EMPREGOS & NEGÓCIOS
Contratação inadequada custa entre três e quinze vezes o salário do cargo
Por Gabriela Medrado*
Contratar um funcionário que acaba se provando inadequado para o cargo pode ser bastante custoso para a empresa. Entre gastos com a rescisão do profissional, salários e benefícios, treinamentos, abertura de um novo processo seletivo, retrabalhos e improdutividades, uma contratação malfeita pode custar entre três e 15 vezes o salário do cargo, de acordo com o diretor-executivo da Bazz Consultoria em RH, Celso Bazzola.
Esse valor varia de acordo com o tempo que o profissional inadequado passa na empresa antes de ser desligado, que pode chegar a cerca de um ano. “Muitas vezes a empresa demora a admitir o erro na contratação”, explica Celso.
Além dos gastos financeiros, o prejuízo de um processo seletivo mal executado também pode ser visto na produtividade dos colegas de trabalho e dos funcionários de recursos humanos da empresa. “É preciso todo um gasto de tempo para a busca de novos profissionais, uma nova série de entrevistas, e rescisões e contratações, e o novo funcionário ainda passará por um período de adaptação”, enumera.
Quando o problema é recorrente, a rotatividade da empresa aumenta, o que também pode ser um problema. Um certo nível de rotatividade é importante para qualquer negócio, mas quando é decorrente de uma série de contratações equivocadas, pode impactar na sua credibilidade. “A empresa passa a ser vista no mercado como instável, uma empresa que não mantém os colaboradores. Os funcionários ficam inseguros e não criam um sentimento de pertencimento”, diz Celso.
Perfil do profissional
Um dos principais motivos para as empresas se arrependerem de uma contratação, segundo o gerente de recrutamento e seleção da D Consultoria, Domingos Assis, é o perfil do profissional, que não atende às expectativas dos empregadores.
“É preciso preparar bem o processo seletivo, sabendo exatamente o que a empresa procura e o que espera do profissional. Não existe funcionário perfeito, mas é preciso afunilar a busca o máximo possível”, explica Domingos.
A pressa, muitas vezes, faz com que a seleção seja feita sem tempo suficiente para avaliar candidatos, o que pode resultar na escolha de alguém que não possui as qualificações ideais para o cargo. O tempo reduzido também dificulta a apuração das informações declaradas pelos candidatos.
A gerente financeira da Rede SAT Equipamentos Eletrônicos, Manuela Oliveira, já presenciou a contratação de funcionários que não correspondiam ao que demonstraram nas entrevistas. “Já passamos por pessoas que diziam ter as qualidades do perfil da vaga, mas com o tempo percebemos que não correspondiam”, diz.
Após experiências malsucedidas, a empresa optou por contratar os serviços da empresa de Domingos para realizar os processos seletivos. Isso mudou a relação da Rede SAT com o processo de seleção: “Hoje nos planejamos com mais antecedência e pensamos melhor sobre as necessidades da empresa antes de contratar, já que precisamos passar essas informações para a empresa de consultoria”, conta a profissional.
Domingos lembra também que o período pós-contratação exige cuidados, e a sensação de “contratação errada” pode vir de uma falta de apoio na adaptação do profissional, que vem com costumes de outras culturas organizacionais de locais onde já trabalhou: “Às vezes a empresa tem uma cultura de demissão, mas é preciso que se tenha paciência e se faça um esforço na adaptação do contratado”, recomenda.
*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló
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