EC.VITÓRIA
Após gols decisivos, Nino comemora volta por cima
Por Moysés Suzart

Quando algum jogador faz um golaço, a nova geração tem uma alcunha para o que a velha guarda chamava de gol de placa: jogada de vídeo game. É quando o gol foi tão perfeito que só seria possível repetir mexendo no controle de um Playstation da vida. Foi o que Nino Paraíba conseguiu fazer no triunfo diante do América Mineiro: uma pintura nada virtual. "Ele apertou o botão X ou R1 para fazer aquele gol, só pode", brincou o viciado atacante Leilson, que se recupera de contusão.
O problema é que Nino não sabe nem ligar um console. "Rapaz, essa galera é viciada em joguinho. Na concentração ficam jogando o tempo todo. O Gabriel é um viciado. Ele que faz jogada de vídeo game. Eu faço gol real mesmo, pois nem sei como se joga aquilo", brincou o lateral-direito, que tem um jeito mais tradicional para tentar fazer gols de placa.
Segundo Nino, a melhor brincadeira não é em frente à TV, mas nos rachões tradicionais que antecedem as partidas. "Minha brincadeira que ajudou a fazer os dois gols é jogar de atacante nos treinos recreativos. Dedico eles a Douglas, que sempre leva gol meu. Treinei bastante e agora agradeço a nosso goleiro, que me deixa fazer golaços nos treinos", valorizou Nino, com doses de ironia.
Brincadeira à parte, o ala rubro-negro assegura que o sorriso no rosto de agora não denuncia o que o atleta já passou no começo do ano. Com problema no púbis, Nino foi submetido a uma cirurgia que o deixou quase seis meses parado. Momentos de tristeza, mas que o jogador não esconde. "Era triste demais ver a minha filha Maísa perguntando se eu não voltaria a jogar. Foram momentos difíceis, pois eu estava jogando no sacrifício e tinha dores que nem me deixavam dormir. Hoje, a dor acabou e eu me sinto bem, mas não acho que estou 100% ainda. Posso me esforçar mais e chegar ao futebol que quero apresentar", assegurou Nino, afirmando também que a partida de ontem foi sua melhor na carreira.
Messi - No segundo gol, após ganhar a bola na raça e tirar o goleiro da jogada com um corte de craque, Nino não teve dúvida de que apenas outro jogador poderia fazer a jogada. "A turma está dizendo que só Messi faz um daqueles, né? Mas é um exagero dizer que sou Leonel Nino. Isso é a turma da resenha. Porém, isso é bom pra mostrar que estamos mais leves, sem a tensão de antes. Graças a Deus estamos bem", confessou um articulado Nino, que costumava ser caladão antes do show da última terça.
A única lamentação de Nino foi a ausência de sua filha Maísa, que costuma ir a todos os jogos. Justamente no dia inspirado do pai, a menina de seis anos não foi. "Estava chovendo muito e decidi não levar. Porém, antes de sair de casa, ela me avisou que eu faria gol. Quando eu disse que fiz dois, ela falou: 'não te disse?'", vibrou Nino.
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