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EC.BAHIA

Zinho acredita em liderança de Roger para virada do Bahia diante do Ceará

Por Alex Torres*

04/08/2020 - 8:00 h | Atualizada em 04/08/2020 - 8:46
O tetracampeão mundial com a Seleção de 94 será um dos responsáveis por comentar a grande decisão da 'Lampions League' | Foto: Reprodução | Fox Sports
O tetracampeão mundial com a Seleção de 94 será um dos responsáveis por comentar a grande decisão da 'Lampions League' | Foto: Reprodução | Fox Sports -

Tetracampeão mundial com a Seleção Brasileira, em 1994, o meia Zinho já não trabalha mais com a bola nos pés. No entanto, com o microfone em mãos, o ex-jogador e atual comentarista dos canais Fox Sports utiliza de sua experiência em seus mais de 20 anos de carreira como atleta para analisar os jogos durante a transmissão. Nesta terça-feira, 4, ele será um dos responsáveis por comentar a grande decisão da Copa do Nordeste, carinhosamente apelidada de 'Lampions League'.

Por um lado, o Bahia precisa de uma virada histórica para reverter a derrota por dois gols - sofrida no confronto de ida - e empatar com o Vitória no número de títulos regionais, com quatro troféus, sendo o maior vencedor do certame. Por outro, o Ceará fez a sua parte no primeiro jogo, garantiu o triunfo por 3 a 1 e pode jogar com o regulamento embaixo do braço para levantar a taça e se sagrar bicampeão nordestino.

Em entrevista exclusiva ao Portal A TARDE, Zinho analisou o duelo e falou sobre a difícil missão do Esquadrão em conseguir a virada, que poderá fazer com que a 'orelhuda' fique em Salvador. Para o tetracampeão, a chave do sucesso poderá estar no comandante Roger Machado, que terá de trabalhar bem o psicológico dos atletas, de modo que eles passem a borracha nos erros do primeiro duelo e continuem acreditando na possibilidade de reverter o resultado adverso. Confira:

O Bahia saiu atrás no jogo de ida e precisa de três gols para erguer a taça. Acredita que ainda é possível reverter o placar negativo?

Para mim, o que o Ceará conseguiu é até surpreendente. Porque eu acho que o elenco do Bahia, junto com o Roger Machado, possui mais opções. Agora, o Guto armou um time muito bem organizado e conseguiu essa vantagem. No entanto, a decisão é algo que você precisa acreditar até o final. O Bahia tem que acreditar. Eu conversei com o Roger Machado, batemos um papo e ele mesmo admite que houve erros. Mas ele tem elenco, tem grupo para buscar a vitória. Precisam tentar fazer os dois gols para tirar vantagem do Ceará, isso já leva para uma disputa de pênaltis. É uma missão difícil, porque já começa com uma desvantagem grande, mas é possível e já aconteceram outras situações parecidas. Não pode ser descartado essa possibilidade, mas a vantagem do Ceará é muito boa, sem dúvidas.

O time do Ceará é composto por figurinhas conhecidas do Bahia, como o meia Vinicius, o zagueiro Tiago e o técnico Guto Ferreira. Na hora do duelo, você acha que isso pode ser um ponto a favor do Vozão?

Acredito que o Guto, como treinador, pode sim. Porque conhece os jogadores. Ele estuda bem o jogo, arma uma estratégia e motiva o seu elenco. Com relação a esse fator, eu acho que sim. Claro que os jogadores têm aquela coisa de jogar contra o ex-clube, tem uma motivação diferente. O próprio zagueiro Tiago foi campeão da Copa do Nordeste com o Bahia e com o próprio Guto, em 2017. Isso traz uma lembrança, o jogo se torna diferente. Eu falo por experiência própria. Quando eu era jogador e ia enfrentar um ex-clube, ficava emocionalmente mexido. Se você souber usar isso por um lado positivo, termina sendo muito bom. Volto a falar, a questão do Guto Ferreira, enquanto treinador, acho vantajoso. Porque ele conhece as características de cada atleta e trabalha em cima disso. Sabe quais são os pontos positivos e negativos, e monta a estratégia de jogo dele.

