EC.BAHIA
Sequência negativa complica Tricolor na Série A
Situação delicada deixa clima de turbulência no Clube
Por Patrick Levi
O que já era difícil se complicou ainda mais. O torcedor do Tricolor de Aço está a cada dia que passa sendo obrigado a ter relação mais próxima com a matemática. Os números, que não são nada agradáveis nesta reta final do Campeonato Brasileiro, estão se tornando pesadelo na cabeça de quem sonhava em ver o Bahia conseguir grandes feitos em 2023.
As contas feitas na ponta do lápis servem para descobrir se, nesta temporada – a primeira da ‘Era City’ – o time vai conseguir algo de produtivo ou se será mais um ano de marca negativa na sua história.
Para piorar a situação, adversários diretos na luta contra o rebaixamento, como Vasco (16° colocado) e Cruzeiro (17°), têm jogos a menos que o time baiano.
Diante disso, é possível afirmar que, virtualmente, o Bahia está no Z-4. Empatados em números de pontos (37), para o Gigante da Colina e para a Raposa ainda faltam, respectivamente, seis e sete rodadas a serem disputadas nesse Brasileirão; já para o Tricolor restam apenas cinco.
Clima tenso
Quando a missão é complicada para um clube, é normal que o psicológico dos atletas seja afetado em dado momento do percurso – o Botafogo, ainda líder, que o diga, e com o Bahia não é diferente.
Na partida passada, contra o Cuiabá, em casa, Biel perdeu a cabeça após decisão improvisada de Ceni. Aos 20 minutos da etapa inicial, o Tricolor ficou com um a menos por causa da expulsão do lateral Camilo Cándido. Como resposta, o treinador tricolor decidiu sacar o jovem atacante.
Visivelmente irritado, o jogador saiu de campo e nem quis ficar no banco de reservas. O mal-estar não parou por aí. Após a derrota por 3 a 0, os torcedores presentes na Fonte Nova vaiaram o elenco — durante a partida, gritos de “burro” foram direcionadas ao treinador do Esquadrão.
O clima de cobrança seguiu e os adeptos e os atletas discutiram à beira do campo por causa da sequência de resultados negativos.
“Precisamos manter o torcedor do nosso lado. É um momento delicado da competição. Acho que é uma decisão de não se separar do torcedor, acho que era essa decisão dos que escolheram ir até a torcida. Só que o torcedor leva para o emocional. [...] Acho que a vontade dos atletas era pedir que o torcedor não os abandone, porque vamos continuar trabalhando”, disse o treinador Rogério Ceni em coletiva depois do jogo.
No histórico do ex-goleiro, como técnico, constam importantes títulos e algumas façanhas. No entanto, proporcionalmente às conquistas estão as rusgas entre o ‘professor’ e seus comandados. No São Paulo, seu último clube antes de treinar o Bahia, é ídolo máximo, mas atrapalhou-se ao se desentendeu com atletas pela sua postura de cobrança.
Dirigindo o Esquadrão, até aqui, o clima parece ser de paz. O abalo com Biel é ponto fora da curva, mas é preciso manter o sinal de alerta ligado, sobretudo na situação delicada que vive a equipe.
Secador ligado
Domingo será dia de torcer por um milagre do América-MG, time que já está rebaixado e não tem mais nenhuma pretensão na competição.
O Coelho vai ao Rio de Janeiro enfrentar o Vasco, que está a apenas uma posição do Bahia. A partida começará no mesmo horário do jogo do Superman Tricolor (18h30), contra o Athletico, sétimo colocado e ainda sonhando com vaga na próxima Libertadores.
Amanhã, o torcedor baiano vai estar na Fonte Nova com o olho no campo e o rádio ligado nos outros jogos para comemorar os gols dos times que enfrentam os adversários do Bahia como se fossem do seu próprio time. Pelo andar da carruagem, o final da Série A vai ser teste para cardíaco.
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