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COPA DO MUNDO

Presidente da Fifa defende Catar, diz "se sentir gay" e causa revolta

Infantino, declarou que se sente "árabe, gay e trabalhador migrante"

Por AFP e Redação

19/11/2022 - 11:35 h
O presidente da Fifa, Gianni Infantino
O presidente da Fifa, Gianni Infantino -

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, declarou que se sente "árabe, gay e trabalhador migrante", neste sábado em Doha, em uma entrevista coletiva na véspera da abertura da Copa do Mundo do Catar, na qual criticou o que chamou de "hipocrisia" e "lições de moral" dos países ocidentais.

"Hoje me sinto catari, hoje me sinto árabe, hoje me sinto africano, hoje me sinto gay, hoje me sinto deficiente, hoje me sinto um trabalhador migrante", afirmou o suíço-italiano no início da entrevista, que durou uma hora, na qual também atacou as lições de "duplo padrão" recebidas nas últimas semanas.

"Claro eu não sou qatari, árabe, gay, africano, deficiente, não sou um trabalhador, mas eu me sinto como eles. Porque eu sei como é ser discriminado, como é sofrer bullying, como é ser estrangeiro. Eu quando era criança na escola sofria por ter cabelo vermelho, por ser italiano e não falar bem alemão. E o que você faz? Você olha para baixo, chora, e aí você tenta fazer amigos, tenta falar e se envolver, tenta com esses amigos se engajar. Você não xinga, não briga, você tenta se enturmar. E isso é o que a gente tem que fazer", acrescentou.

"Isto lembra a minha história pessoal porque sou filho de trabalhadores migrantes. Sei o que significa ser discriminado, ser assediado como estrangeiro. Quando criança, eu fui discriminado (na Suíça) porque era ruivo, porque eu tinha sardas, era italiano, falava mal o alemão", afirmou, apenas 24 horas antes do início da grande festa do futebol mundial.

"O que acontece neste momento é profundamente injusto", declarou diante de 400 jornalistas no centro de imprensa do Mundial.

"As críticas pelo Copa do Mundo são hipócritas. Pelo que nós, europeus, fizemos durante os últimos 3.000 anos deveríamos pedir perdão pelos próximos 3.000 antes de dar lições de moral aos outros. Estas lições de moral são simplesmente hipocrisia", insistiu, antes de responder às perguntas dos repórteres.

Defesa ao Catar

As autoridades do Catar estão no alvo de várias organizações internacionais pelo tratamento a centenas de milhares de trabalhadores que seguiram para o país, em sua maioria da Ásia, para construir as infraestruturas da Copa do Mundo. Infantino afirmou que a Fifa foi uma das poucas entidades que se preocupou com as condições de trabalho.

"Entre as grandes empresas que ganham bilhões no Catar, quantas se preocuparam com o destino dos trabalhadores migrantes? Nenhuma, porque uma mudança na legislação significa menos receita. Nós fizemos isto", disse. "Por que ninguém reconhece este progresso?".

Além disso, a homossexualidade é considerada ilegal neste país do Golfo, mas os organizadores da Copa do Mundo tentaram acalmar a situação e garantiram que os casais homossexuais não terão problemas durante o torneio.

Ao falar sobre os direitos LGBTQ+, o presidente da Fifa declarou que as autoridades do Catar asseguraram que "todos serão bem-vindos".

"Se alguém disser o contrário, não é a opinião do país e não é a opinião da Fifa", acrescentou.

Críticas a Infantino

A declaração do presidente da Fifa sobre se sentir "árabe, gay e trabalhador migrante" causou revolta nas redes socias e em periódicos de todo o mundo. Muitos jornalistas e fãs de futebol usaram suas redes sociais para ironizar e condenar a fala do mandatário.

"Esforço excepcional de Gianni Infantino para ver quantas coisas absurdas, prejudiciais, enganosas, desequilibradas e totalmente desrespeitosas ele consegue encaixar em uma mensagem. Repulsivo. Perigoso. Danoso. No entanto, este é um homem sendo reeleito como chefe da FIFA sem oposição", escreveu Melisse Reddy, repórter sul-africana da Sky Sports.

"O monólogo louco de Gianni Infantino fez o Rei Lear parecer equilibrado. Ou ninguém próximo ao presidente da Fifa o questiona ou lhe dá bons conselhos - ou ele simplesmente não escuta. Ele está vivendo em uma bolha, se transformando em Blatter, envergonhando a si mesmo e ao jogo", escreveu Henry Winter, do The Times.

"É uma pena para o Qatar que Infantino esteja fazendo esse discurso. Ele é o pior embaixador possível para o país deles", tweetou Adam Crafton, repórter do site The Athletic.

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