ESPORTES
Organizada admite que invadiu para interromper jogo
Por Agência Estado
Raiva, vexame. Este foram alguns dos sentimentos que levaram a torcida corintiana a quebrar os portões e tentar invadir o gramado do Pacaembu, segundo um integrante da Camisa 12, torcida organizada do Corinthians. O terceiro gol do River Plate foi considerado uma vergonha pelos torcedores. E a tentativa de invasão, segundo o corintiano, foi para acabar de vez com o jogo - e a humilhante derrota que poderia ser maior. "A gente nunca quis bater nos jogadores. Era só para parar o jogo", afirmou Antônio Carlos, diretor social da organizada.
Segundo o integrante da Camisa 12, nada foi combinado. "Foi por instinto", disse, defendendo a atitude dos torcedores. "A torcida não exagerou. A gente estava com raiva, ainda estou. É difícil de segurar." Questionado se também estava entre os torcedores que tentaram invadir o campo e entraram em choque com a Polícia, Antonio Carlos titubeou. "No começo não. Fiquei meio de lado..."
Para o vice-presidente da Gaviões da Fiel, Wildner Rocha, a atitude partiu inicialmente de alguns torcedores que pularam os alambrados. "A partir daí todo mundo queria pular", afirmou. "Quando vimos que tinha pessoas lá no meio (da confusão) com a camisa da Gaviões, fomos lá tentar tirar eles. Eu tenho um compromisso com a torcida e com o major da polícia", disse o torcedor, que não quis colocar a culpa em ninguém. "Como vou analisar o sentimento de milhares de pessoas? Não quero falar um culpado, mas o Corinthians não deveria ter colocado a partida no Pacaembu. Deveria ter sido no Morumbi."
Mesmo afirmando que não haveria violência contra os jogadores, o torcedor da Camisa 12 não economizou nos palavrões ao se referir ao elenco corintiano. O meia Ricardinho foi o principal alvo. E sobraram reclamações até para a PM. "Eles agiram mal. Ontem era um jogo para a família ver e eles ficaram jogando bombas", disse Antônio Carlos, lamentando a desclassificação do time na Libertadores. "Acabou a nossa alegria este ano. A torcida só queria a Libertadores."
Sobre a medida do Ministério Público, policias Militar e Civil , Procon e Federação Paulista de Futebol, de afastar as organizadas dos estádios de São Paulo por cerca de 120 dias, Wildner é bem claro. "É lamentável. A FPF já adotou esta medida antes e não deu certo", disse o torcedor, acreditando que a violência não vai acabar por causa da determinação.
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