ANÁLISE
Em busca do hexa, Brasil pode ter caminho complicado na Copa
Seleção pode enfrentar campeãs mundiais desde a fase oitavas de final
Por Filipe Ribeiro e Pevê Araújo

A trajetória da Seleção Brasileira na fase de grupos já é de conhecimento de todos: Sérvia, Suíça e Camarões. Mas você sabe quem são os craques destas seleções, os pontos fortes e fracos e as possibilidades de cada uma contra o Brasil? O Portal A TARDE te ajuda nisso, além de analisarmos a sequência da Seleção Canarinho, em caso de classificação, no mata-mata da Copa do Mundo do Catar. Confira:
Sérvia
Primeira adversária do Brasil, a Sérvia chega ao Grupo G sendo postulante a uma das vagas nas oitavas de final. Com uma geração de ataque poderoso e jovem, os sérvios estão invictos a seis jogos e chegam à Copa do Mundo com a definição de seleção letal e que marca muitos gols.
Em 2018, na Copa do Mundo da Rússia, a Sérvia também foi adversária da nossa Seleção na fase de grupos. À época, foi o time que mais demonstrou fragilidade defensiva contra Neymar e companhia.
Quatro anos depois, com um poderio ofensivo invejável, o sistema de defesa da Sérvia ainda é o ponto a gerar dúvidas. Nos últimos nove jogos, eles ficaram em apenas três sem sofrer gols, ou seja, em dois terços das partidas, a Sérvia leva, pelo menos, um gol durante os 90 minutos.
Craque: Dušan Tadić
O atacante de 34 anos, que atua no Ajax, da Holanda, é o grande cérebro da Sérvia. Polivalente, o camisa 10 pode atuar também na ponta esquerda e no meio de campo. Com qualidade técnica e criatividade, Tadić é considerado o termômetro desta equipe e une experiência ao lado dos jovens promissores.
Olho também em Dusan Vlahovic, a joia de 22 anos, atacante da Juventus, que mostra seu potencial e frieza à frente do gol. Outro jogador a ser observado de perto é o meia Filip Kostic, que une força, velocidade e boa finalização para surpreender as zagas adversárias em contra-ataques e duelos no mano a mano.
Convocados da Sérvia:
Goleiros: Marko Dmitrovic (Sevilla), Predrag Rajkovic (Mallorca) e Vanja Milinkovic-Savic (Torino).
Defensores: Stefan Mitrovic (Getafe), Nikola Milenkovic (Fiorentina), Strahinja Pavlovic (RB Salzburg), Milos Veljkovic (Werder Bremen), Filip Mladenovic (Legia Varsóvia), Strahinja Erakovic (Estrela Vermelha), Srdan Babic (Almería).
Meio-campistas: Nemanja Gudelj (Sevilla), Segej Milinkovic-Savic (Lazio), Sasa Lukic (Torino), Marko Grujic (Porto), Filip Kostic (Juventus), Uros Racic (Braga), Nemanja Maksimovic (Napoli), Ivan Ilic (Hellas Verona), Andrija Zivkovic (PAOK), Darko Lazovic (Hellas Verona).
Atacantes: Dusan Tadic (Ajax), Aleksandar Mitrovic (Fulham), Dusan Vlahovic (Juventus), Filip Duricic (Sampdoria), Luka Jovic (Fiorentina), Nemanja Radonjic (Torino).
Brasil x Sérvia acontece nesta quinta-feira, 24, às 16h (horário de Brasília), no Lusail Stadium, na 1ª rodada do Grupo G.
Suíça
A Suíça será a segunda seleção que o Brasil enfrentará, e talvez, será o confronto crucial para o destino da classificação ao mata-mata. A Seleção suíça é reconhecida mundialmente por sua consistência e organização defensiva, formando um verdadeiro bloco vermelho na frente do bom goleiro Sommer.
Penetrar a defesa pode parecer uma tarefa complicada para os comandados de Tite, no entanto, há a oportunidade de rodar mais a bola, manter a posse e achar alternativas, já que a Suíça tende a oferecer a redonda a seus adversários mais fortes e apostar nas jogadas de contra-ataque.
Reeditando o confronto do Mundial na Rússia, também na fase de grupos, que acabou em 1 a 1, o Brasil só abriu ao marcador com um poderoso chute de fora da área de Philippe Coutinho. Já a Suíça dificultou o jogo marcando a partir da bola parada, com o cabeceio de Zuber.
O que pode favorecer o Brasil a sair vitorioso em 2022 é o retrospecto ruim da seleção antes de estrear na Copa. A Suíça perdeu cinco dos últimos 9 jogos, além de ter chegado a um jejum de cinco partidas sem vencer, acumulando quatro derrotas e um empate.
Craque: Shaqiri e Xhaka
O ponta direita Shaqiri não vive o melhor dos momentos de sua carreira. Aos 31 anos, e atuando pelo Chicago Fire, dos Estados Unidos, Shaqiri chega ao Mundial ainda com certa expectativa, já que é uma das referências da equipe e peça fundamental no esquema do técnico Murat Yakin. Em 2022, o ponta acumula 52 jogos, 9 gols e 14 assistências.
