COPA DO MUNDO
Monsieur Juninhô, o hepta francês
Epopeia do pernambucano bom de bola e caráter, ao levar o Lyon à hegemonia
Por Paulo Leandro

Já imaginaram se Vitória ou Bahia acertassem a contratação de um jogador capaz de liderar as conquistas de sete títulos nacionais consecutivos (hepta), seis vezes a Supercopa do Brasil (hexa) e, de lambuja, mais uma Copa do Brasil?
Mais ou menos comparando, foi esta a façanha de Juninho Pernambucano no futebol francês, ao conduzir o Olympique de Lyon, clube considerado intermediário naquela época, à condição de principal destaque do país, desbancando o Paris Saint-Germain, o Olympique de Marselha e outros superdotados.
A primeira surpresa veio na temporada 2001, com o título francês. Depois, vieram a Supercopa da França e o bi nacional, tendo o brasileiro como principal artilheiro. Repetiu a façanha na Supercopa e daí em diante aquele clube ‘nordestino’ passou a ser respeitado pelos ‘Flamengos’ de lá.
Foi mais além o Lyon, como é mais conhecido: tornou-se referência do futebol francês, dando sequência à fama obtida com a conquista da Copa do Mundo, a primeira da seleção azul, anos antes, em 1998.
Exagerado
Chega a ser um exagero o domínio, ou contando ninguém acreditaria, se não fossem os jornalistas para registrar os fatos esportivos: heptacampeão francês e hexa da Copa da França.
O pernambucano do ‘Ricife’, revelado no Sport e ídolo do Vasco, na condição de meia e exímio cobrador de faltas, ganhou o coração da cidade, não apenas pelo futebol, mas por suas práticas virtuosas, reconhecidas a ponto de ser convidado para diretor do Lyon.
Vamos cantar de coração
Juninho começou cedo, aos 16 anos, e logo chamou a atenção pela destreza ao cobrar faltas com a camisa do Sport de Recife. Já no Vasco, sagrou-se campeão brasileiro de 1997; carioca, no ano do centenário do clube; marcou o gol da classificação para a final da Libertadores de 1998, diante do River Plate, e deu dois passes na conquista do título, ao vencer o Barcelona de Guayiaquil (Equador). Ganhou também o Torneio Rio-São Paulo de 1999 e o tetra brasileiro, abrindo o placar na final: 3 a 1 sobre o São Caetano. O momento mágico foi na Copa Mercosul do ano 2000. O Palmeiras terminou o primeiro tempo dando 3 a 0 e o Vasco virou para 4 a 3.
Craque antiFa dribla Neymar
Juninho Pernambucano é um grande craque também como cidadão. Sempre posicionou-se com firmeza ao lado do povo brasileiro: “Me sinto mal quando vejo jogadores como Neymar apoiando fascistas”.
Um gol no Japão e o fim no meião
Na Copa de 2006, Juninho deixou o seu nos 4 a 1 sobre o Japão, e foi um dos melhores da Seleção Brasileira, eliminada pela França, quando Roberto Carlos foi ajeitar o meião e deixou Thierry Henry solto na área.
Campeão no Qatar
Juninho fez o pé de meia no país-sede do Mundial, o Qatar, ao defender o Al-Gharafa, sagrando-se campeão da Copa das Estrelas, da Liga do Qatar e da Copa do Príncipe, as três principais competições do país árabe.
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