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09/12/2023 às 5:40 | Autor: João Vítor Sena*

TEMPERATURA

Onda de calor faz crescer busca por ar-condicionado

Moradores de condomínios precisam consultar as convenções dos empreendimentos antes mesmo de instalar aparelho

Ar-condicionado dentro de casa se torna um item essencial com chegada das altas temperatura
Ar-condicionado dentro de casa se torna um item essencial com chegada das altas temperatura -

Com a chegada do verão e das ondas de calor, o ar-condicionado dentro de casa se torna um item essencial para quem quer escapar das altas temperaturas. Porém, especialistas afirmam que aqueles que desejam instalar o aparelho em suas residências devem atentar às convenções estabelecidas pelos condomínios, assim como à sua estrutura física, já que o modelo escolhido deve se encaixar em padrões específicos.

“A procura é tanta que, em algumas lojas (de ar-condicionado), o estoque já acabou”, afirma Jean Azevedo, dono da R&C, empresa especializada em serviços de climatização. Ele ainda reforça que o ventilador, outra opção bastante utilizada em períodos de altas temperaturas, é menos eficiente que o ar-condicionado no combate ao calor.

“Isso porque o ventilador, num ambiente fechado ou aberto, vai circular a temperatura que se encontra no ambiente. Já o ar-condicionado vai circular ar refrigerado, proporcionando conforto térmico e bem-estar”, relata Azevedo.

Tiago Uehbe, estudante de medicina, relata que esse é um dos motivos que o levou a adotar a opção mais cara. “No verão, minha casa esquenta bastante. O ventilador circula o ar, mas não tira o abafamento, então prefiro usar o ar-condicionado para ter mais higiene do sono, dormir mais confortável”, conta.

Três modelos

Segundo Darley Silva, gestor da Alcatéia Climatização, existem três modelos de aparelhos que são mais utilizados em residências: os do tipo on/off, inverter e de janela. Cada um deles possui diferenças fundamentais entre si.

Os modelos on/off, comumente chamado de “convencional”, e inverter são subcategorias de ar-condicionado split. Ambos os modelos demandam a instalação de dois aparelhos, um dentro de casa, o próprio ar-condicionado, responsável pela refrigeração interna, e uma condensadora, que geralmente fica na fachada dos apartamentos.

De acordo com Joseval Santos, técnico em refrigeração e dono da empresa Joseval Refrigeração, a principal diferença entre os modelos está na forma com que eles funcionam. O ar-condicionado convencional, assim que acionado, atua na capacidade máxima para atingir a temperatura programada no controle remoto e, quando ela é atingida, o aparelho desliga automaticamente. Porém, ele reinicia toda vez que detecta oscilações na temperatura, provocando picos no consumo de energia.

Por outro lado, o inverter não desliga quando resfria o ambiente até a temperatura programada, mas diminui sua capacidade energética para manter o resfriamento ativo. Dessa forma, não há picos no gasto de energia, gerando economia na conta de luz. “A vantagem é enorme. O rendimento é calculado de acordo com a temperatura do ambiente, com uma climatização mais rápida”, explica Santos.

Já o ar-condicionado de janela, modelo mais antigo, concentra todos os componentes necessários para a refrigeração dentro de si mesmo, numa pequena “caixa”. Isso faz com que ele seja mais barato e mais fácil de ser instalado, em comparação aos modelos split. Porém, o aparelho também é mais barulhento e consome mais energia.

Regras do condomínio

De acordo com Cíntia Lavigne, advogada especialista em direito condominial, moradores devem consultar a convenção de seus prédios e condomínios antes de adquirirem ou instalarem um ar-condicionado, já que ela dita quais tipos podem ser instalados, a fim de evitar problemas na estrutura ou sobrecarga na rede elétrica.

“Cada condomínio tem uma estrutura, então, dentro da sua convenção ou do seu regimento interno, há a diretriz de que se pode ou não instalar um ar-condicionado. Se não puder, é proibido. Se puder, vai constar número de ares-condicionados (por apartamento) e a padronização (dos aparelhos). Geralmente, a proibição vem de condomínios mais antigos. Condomínios mais novos já têm essa estrutura (para suportar ares-condicionados). Então, eles já vêm com essa permissão” afirma Lavigne.

Ainda de acordo com a advogada, caso um morador instale um ar-condicionado que vá contra as normas do seu condomínio, ele pode receber uma notificação para a retirada imediata do aparelho. Permanecendo com ele, o morador pode receber uma multa ou até mesmo uma ação judicial por infringir as normas do condomínio.

Após a compra do modelo correto e da instalação, é necessário que moradores também se atentem à sua manutenção preventiva. “É interessante que a manutenção seja feita de seis em seis meses. Ela consiste na limpeza do ar-condicionado para que se evite o entupimento do dreno e a proliferação de bactérias, vírus e fungos”, afirma Darley.

*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló

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