Polônia e Argentina se enfrentam pela última rodada do Grupo C

Lionel Messi e Robert Lewandowski, juntos, acumulam oito prêmios de Melhor do Mundo da Fifa, com seis deles conquistados por Lionel, enquanto Lewa ganhou os dois mais recentes, em 2020 e 2021. Um duelo direto entre essas duas estrelas já seria naturalmente um grande atrativo e o confronto das 16 horas (da Bahia) de hoje, entre Argentina e Polônia, no estádio 974, gera ainda mais expectativa, pois pode representar o fim da linha para uma das duas seleções nesta Copa, e para um desses dois craques em Copas do Mundo.

Messi estará com 39 anos no próximo Mundial, e já declarou que não disputará outro, enquanto Lewandowski estará próximo de completar 38 anos, com o agravante de que a presença da Polônia em Mundiais não é tão frequente e que ela dependeu muito de um Lewa em altíssimo nível para se classificar tanto para a Copa passada quanto para esta. Se não mantiver a forma atual, ficará mais difícil para os poloneses garantirem presença em 2026.

Os dois astros são os maiores artilheiros da história das seleções que defendem. Messi já fez 93 gols pela Argentina, enquanto Lewandowski balançou as redes 77 vezes pela Polônia. Na carreira toda, Lewa já fez 620 gols, sendo 18 na atual temporada pelo Barcelona, enquanto Messi tem 788 gols marcados, com 12 nesta temporada pelo PSG.

As duas seleções podem se classificar juntas, pelo Grupo C, para as oitavas de final, mantendo os dois craques vivos na disputa, mas isso depende do resultado do jogo entre Arábia Saudita, que tem três pontos, e México, com apenas um.

Somando quatro pontos, a Polônia joga por um empate para se garantir na próxima fase, independentemente da outra partida, enquanto a Argentina só confirma a vaga sem se preocupar com árabes ou mexicanos caso vença. Uma derrota representaria eliminação, enquanto um empate a faria depender do outro jogo. O mesmo que aconteceria com a Polônia em caso de derrota.

Apesar da grandiosidade das duas estrelas, o treinador polonês, Czeslaw Michniewicz, chamou a atenção na coletiva de imprensa para que não se reduza o embate a um duelo entre os dois craques. “Todo mundo espera esse cara a cara. São dois grandes jogadores de futebol, mas não vou dizer quem é o melhor dos dois. Embora não devamos esquecer que é um Argentina x Polônia e não um Messi x Lewandoski”, disse.

De fato, há um peso maior ainda, principalmente porque é inegável que uma possível eliminação da Argentina, uma das favoritas ao título, teria um impacto muito grande na sequência da Copa. Bem maior do que uma eliminação polonesa, porque, além da diferença de tradição entre as seleções, Messi tem um elenco de apoio à disposição muito superior aos coadjuvantes da Polônia.

Argentinos

Nas atividades de preparação para o jogo de hoje, o técnico Lionel Scaloni manteve a escalação inicial do confronto contra o México, mas fez algumas alterações no decorrer. A primeira delas é a que tem maior probabilidade de se tornar real, com a entrada do autor do segundo gol contra o México, Enzo Fernández, no lugar de Guido Rodríguez, que atuou ano lugar de Paredes no jogo passado.

Outra possibilidade que tem ganho força é a entrada de Enzo Fernández na vaga de Alexis Mac Allister, mantendo Guido Rodríguez no time ou promovendo o retorno de Paredes. Dessa forma, Fernández seria a terceira tentativa do treinador para suprir a ausência de Lo Celso, único titular absoluto da Scaloneta que ficou fora do Mundial por lesão, depois das entradas de Papu Gómez e do próprio Mac Allister.

A imprensa e a torcida argentina estão encantadas com Enzo Fernández e pedem que ele se torne titular. O camisa 24, de 21 anos, tem apenas quatro partidas pela seleção argentina, e jamais começou jogando. Pelo gosto popular, a primeira vez tem que ser hoje, em embate decisivo.

Outra substituição testada, caso efetivada, alteraria a formação tática: a entrada do zagueiro Romero na vaga de Mac Allister. Em coletiva de imprensa, Scaloni afirmou que essa é uma possibilidade para situações de jogo, como contra México, mas não para um início.

Molina pode recuperar a titularidade na lateral, no lugar de Montiel. Por fim, existe a expectativa para que Dybala, recuperado de lesão, possa estrear hoje no Mundial.

Depois das críticas pela derrota na estreia, De Paul desabafou e conclamou o apoio dos argentinos. “Aos poucos que, por meia hora, esqueceram de três anos e meio, os convidamos para subir novamente no barco”.

Recordes

Lionel Messi já se tornou o primeiro argentino a disputar cinco Copas e, no jogo passado, passou a ser também o primeiro jogador a dar assistências em cinco Mundiais. Ele também marcou em quatro Copas diferentes, algo inédito entre os compatriotas.

Hoje, pode se tornar quem mais defendeu a seleção argentina em Mundiais. Na partida passada, ele se igualou a Maradona com 21 jogos e oito gols. Hoje, chegará ao 22º e correrá ainda atrás do recorde de gols de Batistuta, que balançou as redes 10 vezes em Mundiais.

Pode terminar o torneio também como o maior garçom. Com seis assistências, está duas atrás de Maradona, que deu oito. Se chegar até a final ou à disputa de terceiro lugar, jogando todas as partidas, superará Lothar Matthäus, lenda alemã, como o jogador com mais partidas em Copas do Mundo: 26.

Poloneses

A Polônia também faz uma campanha de recuperação depois do empate com gosto de derrota na estreia contra o México, principalmente pelo pênalti desperdiçado por Lewa.

Após o primeiro revés, a imprensa polonesa criticou o isolamento do camisa 9, sem companheiro de ataque. Milik foi escalado no segundo jogo, contra a Arábia, e ajudou a deixar o centroavante menos solitário. Lewa deu assistência para o gol de Zielinski e anotou seu primeiro tento em Copas.

Resta saber qual será a postura para o jogo de hoje. Voltar a recuar, como contra o México, respeitando a superioridade argentina, ou atacar com mais frequência?

Mexicanos e sauditas

Na outra partida da chave, no mesmo horário, Arábia Saudita e México medem forças, no estádio Lusail, também lutando por vaga nas oitavas.

Com três pontos e um gol negativo de saldo, os sauditas estão em situação melhor. Uma vitória garantiria automaticamente a equipe na próxima fase. Os árabes podem se classificar também com um empate, mas dependeriam do resultado da outra partida. A Argentina precisaria perder ou vencer a Polônia por pelo menos três gols de diferença. Dependendo ainda do número de gols marcados.

Com apenas um ponto e com dois gols negativos de saldo, o México só passa sem depender do resultado do outro jogo caso vença por cinco gols de diferença. Qualquer vitória por menos que isso, faria o time ficar dependendo do confronto entre argentinos e poloneses. Se perder ou empatar, está fora.