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EDUCAÇÃO

Pais buscam equilíbrio entre educação e tecnologia para crianças

Mães, pais e educadores buscam meio termo para incluir o ensino digital sem deixar de lado a socialização

Por Priscila Dórea

26/11/2023 - 5:00 h
Mãe de Thaís e de Luana, a influencer Michelle Oliveira é CEO da comunidade Mamães Baianas
Mãe de Thaís e de Luana, a influencer Michelle Oliveira é CEO da comunidade Mamães Baianas -

Enquanto alguns apontam que a falta de tecnologia diminui o acesso ao conhecimento e outros dizem que o excesso dela fragmenta o aprendizado – a Suécia, por exemplo, que possui um ensino 100% digital desde a década de 1990, passou a reverter seu modelo, pois os jovens parecem “saber menos”–, David Foguel Ekerman, de 9 anos, sabe qual a solução: equilíbrio. “Acho que é bom poder usar a tecnologia, mas ao mesmo tempo pode ser ruim. É bom para dar um suporte, mas, às vezes, as crianças precisam buscar aprender tentando, sem ter a facilidade do computador”, afirma.

David está no 3º ano do Fundamental I do Colégio Miró e sua mãe, a arquiteta Flávia Foguel Ekerman, afirma se impressionar com a relação intuitiva dos mais jovens com a tecnologia, mas concorda com o filho quanto à importância do equilíbrio. “É fundamental valorizar os livros, a escrita, as artes e a música, mas isso não significa negar acesso a computadores e outras ferramentas tecnológicas”, explica. Ela ainda aponta que é muito interessante ver como a escola pode e consegue introduzir a tecnologia sem perder a essência.

Seminários construídos a partir de fontes encontradas online e na biblioteca, novelas em espanhol editadas por alunos que atuaram, produção de telejornais, e até atividades onde alunos mais velhos buscam e analisam vídeos para ensinar aos mais novos, são algumas das atividades realizadas pelo Miró.

“Assim eles aprendem a usar esses recursos nas mais diversas situações de aprendizagem. Esse equilíbrio é essencial, pois o excesso de tecnologia pode os afetar, por exemplo, causando sedentarismo e encolhimento social, além do impacto da falta de crivo de um responsável daquilo que os jovens acessam”, explica a diretora pedagógica do Miró, Cândida Muzzio.

Arquiteta Flávia Foguel e seu filho David Foguel
Arquiteta Flávia Foguel e seu filho David Foguel | Foto: Uendel Galter | Ag. A TARDE

De acordo com o VII Estudo Global Sobre o uso da Tecnologia na Educação (2022) – feito pela Blink Learning e validado pelo Ministério da Educação (MEC) –, 52% dos professores brasileiros acreditam que o uso da tecnologia impacta a motivação dos alunos (principalmente pelos conteúdos interativos), mas a falta de dispositivos ainda é um desafio para 73% dos professores. Nesse ínterim, a mestre, doutora e pedagoga especializada em Educação e Pluralidade Sociocultural, Juliana Moura, acredita que a Bahia e Salvador ainda estão no meio do caminho quando pensamos em linha do tempo tecnológica.

“Estamos investindo nos recursos materiais, aprendendo seu funcionamento, mas ainda precisamos nos apropriar de forma crítica efetivando seu uso e experimentando suas possibilidades ou limitações. Precisamos nos perguntar como professores, quais são as possibilidades e limitações de se utilizar determinada mídia em sala de aula”, explica Juliana, que também é professora do curso de Jogos Digitais da Universidade do Estado da Bahia (Uneb).

Na rede estadual de ensino da Bahia 99% das escolas possuem computadores (96% com acesso a internet), de acordo com o Censo Escolar 2020, mas o professor do UniRuy Wyden, Roney Malaguti, que também atua como engenheiro de inteligência artificial (IA), aponta que é crucial reconhecer que o acesso à informação digital não garante avanço no aprendizado. “É fundamental direcionar esforços para capacitar os professores na rede pública, incentivando práticas que promovam o aprofundamento do conhecimento, o aprendizado estruturado e de qualidade”, explica.

Educação digital

A tecnologia sempre foi vista como aliada e potencializadora de aprendizagem, afirma a pedagoga especialista em gestão pedagógica escolar e empresarial Zeila Soledade, diretora do Colégio Perfil. “Não me refiro ao uso de aparelhos e sim a tecnologia em inovação de metodologias criativas de ensino e aprendizagem, ferramentas ágeis para solucionar problemas. Mas é aí que entra o cuidado maior: educação digital. Cabe à escola saber elaborar programas de educação em cidadania digital durante as aulas”, explica.

Diretor do Colégio Miró e psicólogo especializado em crianças e adolescentes da Clínica Andrade e Furtado, Jorge Tadeu Coelho reitera que pensar sobre o uso devido da tecnologia é dever de todos, escola e família.

“A web é uma grande estrada larga onde você encontra toda a sorte de coisas. Temos a cultura da classe média brasileira, onde toda a família se senta para comer e as crianças participam, bagunçam, pedem coisas e recusam outras. Isso faz parte das relações interpessoais, mas quando damos um tablet a uma criança para sossegá-la, perdemos essa experiência da socialização e vivências”, explica.

Por outro lado, fingir que é possível criar crianças livres totalmente de telas é quase utópico, pontua a mãe da Maya e empreendedora, Joyce Beltrão. Sendo assim, como pais de uma geração que nasceu conectada, é preciso ensinar sobre o uso responsável da tecnologia.

“E começar policiando a nós mesmos, pois não adianta dizer que as crianças não podem quando ficamos grudados no celular. Em casa temos regras de uso para todo mundo: durante a semana não podemos usar celular ou assistir televisão pela manhã antes do trabalho/escola. No resto do dia e nos finais de semana o limite é de 2h de tela de celular”, conta.

A empreendedora Joyce Beltrão e a filha  Maya
A empreendedora Joyce Beltrão e a filha Maya | Foto: Raphael Muller | Ag. A TARDE

Influenciadora digital, e mãe de Thaís e de Luana, Michelle Oliveira, que também é CEO da maior comunidade materna da Bahia, a Mamães Baianas (@mamaesbaianas), explica que às vezes as mães e pais precisam de tempo para respirar e acabam liberando mais do que deveriam, “afinal somos humanos”, mas é preciso ter em mente que o “mais fácil” de hoje pode ser tornar absolutamente difícil amanhã. “Eu mesma preciso diminuir o uso, pois elas me veem muito com o celular na mão”, exemplifica.

Ainda assim, Michelle reconhece a importância fundamental do uso da tecnologia na educação. “As crianças precisam aprender a usar, mas equilíbrio é justamente a chave de tudo. Saber dosar. Entender também que cada ser humano é único e reage de uma maneira diferente ao digital e ao analógico. Aqui em casa, por exemplo, a nossa TV quebrou e demoramos três meses para comprar uma nova, porque logo na primeira semana as meninas por si só perceberam como a semana foi muito melhor sem. Já estamos quase doando a tv de uma vez por todas”, relata entre risos.

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