Red Bull Bragantino x Bahia: um encontro de "SAF´s" na Série A

O Bahia volta a jogar a Série A após uma temporada longe da elite do futebol brasileiro. A novidade nesta temporada é que o clube hoje pertence ao Grupo City e se tornou Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Por ironia do destino, na primeira rodada da temporada 2023, o Bahia encontra outro clube com características de clube-empresa, o Red Bull Bragantino.

Pode parecer tudo a mesma coisa, mas apesar de serem administrado por dois grandes grupos, Bahia e Red Bull Bragantino vivem modelos diferentes de aquisição.

O modelo Red Bull

O primeiro grande ponto é que o Red Bull ainda não tem dono de fato. Para entender melhor, todos os títulos de sócios do Bragantino foram comprados pela empresa. Como explica o colunista do Uol, Rodrigo Mattos, uma outra empresa foi criada cujo dono é a multinacional da Red Bull, com sede na Áustria. Essa empresa recebe o dinheiro da Europa e através de um contrato junto ao Bragantino investe no futebol. O entendimento é que esse modelo seja provisório, o próximo passo é transformar o Bragantino em Sociedade Anônima do Futebol.

O modelo Grupo City

Cá está outra importante diferença entre modelo. Em 2022, os sócios do Bahia aprovaram a venda 90% da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) ao Grupo City. A proposta garantiu um investimento de R$1 bilhão no Tricolor, ao longo de 15 anos. Para tal, os sócios do Bahia aprovaram a adequação do estatuto do clube para constituição da Sociedade Anônima do Futebol.

Portanto, o Bahia se divide em SAF, que tem o controle sobre o futebol, e detém 90% das ações do clube, e, tem a associação civil Esporte Clube Bahia, que, como nas palavras de Bellintani "tem vida própria". A associação possui 10% do contrato da SAF e tem direito a um assento no Conselho Gestor.

E dentro de campo?

Desde o final da temporada passada, o Bragantino vive uma instabilidade dentro de campo. O que repete na temporada atual, o time foi eliminado na Copa do Brasil para o Ypiranga (RS) e saiu na semifinal do paulista para o Água Santa. A filosofia de aposta em jogadores jovens persistem. Mais a principal contratação para Série A do Brasileiro foi do atacante Eduardo Sasha, de 31 anos.

Apesar do título estadual, o torcedor do Bahia ainda não está 100% confiante na equipe do estreante Renato Paiva. O treinador português precisou mudar seu esquema para o 3-5-2 para passar a ter resultados satisfatórios na temporada, antes disso, o time foi eliminado na Copa do Nordeste. Com o novo esquema, o Bahia conseguiu o título baiano e está na terceira fase da Copa do Brasil. Para o Campeonato Brasileiro, o Bahia se reforçou e foi em busca de jogadores experientes, a direção percebeu que o elenco estava muito jovem para fazer uma boa campanha na Série A. Chegaram ao Esquadrão o zagueiro Vitor Hugo, os meios de campo Yago Felipe e Thaciano, e o atacante Ademir.

O diretor executivo de futebol do Bahia, Cadu Santoro, admitiu, em vídeo divulgado nessa sexta-feira, 14, que o projeto do Bahia para temporada é fazer uma Série A estável. Ao menos esse é o pensamento no primeiro ano de SAF.

"Mesmo sabendo que o Campeonato Baiano, a Copa do Nordeste, além da Copa do Brasil serem torneio muito importantes, a gente sempre teve como prioridade o Campeonato Brasileiro. Ano passado a gente estava na Série B e neste ano precisamos ter um ano de estabilidade. Nosso primeiro objetivo pelo nível da competição é buscar estabilidade, passado esse momento a gente tem que buscar coisas maiores e buscar torneios internacionais", disse em entrevista ao canal oficial do clube no Youtube.