O Bahia é um clube de grande torcida. Acredita que o time pode ter sentido a ausência do torcedor empurrando durante a partida de ida?

Para os dois lados, o Ceará também. O futebol, com a volta em portões fechados, termina perdendo um pouco da graça. A atmosfera do jogo sem a torcida perde muito da sua porcentagem. Os atletas, a comissão técnica, a camisa e o clube são elementos fundamentais. No entanto, o futebol é do povo. Claro que eles (os torcedores) estão acompanhando pela televisão, pela internet e nas rádios, mas nada supera o estádio lotado em uma decisão. Particularmente, acho esse momento muito lindo. Entrar em campo, aquele estádio lotado com os torcedores cantando todas as músicas. Um vaiando e o outro aplaudindo. Essa sensação é incrível, chega a arrepiar e os jogadores estão sentindo essa ausência.

No último jogo, houve um lance infeliz envolvendo o goleiro Anderson e o lateral Juninho Capixaba, que culminou no gol do Ceará. Com a sua experiência de ex-jogador, acha que essas situações podem influenciar o psicológico dos atletas dentro de campo nesta partida de volta?

Eu acho que influencia muito mais naquele momento. O Bahia tinha feito o gol com o Fernandão em uma baita jogada do Flávio, que aparece como segundo volante, rouba a bola e dá um ótimo passe. Aquilo também foi um erro individual do Ceará, que perdeu a bola no meio-campo. O ideal para o Bahia era ter paciência, esperar o Ceará sair para o jogo e explorar os espaços que iriam ficar. Logo na sequência, houve um erro de comunicação onde o Anderson deveria ter gritado. Seria até mais fácil, por não ter o barulho da torcida na arquibancada. Acho que isso faltou para os dois, ficou um deixando para o outro. O Juninho estava preocupado com o Sobral, que estava chegando. Então não tinha como se preocupar com quem está chegando, em olhar para o Anderson e também olhar para a bola, tudo ao mesmo tempo. Faltou o goleiro, que tava enxergando melhor, avisar ao defensor. Para aquele momento do jogo, esse erro abalou os dois. Agora já passaram alguns dias, o treinador já deve ter chamado pra conversar. Bati um papo com o Roger, inclusive jogamos juntos no Grêmio, e ele falou pra mim 'Zinho, lembra quando o Paulo Paixão falava para a gente que decisão não podia errar? Erros individuais podem acabar sendo fatais'. Então acredito que ele chamou para conversar e levantou a moral dos jogadores. Acho que irão se recuperar bem para o jogo. Houve o erro, mas amanhã é outro dia.

Com base nesse convívio com Roger e essa liderança que você mencionou dele, isso pode trazer motivação para os jogadores correrem atrás do resultado?

Eu convivi com o Roger e ele sempre foi um líder, desde quando era jogador. O que tem que fazer de treino, estratégia e posicionamento, o Bahia já treinou esse tempo todo. Assim como o Ceará deve ter treinado também com o Guto. O jogo foi sábado, domingo não dá para treinar muito, então na segunda faz o treino e pronto. Também não dá para fazer muito, porque precisa guardar energia para o jogo. É mais aquela coisa de recuperar, trabalhar muito no emocional e no psicológico. O Roger vai precisa bastante disso, porque ele está em desvantagem. Deve fazer um treino de posicionamento, um trabalho tático. Ver como está a situação, se o Rossi está melhor fisicamente e se pode ser uma opção. Enfim, vai ter que motivar seus atletas e mostrar que é possível. Assim como o Ceará fez 3 a 1, o Bahia pode ganhar de 2 a 0 ou mais. Só que, do outro lado, também tem um time bem armado, buscando aquela bola capaz de matar o jogo.

Você tem experiência como jogador e, possivelmente, passou por situações parecidas ao longo de sua carreira. Como comentarista, você costuma ponderar certos comentários e críticas direcionados aos jogadores por ter noção da forma que aquilo pode afetá-los?

