Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > EMPREGOS & NEGÓCIOS
Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email

EMPREGOS & NEGÓCIOS

Mais do que lembranças, souvenirs produzem renda

Por Gilson Jorge

25/02/2018 - 7:21 h
Jorge Itaitu, da Cinerama, vende camisetas e objetos com estampas de artistas, filmes e séries de TV.
Jorge Itaitu, da Cinerama, vende camisetas e objetos com estampas de artistas, filmes e séries de TV. -

Por volta de 1800, alguns norte-americanos costumavam levar para casa fragmentos de rochas como lembrança de locais visitados no país que havia acabado de se tornar independente. Graças ao avanço do design e às múltiplas ofertas de viagens, produtos culturais e de entretenimento, hoje é possível colocar na bagagem objetos mais bonitos e diversificados que eternizam a experiência do consumidor com um lugar, produto ou marca.

Seja confeccionando um ímã de geladeira com a imagem icônica de uma cidade (souvenir) ou vendendo camisetas com a logomarca de um filme de sucesso (memorabilia), há milhares de pessoas ganhando dinheiro com a reprodução material de experiências alheias.

Um dos maiores parques aquáticos do país, o Rio Quente Resorts, em Goiás, fatura anualmente R$ 15 milhões com a venda aos seus visitantes de ursinhos de pelúcia, canecas e peças de roupa que estampam a sua marca ou a imagem de animais típicos do cerrado brasileiro. “Temos 15 lojas e cada uma vende cerca de R$ 1 milhão por ano”, diz o gerente de entretenimento do complexo, Fernando Abreu.

Em cidades turísticas, como Salvador, ganhar dinheiro com souvenirs não tem sido fácil, até por causa da concorrência dos produtos industrializados, às vezes “made in China”.

Mas a professora mineira Renata Camargo, autora da tese de doutorado Produção, consumo e significados dos souvenirs turísticos em Tiradentes, acredita que, de uma forma geral, há espaço para os dois tipos de produto. Em uma pequisa qualitativa com 14 turistas, a professora detectou o desejo por um objeto que não apenas retratasse o local visitado, mas também servisse para mostrar aos amigos.

“Uma alternativa para quem quer empreender é usar materiais diferentes dos que são usados industrialmente”, avalia Renata. Na Holanda, por exemplo, miniaturas do tradicional moinho de vento que simboliza os Países Baixos são feitas em porcelana.

“A inovação é fundamental para se conquistar mercado”, afirma o analista técnico do Sebrae Anderson Teixeira. O Sebrae do Paraná, aliás, lançou em 2013 o Sou Curitiba Souvenirs, que promove a inovação entre artesãos, publicitários e designers. Um dos frutos desse trabalho é o Frio de Curitiba para levar, um pacote com três gelinhos que sai por R$ 12 e que foi criado pela empresa curitibana Memorabília. O produto, pensado para durar cinco anos, foi desenvolvido dentro da perspectiva de conservar a experiência que o turista teve. “Uma pesquisa apontou que as coisas mais apreciadas na cidade por visitantes são a organização, a limpeza e o frio. Esse último era o mais fácil de reproduzir”, diz Thiago Almada, dono da Memorabília, que chegou a fazer versões do gelo para as cidades de Canela e Gramado.

Almada começou a trabalhar com futebol. Ex-licenciada do Atlético Paranaense, a Memorabília produziu por algum tempo camisetas com símbolos do Furacão e de um dos maiores craques da história do clube, Sicupira. “O futebol é um artigo ainda pouco explorado por quem produz souvenirs, acredita o coordenador de mercado do Esporte Clube Vitória, Jorge Duarte, que vê especificamente na linha de roupa de praia uma boa oportunidade para quem quer investir. O rubro-negro conta com 200 produtos licenciados.

Produtora de eventos, Néa Martins descobriu por acaso em 2012 que podia ganhar dinheiro saciando, em quem vive em outros estados, a vontade de comer pratos baianos. Ao visitar parentes no Espírito Santo, Néa começou a preparar moquecas ao modo baiano, que é diferente da moqueca capixaba. Com o passar do tempo e o boca a boca, acabou ganhando clientes que extrapolam o círculo familiar. “Já fiz um almoço para 50 pessoas”, diz a dona da Fino Dendê, que atualmente manda acarajés, abarás e moquecas congeladas para Rio, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Publicitário e fotógrafo por formação, Jorge Itaitu adquiriu há cinco anos a Cinerama, uma loja de artigos temáticos que giram em torno de filmes, séries de TV e do rock. Em sua loja é possível encontrar desde ímãs de geladeira até abajures “Nesse momento, o comércio como um todo está em crise. Mas é um segmento promissor”, avalia.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Siga nossas redes

Siga nossas redes

Publicações Relacionadas

A tarde play
Jorge Itaitu, da Cinerama, vende camisetas e objetos com estampas de artistas, filmes e séries de TV.
Play

Programa Acredita busca facilitar empreendedorismo no país

Jorge Itaitu, da Cinerama, vende camisetas e objetos com estampas de artistas, filmes e séries de TV.
Play

Empreendedoras negras revelam novos olhares sobre a beleza feminina

Jorge Itaitu, da Cinerama, vende camisetas e objetos com estampas de artistas, filmes e séries de TV.
Play

Feira reúne pequenos negócios das cadeias produtivas do estado

Jorge Itaitu, da Cinerama, vende camisetas e objetos com estampas de artistas, filmes e séries de TV.
Play

“Teremos um período de incerteza na aplicação das novas regras”, diz juiz

x