Granit Xhaka vive um momento de brilho na Premier League, atuando pelo Arsenal. Atualmente, possivelmente seja o grande nome do meio de campo da Suíça. Atuando em boa parte da carreira como volante marcador, Xhaka agora se recicla e se tornou praticamente um meia de criação sob os cuidados de Arteta. O camisa 10 suíço, de 30 anos, chega o Mundial como “o cara”, ao lado do ponta Shaqiri.
De olho ainda no goleiro Sommer, que sempre sólido nas atuações pela seleção suíça, pode atrapalhar as ações ofensivas do ataque brasileiro. Com boa reposição de jogo com os pés, Sommer ainda atende a capacidade de determinar bons momentos de contra-ataque para a Suíça, buscando a ligação direta nas costas da marcação do Brasil.
Convocados da Suíça:
Goleiros: Gregor Kobel (Borussia Dortmund), Philipp Kohn (Red Bull Salzburg), Jonas Omlin (Montpellier), Yann Sommer (Borussia Mönchengladbach)
Defensores: Manuel Akanji (Manchester City), Eray Comert (Valencia), Nico Elvedi (Borussia Mönchengladbach), Ricardo Rodriguez (Torino), Fabian Schar (Newcastle United), Sylvan Widmer (Mainz 05)
Meio-campistas: Michel Aebischer (Bologna), Edimilson Fernandes (Mainz 05), Fabian Frei (Basel), Remo Freuler (Nottingham Forest), Ardon Jashari (Luzern), Noah Okafor (Red Bull Salzburg), Fabian Rieder (Young Boys), Xherdan Shaqiri (Chicago Fire), Djibril Sow (Eintracht Frankfurt), Renato Steffen (Lugano), Granit Xhaka (Arsenal), Denis Zakaria (Chelsea)
Atacantes: Breel Embolo (Monaco), Christian Fassnacht (Young Boys), Haris Seferovic (Galatasaray), Reuben Vargas (Augsburg).
Brasil x Suíça acontece na próxima segunda-feira, 28, às 13h (horário de Brasília), no Estádio 974, pela 2ª rodada do Grupo G.
Camarões
O último adversário do Brasil na fase de grupos será Camarões. A seleção corre por fora em busca de uma classificação, porém não chega a ser uma zebra no Grupo G.
Os camaroneses chegam ao Mundial com um retrospecto ruim em 2022. Nos últimos 10 jogos, Camarões venceu apenas 3, empatou 3 e perdeu 4, acumulando 7 jogos sem vitórias. A seleção se complicou em jogos contra Uzbequistão, Burundi e recentemente no empate com o Panamá, na última sexta-feira, 18.
Possivelmente o adversário mais frágil do Brasil merece respeito por ser um time de força física e velocidade, porém a pobre organização tática escancara os problemas da seleção, e chega a desenhar uma vitória tranquila para a Seleção Brasileira, já na última rodada da fase de grupos.
Craque: Onana
Goleiro titular absoluto, Onana se credencia ao título de craque desta equipe. O arqueiro da Inter de Milão, de 26 anos, encantou o mundo durante sua passagem pelo Ajax, da Holanda. Com explosão, envergadura e reflexos aguçados, Onana é capaz de operar verdadeiros milagres debaixo das traves. Em um dia iluminado, pode ser o nome da partida contra o Brasil, já que a tendência é que ele seja mais explorado nos arremates brasileiros.
Olhos abertos para o atacante Choupo-Moting, que vive fase iluminada com a camisa do Bayern de Munique, da Alemanha. Na temporada, Choupo atuou em 16 partidas e marcou 11 gols, além de dar três assistências. O camaronês soma 69 partidas pela seleção e balançou as redes em 20 oportunidades. A jogada de bola aérea pode favorecer seu jogo, usando seus 1,90m de altura.
Convocação de Camarões:
Goleiros: Onana (Inter de Milão), Epassy (Abha) e Ngapandouetnbu (Olympique de Marselha)
Defensores: Nkoulou (Aris), Ebosse (Udinese), Tolo (Seattle Sounders), Mbaizo (Philadelphia Union), Fai (Al-Tai), Castelletto (Nantes), Wooh (Rennes) e Onguene (Eintracht Frankfurt)
Meio-campistas: Ondoa (Hannover), Gouet (Mechelen), Kunde (Olympiacos), Hongla (Verona), Anguissa (Napoli) e Ntcham (Swansea)
Atacantes: Nkoudou (Besiktas), Aboubakar (Al-Nassr), Mbeumo (Brentford), Nsame (Young Boys), Toko Ekambi (Lyon), Ngamaleu (Dynamo Moscow), Choupo-Moting (Bayern de Munique), Bassogog (Shanghai Shenua) e Marou (Coton Sport).
