PARALIMPÍADA
Os números não são apenas entretenimento no esporte paralímpico
Cobertura esportiva e números caminham juntos há muito tempo. Faz parte do fascínio por grandes histórias a capacidade de enquadrá-las em determinado recorte numérico e quantificar o peso de uma conquista. Às vezes é até mais simples que isso. Olimpíadas e Paralimpíadas nos oferecem a chance de nos entretermos com o acompanhamento diário do quadro de medalhas, um fenômeno curioso, já que ao mesmo tempo essa contagem não conta para nada, mas conta muito também.
Não existe prêmio para o país "vencedor" dos Jogos - muitas vezes o critério para decidir esse título fictício, inclusive, varia. Mas amamos ver aqueles números mudando, compará-los com o de outros ciclos ou outros países. Quando os Jogos Paralímpicos de Tóquio se encerrarem neste domingo, 5, o desempenho do Brasil vai ser contado por alguns destes números.
Primeiro, chegamos a 100 medalhas de ouro na história quando Yeltsin Jacques venceu os 1500m classe T11 (para atletas cegos), no dia 31 de agosto.
Na véspera do encerramento, duas novas marcas foram adicionadas quase simultaneamente. Primeiro, as meninas do vôlei sentado conquistaram o bronze diante do Canadá e confirmaram a 14ª modalidade diferente a subir no pódio pelo Brasil em Tóquio. O recorde anterior era de 13, no Rio de Janeiro, em 2016.
Logo depois, com a vitória da seleção de futebol de cinco na final contra a Argentina, alcançamos o 22º ouro em Tóquio, superando a maior soma até então, que tinha sido registrada nos Jogos de Londres, em 2012.
Ainda tentamos bater uma marca, mas com apenas mais um dia de competições, o panorama não é o mais otimista. Terminamos o sábado, 4, com 71 pódios e nosso recorde é de 72, também na Rio 2016. No domingo, 5, Vitor Tavares tentará o bronze no badminton, esporte estreante em Paralimpíadas. Ele parece ser o mais próximo da medalha, embora tenhamos Yeltsin Jacques - ele de novo - e Edneusa de Jesus na disputa de duas das cinco maratonas paralímpicas.
Uma marca, porém, não será alcançada. Não há mais provas o suficiente para passar a Ucrânia e alcançar o sexto lugar, que seria a melhor colocação na história do país. A atual sétima posição iguala Londres novamente, mas há de se ficar atento à Austrália, dois ouros atrás.
Todos esses números arredondam as narrativas e aumentam a autoestima dos atletas brasileiros, seja individualmente ou como delegação. Porém, uma outra quantia terá impacto mais imediato na vida deles. Os medalhistas em modalidades individuais ganharão R$ 160 mil, R$ 64 mil ou R$ 32 mil por cada ouro, prata e bronze, respectivamente.
Já os que fazem parte de equipes ganharão, cada um, R$ 80 mil (ouro), R$32 mil (prata) ou R$ 16 mil (bronze). Aí mora o real valor dos números que tanto gostamos de acompanhar.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes