CAMPEONATO BAIANO
Final reflete domínio do interior na artilharia no século XXI
Em 2022, a escrita já está garantida, com a liderança de Miller, do Atlético de Alagoinhas, com cinco gols
Por Luiz Teles
A apenas um dia da primeira partida da decisão do Campeonato Baiano 2022, entre Atlético e Jacuipense, neste domingo, 3, às 16h, no Carneirão, cresce a expectativa de ver, pela sexta vez na história, uma equipe do interior do estado vencer a competição, com um time campeão pelo segundo ano consecutivo. Mas, se na disputa dos títulos a presença dos times de fora da capital ganhou força apenas nas últimas temporadas, na briga pela artilharia do torneio a história é bem diferente.
No século XXI, quem deu as cartas neste quesito não foi a dupla Ba-Vi: dos últimos 21 Baianões, coube 15 vezes a um atleta do interior o título de goleador máximo do campeonato. Em 2022, a escrita já está garantida, com a liderança de Miller, do Atlético de Alagoinhas, com cinco tentos marcados até aqui.
Pertinho de Miller está Jeam, do Jacuipense, com quatro gols no Baianão, mesma marca que também ostenta o rival Thiaguinho, do Carcará. Além deles, Gabriel Esteves (Atlético) e Welder (Jacuipense), ambos com três tentos, ainda podem alcançar o topo da tabela de goleadores.
Tanto Miller quanto Jeam se mostram empolgados com a possibilidade de serem artilheiros do Baianão, mas garantem que o foco principal está na conquista do título. “Os feitos individuais são importantes, mas hoje o meu principal objetivo é ser campeão junto com os meus companheiros”, afirma Miller. “Quero buscar a artilharia, mas ela tem que vir como consequência do nosso objetivo maior, do grupo, que é o título da competição”, reforça Jeam.
Para o técnico do Atlético, Agnaldo Liz, o apetite pela artilharia alimenta também alimenta a briga pelo título. “É muito importante pra gente ter o artilheiro hoje e ele poder brigar por ela nesses jogos finais. É claro que nosso foco é o título, mas com certeza é uma motivação a mais num momento tão importante do campeonato, não somente pela projeção que tantos outros atletas já ganharam com a artilharia, mas pelo valor histórico para o clube”, diz.
Os dois times se destacam pelo desempenho ofensivo. O Jacupa tem o melhor ataque da competição (20 gols), seguido pelo Carcará (19).
Domínio no Século XXI
De 1954, quando o Fluminense de Feira se tornou o primeiro time do interior do estado a jogar o Baianão, até 2000, apenas por oito vezes, em 46 edições, o artilheiro da competição foi de uma equipe de fora de Salvador (17,4%). Com a virada do século, a marca é de 15 em 21 (71,4%).
A principal razão para a mudança é o fortalecimento das equipes do interior no período e o declínio de concorrentes históricos da capital, como Galícia, Ypiranga, Botafogo, etc. Fórmulas de disputas nas quais a dupla Ba-Vi só disputava a fase final do campeonato também contribuíram para o desequilíbrio a favor dos clubes de fora de Salvador.
Artilheiros no Século XXI
2001 Marcos Chaves (Camaçari) - 17 gols
2002 Fafá (Cruzeiro) - 20 gols
2003 Nadson (Vitória) e Renna (Catuense) - 7
2004 Obina e Gilmar (Vitória) - 6
2005 Dill (Bahia) - 9
2006 Ednei (Colo-Colo) - 23
2007 Índio (Vitória) - 26
2008 Tatu (Conquista) e Souza (Fluminense) - 16
2009 Neto Baiano (Vitória) - 18
2010 Sassá (Ipitanga) - 13
2011 Sassá (Ipitanga) e Geovanni (Vitória) - 10
2012 Neto Baiano (Vitória) - 27
2013 Rômulo (Bahia de Feira) - 13
2014 Tiago Alagoano (Jacuipense) - 12
2015 Kieza (Bahia) - 8
2016 Nino Guerreiro (Juazeirense) - 6
2017 André Lima (Vitória) e Marclei (Bahia de Feira) - 7
2018 Neilton (Vitória) - 7
2019 João Neto (Atlético) - 8
2020 Marcelo Nicácio (Fluminense) - 8
2021 Ronan (Atlético) - 5
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