EC.VITÓRIA
Após falhas, Caíque tem a missão de superar as críticas
Por Sérgio Loureiro*
A glória no domingo e o fiasco na quarta. Assim foram os últimos dias de Caíque, goleiro do Vitória. Como a maioria dos jovens jogadores que despontam em seus clubes, o arqueiro vive, com intensidade, bons e maus momentos com a camisa do Leão. Chamado de "paredão rubro-negro" na partida contra o Vasco, no último domingo, quando ajudou a equipe a conquistar o primeiro triunfo pelo Campeonato Brasileiro, agora, após a derrota para o Sampaio Corrêa, na última quarta-feira, pela Copa do Nordeste, Caíque é cercado de críticas e questionamentos por parte dos torcedores.
Em meio a esse turbilhão de acontecimentos, o Vitória tem encaminhado com o atleta a renovação de seu contrato - o atual se encerra em setembro. O novo acordo deve ir até o final de 2020 e resta somente a assinatura para fechar o negócio. A renovação mostra o respaldo que Caíque tem encontrado no clube, desde a sua efetivação e manutenção no time titular. Algo que, em relação à titularidade, pode estar com os dias contados.
No desembarque do time em Salvador, na tarde desta quinta-feira, 17, o técnico Vagner Mancini foi questionado por torcedores no aeroporto sobre a utilização do jovem goleiro. Em tom contundente, Mancini bancou para si a responsabilidade nas escolhas do time, mas deixou em aberto a titularidade de Caíque (leia mais sobre o caso na matéria ao lado) para o confronto com o Ceará, às 11h do domingo, no Barradão, pela 6ª rodada do Campeonato Brasileiro.
É fato que Caíque tem apresentado irregularidade em suas atuações. Alternando bons e maus momentos na temporada, o arqueiro é uma espécie de reflexo do Vitória de 2018: um time que oscila entre grandes atuações e partidas fracas.
Muito se fala da exposição que o setor defensivo do Vitória submete o seu goleiro. Isso justifica o alto número de gols sofridos na temporada (o time tem a segunda pior defesa do Brasileirão, atrás apenas do lanterna Paraná).
Mas os erros individuais, como contra o Sampaio Corrêa, acentuam e direcionam a onda de críticas a Caíque. Analisando o rendimento individual de Caíque, sua interferência no âmbito coletivo não é tão diferente dos números de seu antecessor, Fernando Miguel.
Neste ano, Caíque disputou 14 jogos, tendo sofrido 22 gols (média de 1,57 gols sofridos por partida). Já Fernando Miguel, agora no Vasco, entrou em campo pelo Vitória em 19 ocasiões e sofreu os mesmos 22 gols (média de 1,15).
Com o jovem da base, o Vitória possui 47,6% de aproveitamento no ano; número não distante dos 50,9% de aproveitamento de Fernando Miguel.
A voz do especialista
Emerson Ferretti, ex-goleiro do Leão e comentarista esportivo, diz que, em sua opinião, a hora é de preservar o atleta. “Ele perdeu a confiança pela sequência de erros. Isso se torna um risco muito grande para o time, que não vem bem e precisa somar pontos. Ele tem que lidar com a crise, críticas da torcida, imprensa. Isso abala a confiança”.
Ferretti diz enxergar, também, algumas falhas técnicas em Caíque. “Assim como Dida, ele recua nos cruzamentos, vai para dentro do gol. Esse posicionamento dificulta a defesa. Outro erro que vejo é que ele costuma não esperar o chute para reagir. Além disso, por ser alto, tem que trabalhar a velocidade”, explica.
*Sob supervisão do editor interino Lucas Cunha
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