribuir para a formação humana do professor, fortalece o trabalho em sala de aula. “Além da remuneração, a motivação e as questões emocionais são essenciais para resultados positivos em sala. Acredito que um diferencial desse modelo seja promover a reflexão sobre condutas saudáveis, com uma equipe multidisciplinar que realiza oficinas, workshops e palestras sobre prevenção do estresse, convivência, aceitação e diversidade, voltadas para professores, alunos, trabalhadores e comunidades. Além do fortalecimento como seres humanos, como indivíduos eprofissionais, o resultado também é obtido pela redução de afastamentos para tratamento de saúde e por um índice de desempenho escolar cada dia melhor”.
É neste contexto que são desenvolvidas as ações do Programa de Atenção à Saúde e Valorização do Professor. Com o objetivo de levar ações e serviços de prevenção e de promoção da saúde aos professores, uma equipe multidisciplinar - formada por psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e nutricionistas - realiza atendimentos individuais e nas unidades escolares da rede estadual de ensino. Ao longo de 2024 foram realizadas 1.047 oficinas, com 537 escolas atendidas, além de 8.306 acolhimentos individuais.
Paixão por educar gera trajetórias de aprendizados para toda a vida
O educador MATEUS COSTA SANTOS professor de Geografia do Colégio Estadual São Vicente de Paulo, em Bom Jesus da Lapa conta que sempre quis atuar na rede estadual de ensino e desde cedo começou a planejar a carreira. "Comecei pela licenciatira, na Universidade Estadual do Sudoeste Baiano (UESB), em Vitória da Conquista, fiz mestrado, doutorado, fui aprovado no último concurso e leciono há um ano. Gosto muito da sala de aula e o fato de ter estabilidade contou muito para a minha escolha. Em uma cidade do interior, ser professor me traz isso, além da valorização. "Apesar de todos os desafios, sei que fiz uma boa escolha".
Professora da rede estadual há 20 anos, a mestre em matemática e doutoranda em crítica cultural TANIA PINTO DOS SANTOS SOUZA acredita na escola pública e na formação continuada para o exercício da profissão. "Eu amo o que eu faço e acredito na escola pública, principalmente porque eu acredito que a qualidade existe. Este é o local de oportunidades para as pessoas que vivem na linha da subalternidade. E acredito que já nasci professora. Amo o que faço, mas só isso não é o suficiente. Quem trabalha com educação precisa estar em movimento e estudando", diz a professora do Centro Territorial de Educação Profissional (CETEP) do Litoral Norte e Agreste Baiano, em Alagoinhas.
Professora do Estado há 22 anos, a professora ISABEL FABIANA LEÃO SILVEIRA acredita num esforço conjunto para melhoria da educação. “É muito prazeroso trabalhar em sala de aula, ainda mais quando temos a oportunidade de levar o nosso trabalho para a sociedade, através dos incentivos aos projetos que desenvolvemos. Desde 2015, temos um projeto de arborização da cidade, o ‘À Sombra do Ipê”, que é um trabalho conjunto entre escola, estudantes, famílias e comunidade. A educação de qualidade só se dá com essa parceria e incentivos”, pontuou Isabel, que leciona Língua Portuguesa no Colégio São Vicente de Paula, em Bom Jesus da Lapa.
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