Brasileiro se torna o primeiro atleta transgênero do tênis de mesa

Depois de participar das Olimpíadas de Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020, um dos maiores nomes do tênis de mesa feminino brasileiro mudou. Caroline Kumahara agora é Luca, primeiro atleta transgênero do tênis de mesa. Primeiro, sim, de acordo com a identidade de gênero assumida pelo atleta que, ainda assim, vai continuar defendendo a seleção feminina.

Com inúmeras medalhas, Luca Kumahara é referência da categoria feminina. Nas redes sociais, o atleta já falava no masculino. O que faltava era comunicar a todas as pessoas próximas, os atletas, a sua confederação. O assunto vinha sendo tratado internamente na entidade.

Para o atleta, o anúncio sequer representa uma mudança "Para mim a palavra transição é até um pouco fora do contexto. No meu caso, eu nunca me entendi como menina, eu nunca me senti uma menina. Então, desde criança, desde as primeiras lembranças que eu tenho, eu sempre me senti um menino", contou Luca, de 27 anos, em entrevista exclusiva ao Globo Esporte.

Luca recebeu apoio de treinadores, atletas e comissão. O técnico da seleção brasileira feminina, Hideo Yamamoto, já mudou o nome na agenda do celular. A também atleta Laura Watanabe, demonstrou todo o acolhimento e a felicidade pelo agora companheiro de seleção.

"Ele contou com um sorriso no rosto. Se ele está feliz, eu também fico feliz por ele. É difícil o processo de adaptação do nome, falei para ele, mas acho que todo mundo consegue se adaptar. Ele contou para equipe, e eu vi que todo mundo ficou feliz. Eu sinto que dá um gás a mais", disse Laura.