Claro, independente de ter sido jogador. Quando eu recebia as críticas, sabia absorver bem aquelas que eram leais e honestas, dentro da análise e da percepção do comentarista, e aquelas maldosas. Na verdade, eu faço meus comentários em cima da minha visão do jogo, sendo positiva ou negativa, mas sem difamar a imagem do atleta. Claro que aquilo que eu não gostava que fizessem comigo, eu não vou fazer com um outro jogador. Assim como teve o lance com o Anderson e com o Juninho Capixaba, por exemplo. Eu não preciso fazer um comentário arrebentando com os caras, dizendo que são péssimos profissionais. Agora, eu tenho que relatar aquilo que eu enxerguei. Principalmente por parte do goleiro, que fez uma boa partida, mas eu acho que ele, por estar de frente, deveria tomar uma decisão melhor em orientar. Isso não quer dizer que ele foi o culpado por ter perdido o jogo. Existe uma diferença de como você faz o comentário da jogada, daquilo que eu enxerguei, do erro ou não, mas sem exagerar ou desmerecer o profissional.

A CBF anunciou no domingo o adiamento da estreia dos clubes da Série A no Brasileirão, em decorrência da colisão com as datas do fim dos estaduais. Acredita que foi uma decisão acertada da entidade?

Acho muito bom, foi muito coerente. Participei no domingo do programa "A Última Palavra", na Fox Sports, e a gente comentava sobre isso. Acontece que as rodadas estavam marcadas, mas ninguém sabia quem chegaria nas finais. Mas você vê, o Bahia está na final do Baiano. O Inter ou Grêmio vai chegar na final contra o Caxias. Palmeiras e Corinthians chegaram também na decisão. O Atlético Mineiro tem uma grande chance de chegar, assim como o América Mineiro, e um dos dois vai enfrentar Tombense ou Caldense. Então vão estar envolvidas muitas equipes nesse início de rodada. Se fosse algo de um ou dois clubes, daria para remanejar. No entanto, estamos falando de cinco, seis, sete ou mais equipes que vão estar envolvidas em suas decisões. Acho que o mais coerente seria, de fato, passar mais para frente. Acho também que vai passar um pouco mais. Porque tem decisões que vão invadir a outra semana, não vai ser somente neste final de semana. Estamos falando de Palmeiras e Corinthians que jogam quarta e sábado. Mas também tem o Atlético Mineiro, que vai jogar quarta-feira com América-MG, para ainda decidir quem vai à final e terminar utilizando mais duas datas. Na minha opinião, já está tão difícil, por essa questão da pandemia que atrapalhou o calendário. Não vai ser uma semana a mais ou a menos que vai mudar. Se iria terminar em fevereiro, qual o problema de terminar um pouco mais na frente? O ideal é finalizar os estaduais e deixar os times se prepararem melhor para começar todo mundo junto.

Essa edição da Copa do Nordeste ficou marcada pela primeira vez que uma voz feminina narrou uma partida da competição, com a narradora baiana Manuela Avena. O quão importante você vê a conquista desse espaço no cenário futebolístico atual?

Acho lindo, é algo maravilhoso. Eu fiz a final da Copa do Mundo da Rússia com a Renata Silveira, nossa narradora da Fox Sports. Lembro que foi uma emoção muito grande. Já era legal para mim estar fazendo uma final de Copa do Mundo, e eu olhava para o lado, a emoção da Renata me contagiou ainda mais. Eu fiz com ela e a Vanessa Riche, comentando junto comigo. Foi muito maneiro, fiquei lisonjeado. As meninas têm muita competência. Não estamos falando de gênero ou qualquer outra coisa, estamos falando de competência. Acho muito legal que a final da Copa do Nordeste, que iremos transmitir, terá duas narrações. Em um canal será eu, o João Guilherme, o Simon e o Pascoal. Enquanto no outro será 100% feminino, com a Renata, a Vanessa, a Lívia Nepomuceno e a Fernanda Colombo. As meninas estão ocupando seus espaços com muita qualidade. Conheço elas, são ótimas jornalistas e merecem seu lugar no mercado.

*Sob supervisão da editora Thaís Seixas

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