Caminhos para o hexa
Um dos principais favoritos para avançar na fase de grupos, o Brasil pode ter um caminho complicado desde as oitavas de final. Em um dos possíveis cenários, a Seleção enfrentaria campeões mundiais desde a primeira rodada da fase mata-mata, com possibilidade de complicar o caminho para o hexa e de valorizar ainda mais a conquista de um título tão esperado pelo país, que não acontece desde 2002.
Correspondendo às expectativas e avançando de fase no Grupo G, o Brasil vai aguardar os classificados do Grupo H, que conta com Uruguai, Portugal, Gana e Coreia do Sul. Um dos favoritos para garantir a classificação, o Uruguai possui dois títulos de Copa do Mundo e tem o costume de enfrentar a seleção brasileira em competições sul-americanas, como Eliminatórias e Copa América.
Para que ocorra um confronto entre duas potências da América do Sul logo nas oitavas de final, as duas equipes teriam que confirmar a classificação em posições opostas em seus grupos, como o Brasil em primeiro e o Uruguai em segundo.
Um outro possível confronto na fase oitavas de final é com a seleção de Portugal, que precisou da repescagem europeia para se classificar para a Copa do Mundo, mas possui uma equipe de grandes valores, com atletas importantes no futebol da Inglaterra e podendo contar com Cristiano Ronaldo, jogador cinco vezes eleito como o melhor do mundo pela Fifa.
Longe de qualquer favoritismo, Gana e Coreia do Sul buscam se provar diante de gigantes adversários em busca de uma improvável classificação, podendo enfrentar logo o Brasil nas oitavas de final do Mundial. Os primeiros jogos do Grupo H acontecem nesta quinta-feira, 24, quando o Uruguai encara a Coreia do Sul, às 10h, e Portugal joga contra Gana no horário das 13h.
Quebrando o gelo das quartas de final
Passando pelas oitavas de final, o Brasil poderá ter pela frente uma das equipes da primeira prateleira do futebol da Europa. O cenário após a classificação em primeiro no Grupo G, credencia a Seleção a encarar o vencedor da partida entre o 1º colocado do Grupo E e o 2º do grupo F.
O Grupo E é composto por Costa Rica, Alemanha, Japão e Espanha, enquanto o Grupo F tem Bélgica, Canadá, Croácia e Marrocos. Neste caminho, a seleção brasileira poderá relembrar algumas eliminações recentes em Copas do Mundo, enfrentando Alemanha ou Bélgica e podendo reescrever a história. A Espanha também é uma das favoritas a brigar pela primeira colocação e pode pintar como adversária brasileira nas quartas.
Desde que garantiu o penta, em 2002, o Brasil teve as quartas de final como maior adversária em Copas do Mundo, deixando a competição nesta fase para a França em 2006, Holanda em 2010 e Bélgica em 2018. Em 2014, a Seleção avançou contra a Colômbia e foi goleada pela Alemanha na semifinal.
As equipes dos Grupos F e E estreiam no Mundial nesta quarta-feira, 23. Às 7h, jogam Marrocos e Croácia. Às 10h é a vez da Alemanha estrear na Copa diante do Japão. Espanha e Costa Rica se enfrentam às 13h e a Bélgica fecha o dia de competição contra o Canadá, às 16h.
Semifinal está aberta para surpresas, mas estreias dão indicativos
Nesta fase da competição, o Brasil pode enfrentar o 1º do Grupo A, que tem a Holanda como favorita, o 2º do Grupo B, que pode ser País de Gales, Estados Unidos e até a Inglaterra, o 1º do Grupo C, com Argentina, Polônia ou México e o 2º do Grupo D, que aparece com França e Dinamarca brigando pelas primeiras vagas.
A Holanda teve dificuldades para bater Senegal na estreia, mas marcou dois gols no final e garantiu os primeiros três pontos pelo Grupo A. Já no Grupo B, a Inglaterra não tomou conhecimento do Irã e mostrou que pode fugir do Brasil numa eventual semifinal se classificando em primeiro lugar.
A Argentina foi surpreendida pela Arábia Saudita e perdeu de virada por 2 a 1 no Grupo C, enquanto a atual campeã França goleou a Austrália pelo placar de 4 a 1. Cotada para surpreender na Copa, a Dinamarca ficou no empate em 0 a 0 diante da Tunísia.
Voltando a disputar uma final
Quem quer ser campeão precisa vencer todos os adversários e não pode escolher quem vai enfrentar. É se adequando a isso que a seleção brasileira vai conseguir garantir uma vaga na tão sonhada final da Copa do Mundo de 2022.
Com uma tabela aberta, vários adversários aparecem como possíveis rivais do Brasil numa eventual final de Copa do Mundo. Adversário da Seleção em 1998, a França pode encarar os comandados de Tite na projetada decisão. Inglaterra, Portugal e Argentina também podem ajudar a equipe verde e amarela a protagonizar o capítulo final de mais uma edição da maior competição futebolística de todas.

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