Conceito inédito de moradia chega à Bahia

O avanço do digital sobre o mercado de aluguel de imóveis deu um salto a mais e o futuro que tanto se falou sobre moradia compartilhada parece ter se materializado através do Luggo Vilas Parque, empreendimento da Luggo, braço da MRV&CO voltada para a gestão e locação de residenciais.

Conhecido como propriedade multifamily, o conceito, popular nos Estados Unidos, é inédito no Brasil.

Com Valor Geral de Vendas da ordem de R$ 55,9 milhões, o condomínio, localizado no Loteamento Jockey Clube, em Lauro de Freitas, acaba de ficar pronto e conta com três torres de oito pavimentos, e 216 apartamentos de um e dois quartos, medindo entre 57 e 59 metros quadrados, com suíte, banheiro social, varanda, além de unidades térreas com jardim privativo.

Metade dos imóveis é 100% mobiliada (com exceção de aparelho de TV, microondas, máquina de lavar) e o morador só precisa entrar com as roupas e utensílios domésticos; a outra parte é semi-mobiliada.

Cortina, persiana, lustre, cama box, sofá-cama, rack, ar-condicionado nas suítes, piso laminado de madeira, fogão, geladeira, coifa, armários planejados, guarda-roupas com espelho, varal, box de vidro, gás, internet 100 MB. Tudo é novo. A ventilação é cruzada. Ponto para o bom acabamento.

Lembrando mais uma vez que não há apartamento à venda, todos são para locação. Na plataforma da Luggo na internet, o valor do aluguel anunciado é a partir de R$ 1.598, mais condomínio de R$ 477,84, IPTU, R$ 32,68, e seguro incêndio de R$ 5, totalizando R$ 2.113,52. O empreendimento é dotado de infraestrutura de lazer e acessibilidade para pessoa com deficiência (PcD).

Chama a atenção a quantidade de facilidades do lugar. Tem carro para alugar por hora ou dia; lavanderia digital com estação de trabalho (todo o condomínio é de internet livre); dois espaços gourmet refrigerados com churrasqueira, mobiliário completo, incluindo de área externa, mesa de bilhar, espaço kids; salão de festas, piscina acessível adulto e infantil; choperia.

Minimercado sem funcionário no estilo pegue e pague você mesmo; bicicletário com bike elétrica; boxes para depósito; co-working com baias privativas, sala de reunião, máquina de café expresso; além de academia bem equipada, pet place, parque infantil. Tirando o uso das áreas privativas comuns, cada serviço tem um custo, e é acessado por meio de aplicativos.

Veículos e vagas

O veículo para alugar, por exemplo, depois de pago no app (UseCar), a porta é destravada e a chave fica no porta-luva. Não é necessário lavar ou abastecer, mas, caso o combustível baixe de nível, o cartão de abastecimento fica também dentro do carro. Assim como na lavanderia (Omo) e no mercado (Market4U). Cada inquilino pode alugar quantas vagas de estacionamento quiser.

É um hub de startups e um ecosistema de moradia compartilhada, diz o diretor de Novos Negócios da MRV&CO, Rodrigo Resende, que explica que, diferentemente do “flat do passado”, no modelo de multiproprietários, ao se controlar a gestão, “consegue-se manter um padrão de manutenção elevado e trazer inovação. A concentração de demandas possibilita criar serviços compartilhados”, explica.

“Como estão todos morando de aluguel, e têm interesse em comum, acontece dos prestadores (de serviço) também querer entrar. Por exemplo, quem fabrica móveis oferece os produtos sob encomenda”, fala Resenda, que diz ser de dois anos e meio o tempo médio de permanência dos usuários.

Sobre a diferença com relação a outras modalidades de aluguel digital, ele destaca a entrega de comodidades, a gestão própria, e a economia compartilhada.

“É um aluguel digital 2.0”, defende o executivo.

A Luggo já lançou empreendimentos em Curitiba, no Paraná, na capital paulista e em Campinas (SP), e em Belo Horizonte e Contagem (MG). Esse é o primeiro empreendimento no nordeste e, Fortaleza, no Ceará, deve ser a próxima capital da região.

O Luggo Vilas Parque possui segurança 24 horas, e o acesso é feito por meio de reconhecimento facial, biométrico e tags. Na entrada do edifício fica a eclusa e sala com lokers para recebimento e entrega de encomendas em armários eletrônicos.

Com formação em hotelaria, a gerente do local Giovanna Misiunas conta que o perfil dos futuros moradores – 40 já fecharam negócio e estão prestes a mudar – é de “começos e recomeços”. “Estudantes, separados, gente querendo mudar de um bairro sem infraestrutura, ou economizar, sair de uma casa muito grande”, diz

Sempre com o entusiasmo estampado, ela é taxativa ao dizer a principal sensação de quem visita o lugar: “encantamento”. O mesmo sentimento que levou a psicóloga Natália Soares, 34, a optar por morar no condomínio. “Não foi o preço, pois nada está barato, está tudo muito difícil. Mas a proposta, a surpresa em encontrar algo acima da expectativa, eu não esperava por essa coisa nova, e estou torcendo para dar certo, o expediente da portaria remota, o fato de eu continuar perto dos meus pais”, diz ela, que está mudando com o namorado. “Foi uma amiga de infância que me falou (da Luggo)”.