ESPECIAL INDÚSTRIA
Indústria da construção prevê dobrar de tamanho
Confira o especial deste sábado
Por Núbia Cristina
A estimativa é que o PIB da construção civil cresça entre 2 e 3% no Brasil em 2024. “A Bahia tem se alinhado muito aos índices nacionais, então por isso acreditamos que a indústria da construção no Estado vai crescer de 2 a 3% este ano”, projeta o presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon-BA), Alexandre Landim Fernandes.
No entanto, a soma de fatores positivos faz as lideranças do setor acreditarem que no curto prazo a indústria da construção na Bahia pode dobrar os índices de crescimento. Entre 2010 e 2014, a participação da construção civil no PIB da Bahia era acima de 6% e hoje está no patamar de 3%, segundo dados do IBGE (2023). “O cenário positivo nos motiva a acreditar que vamos chegar nesse patamar novamente, ou quem sabe superar essas taxas de crescimento”, afirma Fernandes.
“As expectativas são muito boas. A construção civil tem vasto repertório de segmentos e talvez o mais promissor deles seja a habitação de interesse social. Foram anunciadas 18 mil unidades do Programa Minha Casa, Minha Vida para o Estado da Bahia, principalmente no interior, para a Faixa 1 do programa, onde a Caixa seleciona a área e o projeto, e contrata a obra para ser executada. Isso traz uma dinâmica muito grande para nossa economia e para as cidades”, explica o presidente do Sinduscon.
Outro fator positivo que deve trazer desenvolvimento para o mercado imobiliário este ano é a queda da taxa de juros. “Quanto menor a taxa de juros, maior é a capacidade de pagamento da prestação, e um maior número de pessoas tem condição financeira para comprar a casa própria”, pontua Fernandes.
O anúncio de novas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no valor de R$ 18,3 bilhões, incluindo R$ 1,7 bilhão para a prevenção de desastres, feito recentemente pelo governo federal, é outro fator que contribui para o cenário positivo da indústria da construção e eleva as perspectivas de crescimento do setor, na Bahia, este ano.
“Na verdade, o novo PAC também traz várias obras estruturantes para o Estado, obras importantes. O setor público tem neste momento uma demanda grande. O próprio governo estadual contratou mais de um bilhão de reais em escolas públicas para o interior, incluindo escolas. Há ainda as obras de infraestrutura, rede elétrica de saneamento etc. As obras públicas contratadas pelo Município de Salvador, as que estão em andamento, como o BRT, e outras obras”, pontua Fernandes. Enfim, governo federal, estadual e municípios estão criando oportunidades para a indústria da construção.
“Por todos os fatores que mencionei é enorme o potencial para dobrar o crescimento do setor. O nosso desafio agora é dobrar nossa participação no PIB baiano, porque nós já fomos muito maiores e podemos voltar a ter tamanha força”, acredita Fernandes. O presidente do Sinduscon-BA destaca que o setor tem três desafios neste período propício ao crescimento.
“O primeiro deles é a preparação para esse novo movimento, o que já estamos fazendo, com capacitação de mão-de-obra e inserção de novas tecnologias”, diz. “O segundo é planejar o próximo passo, pensar na inovação. Pense que hoje existe oferta de casas pré-fabricadas em plataformas de market place. Esse é um novo passo para nossa indústria. A construção civil precisa entrar no projeto da nova indústria brasileira, do programa Brasil Mais Produtivo, precisa estar inserida nesse modelo como o resto do mundo está fazendo”, pondera.
"A gente vai ter mão de obra, material, equipamentos? Estamos projetando tudo isso. Não apenas planejando do ponto de vista quantitativo, mas qualitativo: capacitando, treinando. Nisso a gente tem contado com apoio essencial do Sesi e do Senai e de outras entidades. Estamos fazendo o dever de casa”, conclui. A indústria da construção gera 152.835 empregos formais na Bahia (Caged/janeiro 2024).
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