ESPORTES
Sem "estrela Romário", Brasil comemora título da união na areia
Por Agência Reuters
Após a conquista do título do Mundial de futebol de areia no domingo, a união do grupo foi destacada à exaustão pelos jogadores da seleção brasileira depois das disputas de ego que prejudicaram o time no ano passado.
Sem jogadores consagrados como Jorginho, Neném e Juninho, e principalmente o tetracampeão do mundo Romário, o Brasil recuperou-se da derrota nas semifinais de 2005 ao bater os uruguaios por 4 x 1 na final para conquistar a segunda Copa do Mundo da Fifa, em Copacabana.
"O grupo é perfeito, é até difícil destacar um, a união é espetacular", disse após a partida o defensor Buru, remanescente da equipe 3a colocada no Mundial do ano passado.
"O Romário é uma estrela, ele chegou estrela dentro do nosso grupo. Lógico que todo mundo sabe que ele era uma estrela mundial, tetracampeão do mundo", acrescentou Buru, que perdeu a vaga de titular e a camisa 11 da equipe com a entrada de Romário ano passado.
Com a intenção de promover o primeiro Mundial de futebol de areia sob sua chancela, a Fifa negociou a participação de Romário na seleção brasileira, e o atacante acabou marcado por uma briga de espaço com os veteranos da praia, especialmente Jorginho.
QUATRO PRÊMIOS
O técnico do Brasil, Alexandre Soares, questionado pela renovação promovida na equipe antes do início do torneio, não escondeu a satisfação pelo sucesso do trabalho. Uma de suas medidas foi preparar a equipe com duas semanas de treinamentos no Espírito Santo, para fugir da badalação de Copacabana.
Soares exaltou ter conseguido convencer os jogadores da importância de atuarem para o grupo, o que, segundo ele, rendeu ao Brasil os prêmios individuais de segundo melhor jogador e vice-artilheiro para Benjamin, e de terceiro melhor e terceiro goleador para Bruno.
"Quando formamos essa equipe tínhamos certeza que eles como equipe são muito fortes. Todos os dias a gente sempre frisou isso, que como equipe eles são 12 jogadores extraordinários, mas que teriam que jogar como equipe, e jogaram, e por isso conquistamos o título", afirmou o treinador a jornalistas após a partida.
"O grande barato foi fazer esses grandes jogadores atuarem como equipe. O resultado está ai, conquistamos o título e levamos quatro prêmios individuais. Quando a equipe ajuda, sem dúvida que a individualidade vai aparecer."
LEMBRANÇA DOS EXCLUÍDOS
O capitão Júnior Negão e Benjamin, estrelas da antiga geração que permaneceram no grupo para esta conquista, destacaram a importância dos ex-companheiros para que o Brasil reconquistasse o título mundial que detinha antes da intervenção da Fifa na modalidade, em 2005, quando a França sagrou-se campeã.
"Não tem como não falar dos que não estão aqui, o Jorginho, o Neném, o Robertinho, o Juninho. Eles ajudaram a gente a estar aqui, grande parte desse título é deles também. Os que estão aqui têm que agradecer a eles, porque eles ajudaram a galera toda a vir aqui torcer por nós", disse o capitão, que não soltou o troféu de campeão em nenhum momento.
Ao contrários dos veteranos, o jovem Sydney, um dos símbolos da renovação da equipe, preferiu não comentar a ausência dos "esquecidos". Autor de três gols na vitória brasileira sobre Portugal na semifinal, o jogador reforçou a tese de "união faz a força".
"O trabalho foi feito de forma correta, nos esforçamos bastante, lutamos muito, ficamos um mês fora de casa treinando e agora veio a recompensa", disse ele.
"Temos que exaltar o grupo que está aqui dentro, nós fomos campeões e não tem mais o que falar. O nosso grupo é únido, e conquistamos o título."
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