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COPA DO MUNDO

Itália fascista fatura o bi nos anos 1930

Futebol foi utilizado para desviar a atenção do extermínio de opositores no país

Por Paulo Leandro

11/11/2022 - 5:00 h | Atualizada em 18/11/2022 - 22:13
Em ação nacionalista, Itália entrava em campo com bandeira
Em ação nacionalista, Itália entrava em campo com bandeira -

Reclama-se do Qatar, por conta dos preconceitos de gênero e homofobia, mas a escolha de um país-sede com problemas graves em relação aos direitos humanos já se registrou em outras ocasiões.

Na segunda Copa, em 1934, os camisas-negras de Benito Mussolini, milícias paramilitares fascistas, já assassinavam opositores à luz do dia sem nenhuma delegacia abrir boletim de ocorrência, pois é típico de um Estado fascista banalizar a violência.

Il Duce, como era chamado, deu a ideia ao treinador da Itália, Vitório Pozzo: “Que Deus o proteja se esta seleção fracassar. Que Deus o proteja, senhor Pozzo”.

O líder fascista, cujo cadáver foi dependurado de ponta-cabeça quando o pesadelo acabou, sabia da importância de conquistar a Taça Jules Rimet, para alegrar o povo, enquanto o extermínio seguia, em ações de seu conhecimento.

A Itália terminou mesmo levando o título, com a participação do zagueiro Anfilógino Guarisi, o primeiro brasileiro campeão mundial, aqui conhecido como Filó, jogador do Corinthians e Portuguesa de Desportos.

A mãe de Filó era italiana, e ele tinha dupla cidadania, além dos argentinos Monti e Orsi, autor de um dos gols da conquista da Jules Rimet, na final vencida na prorrogação, por 1 a 0, depois de empate de 1 a 1 com a Tchecoslováquia.

Entrada triunfal

Pozzo foi mantido para a copa seguinte e repetiu a façanha, no ano anterior ao início da Segunda Guerra: bem no clima fascista, os jogadores italianos entravam em campo levando a bandeira, como se vê na foto, antes da final de 34.

Argentina ganhou, mas milico perdeu

“Sem cadáver, não há crime”. A lógica do ditador Jorge Rafael Videla não poderia ser contrariada, daí a tática perfeita dos milicos argentinos, ao sumirem com os corpos dos jovens assassinados covardemente, mesmo depois de detidos e torturados. O centro da repressão ficava a duas quadras do Monumental de Nuñez, onde a seleção de Passarela, Ardilles e Luque conquistou a Copa de 1978, numa vitória de 3 a 1 sobre a Holanda, depois da estranha goleada de 6 a 0 sobre o Peru. Os gritos da apaixonada torcida argentina abafavam outros, de dor e sofrimento dos torturados, ali pertinho. Depois, veio o fim do regime e a condenação dos assassinos, incluindo Videla, punido com prisão perpétua pela morte de 30 mil pessoas.

Rússia segue mania antiga

A Rússia, sede da Copa de 2018, é outro país-sede envolvido em agressões aos direitos da cidadania, com um mau costume antigo, desde o czarismo e o regime imposto pelos bolcheviques. Hoje, não mandam mais para a Sibéria, mas a lei e a polícia secreta são rigorosas e as prisões estão cheias de gente condenada por exercer o dom de pensar com uma liberdade tida como perigosa pelo governante. O excesso acabou voltando-se contra a seleção, pois foi afastada da Copa do Qatar, como punição por ter o país invadido a Ucrânia. O chamado “futebol científico” dos soviéticos, em 1958, foi derrotado pela espontaneidade de Garrincha e a Seleção campeã do mundo.

Ditadura chilena é campeã de tortura

O Chile foi sede da Copa em 1962, ao ser eliminado nas semi pelo Brasil, por 4 a 2, mas passou vergonha em 1974, ao aceitar a vaga com a desistência da União Soviética em disputar a eliminatória intercontinental. Os soviéticos protestavam pelo bombardeio ao Palácio de La Moneda, tendo resistido até o fim o presidente democraticamente eleito Salvador Allende. Um regime brutal, sem qualquer compromisso com os direitos da cidadania, foi então instalado, servindo o Estádio Nacional de Santiago, como centro de prisão e execução. Pinochet acabou preso, depois de tramar a morte de milhares de chilenos, em 17 anos de ditadura. Tão cruel a ponto da mandar torturar a mãe do jogador destaque Caszely por ele ter se recusado a apertar sua mão.

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