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EMPREGOS & NEGÓCIOS

Tabacarias caem no gosto dos baianos e atraem novos empreendedores

Por Regina Bochicchio

15/09/2019 - 16:51 h | Atualizada em 15/09/2019 - 17:51
Gabriel, da Santa Ganja, investiu em headshop e tatoo
Gabriel, da Santa Ganja, investiu em headshop e tatoo -

Na contracorrente da diminuição do consumo de tabaco, um mercado cresce a olhos vistos em Salvador e na Bahia: o das tabacarias contemporâneas, ou headshops, que já bombam em outras praças, como São Paulo e Rio de Janeiro. O segmento das tabacarias agrega 194 microempreendedores Individuais (MEIs) em todo o estado, de acordo com o Sebrae; 11 deles em Salvador. Além disso, na Junta Comercial (Juceb) estão registradas 57 tabacarias, 18 delas na capital.

Boa parte desses empreendimentos se encaixa no modelo das headshops – locais onde se pode comprar, além de isqueiros, cigarros, charutos, fumo para cachimbo e cigarrilhas, também sedas de qualidades diversas, narguilés, dichavadores, vaporizadores, bongs, essências e até objetos decorativos. E mais: a lei permite fumar dentro de uma tabacaria, o que funciona como atrativo para o consumidor.

Em alguns países, as headshops – cuja origem remonta aos anos 60 no auge da psicodelia – são locais onde também se vendem sementes e fumo de cannabis, a popular maconha. Mas aqui no Brasil, em razão da proibição do uso e comercialização da substância, esses empreendimentos focam em todo tipo de acessórios e fumos legais. Tudo aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). São espaços de convivência para fumar um charuto ou narguilé e beber algo.

Pioneiros na capital

Os sócios da headshop pioneira em Salvador, a Isso é um Cachimbo?, o casal Lucas Moura, 38, e Luna Nery, 37, não podem reclamar. Com uma primeira loja aberta em 2016, no Rio Vermelho, o negócio deu tão certo que foi questão de um ano para abrir outra unidade, na Pituba. Meses depois, decidiram criar um sistema de franquias e expandiram para o Imbuí, dentro de um shopping. Mês que vem, outra unidade franqueada abrirá as portas em Vilas do Atlântico (Lauro de Freitas).

“Lucas sempre consumiu tabaco natural e tinha dificuldade de encontrar. Ele viu nisso uma oportunidade”, conta Luna. Hoje, os planos são de expansão: “Somos a primeira franquia de headshop do Nordeste. Em Salvador, não abrimos mais, a ideia é expandir fora”, diz Lucas, que já está de olho em Feira de Santana. O investimento mínimo para uma loja express da Isso é um Cachimbo? é R$ 60 mil; a loja completa, R$ 98 mil.

A ideia, dizem, é assumir o conceito de headshop, como espaço contracultural. Ali ocorrem shows de jazz e degustações guiadas de charuto, por exemplo. O casal também é dono, com outros dois sócios, de uma importadora e distribuidora dos produtos, a Mandacaru. Hoje, fornecem para a própria Isso é um Cachimbo? e mais 420 varejistas, entre bancas de revistas, conveniências e muitas lojas digitais.

O nicho de tabacarias digitais delivery, aliás, é bem forte em Salvador. Basta uma breve pesquisa no Instagram para encontrar lojas como a Tabacow Tabacaria e Headshop, loja virtual que funciona na casa do veterinário André Luiz Viana Borges, 26, na Vila Laura.

Consumidor de tabaco natural, então desempregado, André viu uma lacuna no mercado. Investiu parcos R$ 1 mil na compra de produtos e criação da logomarca, em novembro de 2018. Anunciou na rede social. “Pesquisei fornecedores e achei um no Sul que vende tabaco orgânico. Este é meu diferencial”, conta. Sem carro ou moto, faz delivery de ônibus mesmo. “Está dando certo. Agora, a ideia é comprar um meio de transporte para ampliar as entregas”.

Fórmula pronta?

A analista do Sebrae Bahia Viviane Brasil lembra que, para quem quer entrar no ramo das tabacarias, não existe uma fórmula pronta. “Cada caso deve ser observado com sua particularidade. Porém, para todos os casos, existe um pressuposto: dedicação do empreendedor e busca por informações importantes para o modelo de negócio pretendido”.

Ela lembra que o futuro empreendedor deve observar se possui o perfil para atuar como empresário. “Empreender não é uma atividade fácil e requer dedicação, disposição para arriscar”, diz.

O estudante de administração Gabriel Andrade, 27, sabe bem disso. Dono da Santa Ganja, na Barra, espaço que congrega headshop, estúdio de tatuagem e barbearia, avalia que, para o pequeno empresário do ramo, o caminho é planejar bem e diversificar os negócios para atrair mais público. Assim como os outros, Gabriel percebeu uma demanda reprimida em Salvador para o segmento e abriu a loja no final de 2017. Seu público está na faixa dos 18 a 30 anos.

“Para abrir uma loja física média, o investimento varia de R$ 30 mil a R$ 40 mil. Há muita concorrência hoje. Mas diversificando os serviços é possível”, aconselha ele, que, vez por outra, realiza eventos na loja com DJs, para ofertar experiência diferente para a clientela.

Foco no cliente

Há quem aposte no negócio também com o propósito de educar as pessoas para que a cultura do fumo não seja vista de forma negativa. É o caso do publicitário Adriano Dantas, dono da Dichavou, no bairro de Amaralina, loja que completa um ano mês que vem.

“Há muito preconceito. Mas o fumo é uma cultura milenar. Nesse primeiro ano trabalhei com foco em ‘educar’ o cliente”, diz ele, que iniciou o negócio com R$ 3,5 mil. A loja divide espaço com um estúdio de tatuagem, cujo público “conversa” com seus produtos. Adriano também oferece serviço delivery com taxa de entrega de R$ 7. “Hoje, cerca de 30% do meu faturamento é via delivery”. A ideia é ampliar a loja em 2020.

Um dos segmentos que vê com bons olhos a expansão das headshops é o da indústria de tabaco na Bahia – são nove fábricas de charuto na região do Recôncavo que produzem três milhões de charutos/ano. Somente 2% são consumidos na Bahia. “As fábricas ainda não sentiram essa expansão das tabacarias. Mas o setor espera que esse dado chegue à indústria”, diz Marcos Souza, diretor da Sinditabaco-BA.

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