COMO ACREDITAR?
Em momento desolador, Bahia precisa vencer líder do 2º Turno
Tricolor ainda precisa secar rivais para se salvar do rebaixamento do Brasileirão
Por Patrick Levi
O cenário é desolador para o Bahia. Quando o torcedor pensa na missão (quase) impossível que o Esquadrão precisa cumprir para escapar do temido rebaixamento no primeiro ano gerido pelo Grupo City, é difícil não ficar apreensivo.
Embora os resultados dos jogos dos adversários diretos do Tricolor na luta contra o rebaixamento tenham sido bons para a equipe, já que Santos e Vasco também acumularam derrotas recentemente, faltou o principal: o Bahia fazer a sua parte. Nas últimas duas partidas, talvez as mais importantes do ano, o time não pontuou – perdeu de um São Paulo que não havia vencido nenhum duelo longe do Morumbi pela Série A, e foi derrotado por um já rebaixado e lanterna América-MG, que estava há 15 partidas sem vencer ninguém.
Por isso, a esperança de boa parte dos torcedores na salvação do time acabou. Na volta para Salvador após perder do Coelho por 3 a 2 no domingo, a delegação do Bahia foi hostilizada no aeroporto. A Polícia Militar precisou intervir para evitar o pior.
Diante das circunstâncias postas, surge a seguinte pergunta: é possível acreditar na permanência do clube na elite do futebol brasileiro? Há fatores que apontam que não, mas há de se por na equação o fato desse ser um time bicampeão brasileiro e que já conseguiu outras façanhas ao longo da sua história.
Desafios consideráveis
O primeiro ponto de dificuldade que terá o Bahia nessa última rodada é não depender apenas de si para conseguir escapar. Além dos três pontos serem obrigação, precisa torcer para dois times que jogarão suas partidas fora de casa: Red Bull Bragantino, que vai para o Rio de Janeiro enfrentar o Vasco; e o Fortaleza, que tem duelo contra o Peixe, na Vila.
Ambos os times não têm mais nenhuma pretensão objetiva na competição, já que não têm chance de título não correm risco de cair e estão classificados para a Libertadores e para a Copa Sul-Americana, respectivamente.
Não só secar os concorrentes diretos, o Tricolor de Aço depende também de passar por uma pedreira na Fonte Nova, o Atlético-MG, que vai a campo com o intuito de garantir, pelo menos, a segunda colocação geral da competição – os mineiros embolsarão R$ 42,7 milhões da CBF caso consigam.
Jogando o melhor futebol do Brasil atualmente e líder do segundo turno do Brasileirão, o Galo está mais confiante do que nunca, sobretudo levando em consideração a incrível fase que vive a dupla Paulinho e Hulk, cotados a serem premiados como melhores jogadores do campeonato.
Já o Bahia vive clima bem diferente, com sequência de resultados negativos, discussões entre treinador e jogadores ainda em campo – como aconteceu depois do apito final na derrota para o São Paulo –, cobrança acalorada da torcida, etc. Tudo isso fez o ‘professor’ Ceni dar uma das entrevistas mais abatidas que ele já concedeu à imprensa no pós-jogo da última partida.
“Eu me sinto envergonhado pelo meu trabalho, sendo bem sincero. Temos que achar um time que seja compatível para jogar contra a forte equipe do Atlético-MG e tentar nossa última cartada na Arena Fonte Nova”, disse o técnico.
Mesmo assim, é preciso ressaltar que há diferença grande entre o que é difícil e o que é impossível. Vencer o Atlético-MG é, de fato, tarefa complicada, mas o ‘fator casa’, fundamental nessa competição, pode ser determinante. A fiel torcida baiana estará presente em peso na Fonte Nova na quarta, e sem dúvida alguma cumprirá o papel de 12º jogador, como sempre.
Outro ponto de destaque é que, a depender da combinação de resultados, mesmo sem o triunfo o Bahia pode escapar. Caso empate a partida, o Tricolor atingirá a marca de 42 pontos e, em num cenário no qual o Vasco seja derrotado, rouba a 16ª colocação dos cariocas, já que tem melhor saldo de gols, segundo critério de desempate do Brasileirão – o primeiro é o número de vitórias, 11 para cada.
Pensando no jogo
Pouco depois de os atletas precisarem ser escoltados pela PM, parte do elenco não teve descanso e já começou os trabalhos focados na rodada final do Campeonato Brasileiro.
Na Cidade Tricolor, quem foi a campo no embate contra o Coelho não fez trabalhos em campo, apenas realizou exercícios musculares na academia. Para o restantes dos jogadores, inclusive aqueles que foram substituídos durante o jogo de domingo, houve atividades com bola.
Se o treino dará resultado, o torcedor só vai saber nessa quarta, no jogo que definirá o que será o 2024 do Bahia.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes