COPA DO MUNDO
Presença do goleador pra chegar em terceiro
Das 19 disputas de terceiro lugar, 11 contaram com o homem-gol do Mundial
Por Paulo Leandro
Desta vez, o duelo Messi x Mbappé ficou para a final, mas das 19 decisões de terceiro lugar das copas do mundo, em 11 edições estavam presentes os principais artilheiros.
Em 1934, estava em campo o artilheiro Conen, da Alemanha, ao vencer por 3 a 2 a Áustria, o time-maravilha (wunder team).
Em 1958, destacou-se Just Fontaine, o francês nascido em Marrakesh, artilheiro com 13 gols, quatro deles na vitória sobre a Alemanha por 6 a 3.
Já na Copa do Chile, em 1962, o croata Jerkovic, jogando pela então Iugoslávia, foi o artilheiro, mas não marcou diante dos donos da casa, vencedores por 1 a 0.
Em 1966, foi a vez de Eusébio, artilheiro com nove gols, converter um pênalti em Yashin. Portugal terminou levando o terceiro lugar com um triunfo por 2 a 1 sobre a União Soviética.
Em 1970, Gerd Muller, goleador-mor do mundial, iniciou a jogada para Overath, no único gol da vitória sobre o Uruguai. Quatro anos mais tarde, Lato decretou Polônia 1x0 Brasil.
Na Copa da Itália em 1990, Schilacci, depois de a Itália ser eliminada pela Argentina, marcou na vitória sobre a Inglaterra por 2 a 1.
Já em 1994, a decisão do terceiro lugar contou com Stoichkov, artilheiro da Copa, pela Bulgária, mas quem venceu, e de goleada foi mesmo a Suécia (4 a 0). Na Copa de 1998, Davor Suker foi o segundo croata artilheiro. A Croácia bateu a Holanda por 2 a 1.
Na décima decisão do terceiro lugar com a presença do artilheiro da Copa, no caso, Klose, a Alemanha venceu Portugal em 2006.
A Copa de 2010 contou com dois artilheiros, Forlán, pelo Uruguai, e Muller pela Alemanha. Ambos marcaram, mas a Alemanha venceu por 3 a 2.
Esta valeu pela arte de Nelinho
Na decisão do terceiro lugar de 1978, na Argentina, o italiano Paolo Rossi, nosso carrasco em 1982, tocou para Causio abrir o placar. Nelinho, com um chute cheio de veneno e curvas, deixou o goleirão Dino Zoff sem saber se ia nela ou se ficava, e nesta dúvida, a criança foi morrer no cantinho e fez um dos chuás mais melodiosos da história das Copas do Mundo. Dirceuzinho, aproveitando uma sobra de bola na meia-lua da grande área, marcou o gol da virada, ensejando ao capitão do Exército, Claudio Coutinho, então treinador do escrete, a bela saída poética de proclamar o Brasil “campeão moral”, desviando a atenção das dúvidas em relação ao empate com a Argentina, ao escalar Chicão.
Enfim, o Divino entrou em campo
Uma seleção capaz de se permitir deixar para escalar Ademir da Guia apenas na disputa pelo terceiro lugar é porque não queria mesmo ganhar a Copa de 1974. O craque da meiuca Ademir cadenciava o jogo e decidia a velocidade dos lances. A impressão de ser lento estava mais relacionada à dificuldade de as pessoas entenderem seu talento para manter a partida sob seu comando. O Divino, filho de Domingos da Guia, destaque da Copa de 1938, não podia era estar em todas as partes do campo, como na lateral esquerda, onde Marinho, a Bruxa, perdeu uma bola boba e o artilheiro polonês Lato tocou na saída de Leão, um tipo nervoso doido pra dar uns cascudos no louro vacilão.
Leônidas ficou bom rapidinho
Na Copa de 1938, disputada na França, o artilheiro foi Leônidas da Silva, do Brasil, incrivelmente recuperado três dias depois de ficar de fora da semifinal contra a Itália. Afirmava sentir fortes dores, mas ficou bom rápido e fez dois na virada de 4 a 2 sobre a Suécia. Domingos da Guia jogou também de boa, como se nada tivesse acontecido neste estranho jogo contra a seleção do país controlado pelo fascismo de Mussolini. Nesta derrota de 2 a 1 para a Azzurra, Domingos passou-lhe uma rasteira em Piola, sem necessidade, dentro da área, quando o jogo estava equilibrado. O juizão apontou para a marca da cal. Contra a Suécia, Domingos voltou a ser o classudo Domingos.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes