OLIMPÍADA
Atletismo e o desafio de uma Olimpíada sem Bolt
Usain Bolt se aposentou após o Mundial de Londres-2017, mas seu adeus aos Jogos Olímpicos aconteceu um ano antes, na Rio-2016, onde voltou a ser o herói do atletismo. Em Tóquio-2020, uma nova geração quer seguir os passos do astro jamaicano.
Nas provas de velocidade ainda não surgiu uma figura que consiga se aproximar do carisma de Bolt e suas oito medalhas de ouro olímpicas, apesar das conquistas recentes de atletas como o americano Noah Lyles (ouro no Mundial de 2019 nos 200 metros e 4x100 metros em 2019) ou Trayvon Bromell, que com o tempo de 9.77 foi o mais rápido na prova dos 100 metros este ano.
As atenções estão voltadas agora para outras provas, que ficavam em segundo plano durante a carreira de Bolt, e que viram surgir grandes estrelas nas últimas temporadas, com direito a recordes mundiais.
"Com frequência me perguntam como está o esporte depois de Bolt. Parece que tem boa saúde em uma ampla gama de provas de atletismo", disse o presidente da Federação Internacional de Atletismo (World Athletics), o britânico Sebastian Coe, em uma entrevista às agências de notícias.
Um sintoma dessa boa saúde é a prova dos 400 metros com barreiras, uma das mais aguardadas de Tóquio-2020.
O norueguês Karsten Warholm (25 anos), vencedor nos últimos dois Mundiais, buscará sua primeira medalha olímpica e com uma confiança gigantesca depois de bater o recorde mundial da prova no início do mês em Oslo, com o tempo de 46 segundos e 70 centésimos, superando a marca anterior que estava em pé desde os Jogos de Barcelona-1992.
O mérito de Warholm é ainda maior quando se considera que a prova tem outros atletas espetaculares como o americano Rai Benjamin, o catari Abderrahman Samba e o brasileiro Alison dos Santos, o Piu, de apenas 21 anos.
Esperanças brasileiras
Alison é a maior esperança de medalha do atletismo brasileiro em Tóquio. Mas o país também tem outros nomes que podem chegar ao pódio olímpico.
O país aposta em Darlan Romani (arremesso de peso, quarto colocado no Mundial de 2019), Erica Sena (marcha atlética) e Caio Bonfim (marcha atlética, bronze na prova de 20 km do Mundial de 2019), além dos revezamentos 4x100 metros masculino e feminino.
E também voltará ao palco olímpico Thiago Braz, que surpreendeu o mundo ao levar o ouro no salto com vara na Rio-2016, mas que não teve um ciclo de bons resultados. A prova atualmente é dominada pelo sueco Armand Duplantis (marca de 6,15 metros).
Na América Latina, o grande nome dos Jogos será a venezuelana Yulimar Rojas, prata no salto triplo na Rio-2016, mas que dominou o ciclo olímpico, com direito a dois títulos mundiais (2017 e 2019).
Aos 25 anos, Rojas não tem rival na prova e sonha bater o recorde mundial da ucraniana Inessa Kravets (15,50 m). Em maio ela saltou 15,43 metros, a segunda melhor marca da história.
O desafio de Sifan Hassan
Outro nome destinado ao protagonismo em Tóquio-2020 é o da holandesa Sifan Hassan, que sonha com uma histórica tríplice coroa nos 1.500, 5.000 e 10.000 metros.
A jamaicana Shelly-Ann Fraser-Pryce almeja conquistar o terceiro ouro olímpico nos 100 metros, enquanto o ugandês Joshua Cheptegei será o homem a ser batido nos 5.000 e 10.000 metros.
Apenas 18 medalhistas de ouro das 43 provas individuais do atletismo nos Jogos Rio-2016 estarão em Tóquio para defender seus títulos, o que abre o leque de possibilidades e garante um rol de novos campeões olímpicos.
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