CADERNO IMOBILIÁRIO
Aluguel de imóvel para o São João chega a R$ 13 mil
Apesar da alta demanda, ainda restam opções mais em conta para passar a festa no interior
Por Fábio Bittencourt
Quem faz plano de ainda alugar uma casa para pular fogueira e curtir o São João no interior, ao som de muito arrasta-pé e sanfona, deve dar uma acelerada se quiser garantir o conforto da família. É que na maioria das cidades a procura nesta época do ano costuma ser maior do que a oferta.
Em Amargosa, Cruz das Almas e Santo Antônio de Jesus, só para citar três dos principais polos juninos do estado, restam poucas opções de imóveis, por exemplo, em condomínio fechado, explica o delegado do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) no recôncavo baiano, Fábio Braga.
Para esses espaços, com maior infraestrutura e onde o preço chega a R$ 13 mil (de 22 a 26 de junho), a demanda tem início logo no começo do ano, diz Braga. Segundo ele, no entanto, restam opções, na faixa de R$ 3,5 mil a R$ 7 mil. Ofertas devem ser buscadas em plataformas imobiliárias, como AirBnb, diz.
“Não há muitos apartamentos no interior, onde a verticalização ocorre em escala menor”, afirma.
Em Cachoeira, distante 110 quilômetros de Salvador, – um dos palcos mais tradicionais da festa –, o cenário é parecido. Por lá, é comum morador alugar o próprio imóvel para visitantes, como forma de incrementar a renda familiar no período. É o caso da comerciante Alessandra Souza, 39 anos.
Dona de seis imóveis para locação, ela conta que negociou o lugar onde vive ainda em março. Quando a data chegar, mudará com marido e filhos para a casa da mãe. De acordo com Alessandra, ao lado da Festa Literária Internacional de Cachoeira e da Festa da Boa Morte, “São João é época de ganhar um extra”.
Além da apresentação de quadrilhas e filarmônicas, a prefeitura municipal de Cachoeira anunciou nomes de peso da música, como Geraldo Azevedo, Bell Marques e Simone Mendes. Para os amantes do reggae, contudo, o ponto alto costuma ser os shows dos expoentes do reggae e filhos da terra, Edson Gomes e Sine Calmon. “Se tivesse 50 casas, alugava todas”, fala Alessandra.
Bom para o engenheiro Zeno Sanches Batista, 65, que recentemente adquiriu um casarão datado de 1885, na cidade, com mil metros quadrados de área construída, e o objetivo de restaurar. Ele já pôs para alugar quatro quitinetes no São João, além de duas lojas do imóvel no andar térreo. “Esse é o primeiro São João, a expectativa é alta”, conta.
Outro que aguarda ansioso a chegada do festejo é o prefeito de Amargosa, Júlio Pinheiro (PT). Um dos destinos mais procurados da Bahia, o São João no município chega a atrair mais que o dobro da população local (de 38 mil), e incrementar a economia em até R$ 30 milhões.
“É festa com 20, 30 anos de tradição, em que as pessoas saem de casa para alugar aos visitantes. 100% dos leitos da cidade são ocupados”, diz ele, pontuando que um levantamento do Banco Central apontou que, nesta época, 70% das contas bancárias da região com saldo negativo são “sanadas”, fala.
Entre as atrações já confirmadas por lá este ano estão Mastruz com Leite, Nathanzinho, Dorgival Dantas e Tarcísio do Acordeon.
“A grade é variada, para todas as idades, mas não é somente um festival musical. É uma festa espontânea, que ocorre em todos os bairros, e a gente organiza desde o início do ano”, afirma.
Cuidados ao alugar
De acordo com o delegado do regional do Creci em Santo Antônio de Jesus, Fábio Braga, para fazer um bom negócio nessa área o ideal é iniciar as buscas com antecedência. Braga também chama a atenção para o alto índice de golpes financeiros envolvendo aluguel de imóveis por temporada.
“Cuidado com os golpes, eles ocorrem com frequência. Tem de ter muita atenção. Uma das principais dicas é só fazer negócio com corretor de imóveis e, mesmo assim, consultando o Creci (registro profissional), procurando também fazer contato com o proprietário”, sugere o corretor.
“Faça a vistoria logo ao chegar, conheça as normas de uso de áreas de lazer, como piscina, churrasqueira, academia, campo de futebol. Procure se informar do regimento interno do condomínio para não criar frustração para a família em um momento que deve ser de diversão”, diz Braga.
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