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Fonte Nova: 5 anos após desabamento, famílias não esqueceram

Por Rafael França

24/11/2012 - 21:14 h
Implosão da Fonte Nova
Implosão da Fonte Nova -

O formato de ferradura e a abertura na arquibancada que exibe como pano de fundo o Dique do Tororó são os mesmos, mas o imponente monumento que se ergue celeremente no coração de Salvador pouco ou nada diz aos familiares dos torcedores que, há exatos cinco anos, sucumbiram ao desabamento de uma parte da arquibancada superior da antiga Fonte Nova.

Diante da iminência de a nova Arena ser entregue para servir à Copa das Confederações, em 2013, e à Copa do Mundo, em 2014, a maior parte dos parentes das sete vítimas daquele fatídico 25 de novembro de 2007 ainda guarda mágoa dos administradores do antigo estádio e rechaça qualquer possibilidade de revisitar o local.

"Eu não faço nem ideia do que se passa por lá. A responsabilidade deles foi muito grande. Tudo podia acontecer, mas a ambição do dinheiro levou àquilo", conta Elias Santos, pai da vítima Midan Andrade Santos.

Segundo Ilka Oliveira, assistente social que, desde a época do acidente, ajuda os familiares a receberem as indenizações junto ao governo baiano, os parentes das vítimas Márcia Santos Cruz, Joselito Lima Júnior, Milena Vasques Palmeira, Djalma Lima Santos, Anísio Marques Neto e Jadson Celestino Araújo Silva não querem mais falar sobre o assunto, mas partilham do sentimento de Elias.

Psicólogo recomenda apoio - Segundo o psicólogo e professor da Universidade Federal da Bahia, Domingos Barreto de Araújo, o trauma dos familiares se justifica pela impossibilidade de evitar a lembrança da tragédia. "Isso fica como registro na memória das pessoas, devido a um comportamento psicológico que, de certa forma, traz um incômodo, em função de a memória pessoal voltar àquele lugar onde ocorreu aquela tragédia", diz Domingos.

Embora a repulsa à Nova Arena e o incômodo das más recordações tendam a se manter vivas no imaginário destas pessoas, pontua o psicólogo, se impõe como fundamental o oferecimento de apoio psicológico para que o trauma possa ser amenizado.

"O trauma para quem passou pela experiência persiste e carece de ser devidamente equacionado com o apoio psicológico que o caso individual pode requerer. Mas os sobreviventes e os parentes dos que morreram ou foram politraumatizados necessitarão de apoio psicológico e de amparo consoante políticas públicas pertinentes", sugere.

Indenizações estão em dia - Embora as perdas dos seus entes queridos ainda deixem reminiscências dolorosas, as famílias recebem amparo financeiro do Governo do Estado, que foi o único responsabilizado pelo acidente, uma vez que a antiga Fonte era administrada diretamente pela Sudesb (Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia).

A indenização que coube ao Governo é o equivalente a um salário mínimo mensal, como forma de pensão vitalícia, e está sendo paga regularmente. Pelo acerto, somente o (a) cônjugue e/ou os filhos têm direito ao recebimento. Apenas a família de Jadson Celestino Araújo Silva, por não ter entrado com petição ao processo de Pensão Especial, não recebe a quantia.

Ainda de acordo com Ilka, somente um dos filhos de Anísio ainda não recebe a pensão, por ser menor de 18 anos. "Mas o processo ainda está em andamento. O dinheiro está sendo guardado, mas está sendo repassado. A partir do momento em que o alvará for liberado, ele receberá o retroativo", explica.

Já o seguro do torcedor, estipulado no valor de R$ 25.000,00, ficou a cargo da Excelsior Seguros. A lógica de indenização é a mesma da pensão, com a diferença de que 50% do valor são destinados aos cônjuges e a outra metade é para os herdeiros.

Somente a família de Midian recebeu a quantia do seguro pela metade, em virtude de um processo judicial que trava a quitação do valor restante.

O acidente - Em 25 de novembro de 2007, o Bahia jogava contra o Vila Nova, pela penúltima rodada do octogonal final da Série C do Campeonato Brasileiro. A ficha técnica do jogo apontou um número total de 60.007 pessoas nas arquibancadas, mas especialistas e torcedores em geral chegaram a estimar que o número tivesse sido maior e que a Fonte Nova tivesse sido palco de uma superlotação.

Decorriam-se pouco mais de 25 minutos do segundo tempo, quando um clarão se abriu no anel superior da arquibancada, à direita da torcida Organizada Bamor. Parecia apenas mais um princípio de confusão, mas o círculo que se formava era uma tentativa dos torcedores de evitar o mesmo destino das pouco mais de 30 pessoas que caíram junto com o desabamento de uma parte da arquibancada.

Deste número, 11 despencaram de uma altura de cerca de 20 metros e caíram do lado de fora do Estádio. Seis morreram na hora e uma chegou a ser encaminhada para o HGE em estado grave, mas faleceu no caminho. Outros 13 tiveram ferimentos graves, mas sobreviveram.

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