VAI SER QUENTE
França e Inglaterra se enfrentam e colocam três copas em campo
Partida pelas quartas é encontro com densidade histórica entre duas potências ofensivas
Não há registro, evidentemente, de uma partida de futebol profissional com 100 gols. Para isso acontecer, a rede precisaria balançar a cada minuto, contando com a generosidade do juiz nos acréscimos. Mas, fora a hipérbole e o anacronismo, o confronto entre Inglaterra e França pelas quartas de final da Copa do Mundo do Qatar promete muitos gols.
O jogo será neste sábado, às 16h (da Bahia), no estádio Al Bayt. A partida vai decidir o adversário de Marrocos ou Portugal nas semifinais. Trata-se de um duelo entre países com tradição no futebol. Três títulos em disputa. O único dos ingleses foi em 1966, enquanto a França, além de atual campeã, é a seleção mais vitoriosa nos últimos 30 anos, junto com o Brasil, com dois títulos e três participações em finais: 1998, 2006 e 2018.
Ou seja, os franceses, teoricamente, saem na frente no favoritismo. Mais importante, vêm demonstrando força com excelente futebol, ataques fulminantes e defesa segura, a despeito das ausências, por lesões, de jogadores fundamentais, como o atacante Benzema e os meias Pogba e Kanté. O setor ofensivo continua atuando em alto nível com o quarteto Dembélé, Griezzman, Mbappé e Giroud.
Do outro lado, a Inglaterra tem uma nova geração de jogadores ofensivos, a exemplo de Bellingham, Saka e Foden, junto aos mais experientes Kane, Sterling e Rashford. Os Leões foram os principais goleadores da Copa do Qatar até aqui, com 12 gols, ao lado de Portugal.
O ataque da Inglaterra é cirúrgico. Um exemplo: na goleada de 6 a 2 contra o Irã, a equipe chutou apenas sete vezes ao gol. Ainda no que diz respeito ao poder ofensivo, a França não fica muito atrás. Faz parte do segundo escalão das seleções que mais marcaram, com nove gols. Os Bleus já tiveram o gosto amargo de perder no Qatar e a Inglaterra continua invicta na competição.
Longo histórico
Não apenas o histórico político de Inglaterra e França é extenso, da Guerra dos Cem Anos, uma longa contenda bélica entre os dois países nos séculos 14 e 15, até alianças importantes, como no combate ao nazismo no século 20. No futebol, os confrontos são numerosos. Ao todo, foram 31 partidas, com 17 vitórias dos ingleses, cinco empates e nove triunfos dos franceses. Na geopolítica, as relações políticas são próximas e amigáveis, mas dentro de campo as disputas costumam ser acirradas.
Em Copas do Mundo, os Leões venceram, em 1966, por 2 a 0, e 1982, por 3 a 1. Porém, no confronto mais recente, a situação foi diferente. Em amistoso em 2017, os Bleus ganharam por 3 a 2. Dois jogadores que marcaram gol na ocasião estarão hoje em campo: Dembélé, que fez um, e Harry Kane, que anotou os dois da seleção inglesa.
Um dos desafios dos ingleses é não deixar que Mbappé, artilheiro da Copa, encontre espaço. Ele fez cinco gols e tem dado trabalho os adversários. O técnico francês, Didier Deschamps, ressaltou ontem que já espera essa estratégia dos Leões. “Mas Kylian tem a habilidade de fazer a diferença. No último jogo foi decisivo. Kylian é sempre Kylian”, disse.
Já o técnico inglês, Gareth Southgate, falou da confiança na equipe na vitória. “Podemos causar problemas à França. Temos que seguir o caminho que estamos trilhando. Fizemos coisas muito bem, mas teremos que fazer melhor”, afirmou.
As duas equipes não devem ter grandes mudanças para o confronto, mas, como em uma partida xadrez, as peças podem ser movidas para surpreender o oponente. Isso significa que será um jogo estudado. Os dois países têm grandes equipes, um histórico denso e farão uma das grandes partidas da Copa.
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