VITÓRIA
Vergonha colossal
Pela quinta vez seguida, Leão é desclassificado na primeira fase do Campeonato Baiano e aprofunda a sua crise
Por Daniel Farias

Não deu, mais uma vez, para o Vitória. A equipe amarga, pelo quinto ano consecutivo, a eliminação na primeira fase do Campeonato Baiano ao empatar em 0 a 0 com o Barcelona de Ilhéus, ontem, no Barradão. Um feito negativo inédito na história do clube, que aprofunda a sua crise. O ainda hoje maior campeão baiano do Século XXI, com 11 títulos de 22 disputados, segue em péssima fase, sem precedentes, e não apenas no estadual. No retorno à Copa do Nordeste, após ficar fora em 2022, não conseguiu vencer e vive a iminente eliminação.
O drama do Rubro-Negro não é absoluto somente porque a equipe vai disputar o seu primeiro jogo pela Copa do Brasil contra o Nova Iguaçu na próxima quarta, às 15h30, no estádio Jânio Moraes, no Rio de Janeiro. Caso seja eliminado do torneio nacional, deve ficar com o calendário completamente ocioso até o início da Série B, em meados de abril.
O Barcelona de Ilhéus entrou em campo com o objetivo de segurar as tentativas de ataque do Vitória, que ansiava pelo gol. Com chances quase nulas de classificação, a equipe do interior não quis se arriscar para garantir a permanência na Primeirona do Baiano. O Vitória, por outro lado, pecou na falta de repertório ofensivo para furar o sistema defensivo da Onça Pintada.
Enquanto o coração dos torcedores do Leão estava no gramado do Barradão, os olhos e ouvidos também acompanhavam as partidas que poderiam interferir diretamente na classificação ou não do time. E tudo deu errado. Bahia, jogando com o sub-20, sofreu uma goleada do Itabuna, e o Jacuipense venceu o Cancão. Ou seja, os concorrentes direto triunfaram.
Em que pese a dramaticidade do confronto, a partida entre Vitória e Barcelona de Ilhéus seguiu em ritmo lento na etapa inicial, com poucas chances explícitas de gol. Ao tempo que o time visitante se fechou, o Leão buscava armar tramas ofensivas e conseguir uma boa oportunidade. Porém, não conseguiu pressionar, com consistência, o adversário, que soube manter a organização defensiva.
A primeira chance com algum perigo ocorreu aos 10 minutos, com Camutanga. Após cobrança de escanteio de Osvaldo, o zagueiro do Leão subiu bem e, de cabeça, quase marcou. Em seguida, o Barcelona respondeu no contra-ataque. Pablo cruzou para Everton, que não conseguiu finalizar. Aos 20 minutos, o Vitória teve a sua melhor chance na primeira etapa, que poderia ter mudado a história do jogo.
O lateral Zeca ganhou jogada na linha de fundo, cruzou à meia altura na área, e Diego Torres, sozinho, isolou a bola, por cima do gol. Foi uma inacreditável chance desperdiçada. Em mais uma trama, Zeca tocou para Osvaldo, que cruzou na medida, novamente, para Torres. O atacante finalizou e o goleiro Alexandre Villa fez boa defesa.
Nem técnica, nem garra
Em todo o primeiro tempo, o Vitória não demonstrou força para atingir o objetivo almejado. Nem técnica, nem garra, tampouco vibração. A equipe não parecia agir de acordo com o seu imenso desafio e seguia em passos lentos na partida.
No retorno do intervalo, Rafinha entrou no lugar de Thiago Lopes e demonstrou que queria jogo. Nos primeiros segundos, chutou forte de fora da área como um recado de “vamos para cima” para a zaga adversária e para o seu próprio time.
O chamado não surtiu efeito e, mesmo com as alterações de Léo Condé, a equipe manteve postura pouco agressiva. O tempo foi passando e a atuação do Vitória seguia a mesma, enquanto o Itabuna vencia o Tricolor com larga vantagem e o Jacuipense também ganhava. A torcida, apesar de tudo, seguia apoiando o time, ao menos para uma saída honrosa.
Nos últimos minutos, o Vitória rondou tanto o campo de de defesa do Barcelona, buscando abrir espaço, que Tréllez teve duas excelentes chances de balançar a rede, mas parou no goleiro Villa e na trave.
Primeiro, aos 39 minutos, Dibble entrou na área e próximo da linha de fundo, cruzou para trás. Tréllez recebeu o passe, dominou e chutou bem, mas a bola desviou e tocou no travessão. O atacante reclamou de mão de Caio, da Onça Pintada. No minuto seguinte, Tréllez arriscou de novo, na entrada da área, e o goleiro pegou e a bola ainda bateu na trave novamente.
Era tarde para qualquer reação e a eliminação do Baianão já estava encaminhada em todas as circunstâncias que poderiam interferir no desfecho. A torcida vaiou muito a equipe do Leão, fez protestos contra a diretoria, sobretudo o setor de futebol, e também alguns jogadores. Para sair da crise, que vem se arrastando, com momentos de respiro, nos últimos anos, as justificativas não bastam. Serão necessárias iniciativas práticas que conduzam o Rubro-Negro para uma situação melhor.
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