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Dunga minimiza derrota na Copa de 2010 e valoriza número

Publicado terça-feira, 22 de julho de 2014 às 13:06 h | Atualizado em 21/01/2021, 00:00 | Autor: Paula Pitta
Dunga, CBF
Dunga, CBF -

Com um discurso tentando "apagar" a eliminação da Copa do Mundo de 2010 nas quartas de final e destacando as conquistas, Dunga foi anunciado oficialmente pela CBF como técnico da Seleção Brasileira nesta terça-feira, 22. A todo momento, Dunga e os demais presentes na entrevista coletiva - o atual presidente José Maria Marin, o presidente eleito Marco Polo Del Nero e o coordenador das seleções Gilmar Rinaldi - ressaltavam que o gaúcho teve um aproveitamento de 76% no comando do Brasil.

"Ficou demonstrado através de números, e não apenas de palavras, que ele possui todos os requisitos e toda a capacidade para dirigir novamente a seleção brasileira. É um homem experiente, preparado, e todos nós dessa mesa temos plena confiança no trabalho que ele pode desempenhar", explicou Marin.

Dunga venceu 42 das 60 partidas como técnico da Seleção Brasileira, empatou 12 vezes e perdeu seis. Ele conquistou a Copa América de 2007 e Copa das Confederações de 2009, mas viu o trabalho à frente da equipe canarinho interrompido pela derrota por 2 a 1 para a Holanda nas quartas de final do Mundial de 2010.

"Os meus números e trabalho foram indícios que levaram os presidentes a me chamarem para a seleção. Fico feliz de ter nova oportunidade, mas a responsabilidade é nossa de trabalhar e trazer o resultado que a CBF espera".

Para isso, Dunga deixou claro que aderiu a filosofia divulgada pela entidade de valorizar a equipe de base. "Vou trabalhar em conjunto com a categoria de base com o (Alexandre) Gallo (coordenador das seleções de base) e Gilmar. Na minha primeira passagem pela seleção foi pedido para resgatar o valor da seleção e obter resultados. Agora venho para preparar a seleção para a Copa de 2018. Vamos conseguir isso com a mescla de jogadores novos com de experiência".

Apesar de acatar a ideia, Dunga deixou claro que a idade não será o único fator para convocação. "Não é só colocar jogador novo. O importante é colocar no momento certo. No Brasil, temos jogadores novos com boa experiência. Não temos que excluir nem um, nem outro pela idade, e sim, pelo compromentimento dentro de campo. Quem tem que se afirmar é o jogador".

Individualidade X coletividade

Assim como os dirigentes e Gilmar Rinaldi, Dunga destacou que o foco agora é no grupo. "No Brasil acham que craque não precisa participar de jogo. O futebol é total, de todos os setores do campo. Não de um único jogador. Não pode querer criar um Pelé a todo momento. o Pelé é um mito. O ídolo não se cria, ele vai conquistando espaço pela sua performance em campo. O Brasil sempre vai ter jogadores talentosos, mas o bom técnico tem que saber tirar o melhor da individualidade para o coletivo".

"Essa Copa serviu para mostrar que o talento é importante, mas o planejamento também é. Que o marketing é importante, mas que o trabalho dentro de campo é mais. Temos talento, sempre vamos ter. Hoje elogíamos muito a organização da Alemanha. Temos que buscar dentro da organização, um futebol com características do futebol brasileiro. Mas trazer jogadores que podem realizar isso dentro de campo", defende o novo treinador do Brasil.

Felipão

Sem citar nomes, Dunga fez referência a postura do ex-técnico do Brasil Luiz Felipe Scolari e sua comissão técnico, que antes da Copa disseram que o Brasil estava com uma mão na taça.

"Não vou vender sonho, e sim, uma realidade. Futebol é imprevisível. Não pode achar que somos melhores. Nós já fomos, mas precisamos resgatar essa qualidade. Trabalhar arduamente para reconquistar esse direito. Não pode vender ilusão que as coisas são fáceis, que vai conseguir de um dia para outro".

Dunga recorreu ao tom crítico em diversos momentos da entrevista. "Não pode passar que somos melhores, porque quando o adversário ver que você não dribla, ele te dribla; ver que não quer jogar, ele joga. Eles respeitam tanto a camisa que querem ganhar do Brasil o tempo todo. Não pode é achar que vai ganhar antes da Copa acontecer, porque não acontece nada antes do jogo. A realidade são os 90 minutos, é ali que devemos decidir tudo".

Em outro momento, o gaúcho também falou da necessidade de preparo psicológico, um dos pontos criticados na equipe de Felipão. "O jogador precisa ter equilíbrio emocional para demonstrar sua emoção no momento certo. Tem que está preparado para assumir seu papel a todo instante".

O novo comandante também reprovou a atitude de Felipão de realizar um bate-papo com um grupo fechado de jornalistas. "As conversas tem que ser como está acontecendo aqui, com todo mundo, para todo mundo ouvir".

>> Veja o que se fala da volta de Dunga pelo Twitter:

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