ESPORTES
Fifa pede suspensão de 2 anos de ex-presidente da federação alemã
Por Estadão Conteúdo
Apenas dez dias depois do reformado Conselho da Fifa se reunir pela primeira vez, um dos seus membros pode ser afastado do futebol por acusações relacionadas à corrupção na organização da Copa do Mundo. A procuradoria da Comissão de Ética da Fifa pediu nesta sexta-feira uma suspensão de dois anos de Wolfgang Niersbach, membro do Conselho da Fifa, em uma investigação sobre a candidatura alemã para sediar a Copa do Mundo de 2006, um caso que também podera acabar com a carreira de Franz Beckenbauer no mundo do futebol.
A câmara do comitê de ética da Fifa disse ter recebido o arquivo final da investigação e abriu um processo formal contra Niersbach. "A câmara investigadora recomenda uma sanção de dois anos de inelegibilidade de toda atividade relacionada com o futebol e uma multa de 30 mil francos suíços (aproximadamente R$ 108 mil)", indicou o organismo.
Em março, foi aberta uma investigação contra seis dirigentes alemães, incluindo Niersbach, que foi eleito no ano passado para ocupar cargos nos comitês executivos da Fifa e da Uefa. Ele está sendo investigado por "possível não denúncia" de comportamentos antiéticos dos outros e conflito de interesses.
"Também é uma questão de honra e de proteger os meus direitos pessoais para me opor a este movimento com todos os meios disponíveis de recurso", disse Niersbach em um comunicado. O executivo declarou que o seu caso está relacionado com "eventos relacionadas com a Copa do Mundo de 2006, dos quais eu tive conhecimento de forma gradual no verão de 2015".
Beckenbauer, um dos grandes jogadores da história do futebol alemão, e três outros membros da organização do Mundial estão sendo investigados pelo Comitê de Ética da Fifa por uma série de contratos e pagamentos irregulares durante o processo de candidatura e depois de organização da Copa do Mundo.
Nesta sexta-feira, não foram fornecidos os detalhes dos outros cinco casos que estão sendo investigados. Os procuradores federais suíços e os investigadores alemães de crimes penais e fiscais têm processos abertos a respeito.
Niersbach renunciou no ano passado à presidência da Federação Alemã de Futebol, mas manteve seus cargos na Fifa e na Uefa. Ele participou na última quarta-feira da reunião do Comitê Executivo da Uefa na Basileia, na Suíça, onde foi definida a data para as eleições presidenciais da entidade que vão definir o substituto de Michel Platini, que está cumprindo uma suspensão de quatro anos.
No ano passado, o dirigente alemão foi apontado como um possível aspirante à presidência da Uefa, até que as acusações sobre a Copa do Mundo de 2006 voltaram a ganhar força. A Justiça da Suíça investiga acusações sobre a competição, em um caso mais amplo sobre práticas corporativas da Fifa.
O principal caso investigando pela Fifa gira em torno de Beckenbauer, que liderou o comitê organizador da Copa do Mundo e se juntou ao Comitê Executivo da Fifa em 2007, Theo Zwanziger, que substituiu Beckenbauer na Fifa em 2011, Horst Schmidt, vice-presidente do comitê organizador da Copa do Mundo; e Stefan Hans, diretor financeiro da competição.
Niersbach e o diretor do torneio de 2006, Helmut Sandrock, enfrentam acusações menores de contravenção por não terem informado possíveis irregularidades. Sandrock renunciou ao cargo de secretário-geral da federação alemã em fevereiro.
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