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CADERNO IMOBILIÁRIO

Retrofit de prédios antigos é uma tendência em Salvador

Edifício Capemi, no Iguatemi, é a mais recente construção da capital baiana a passar pela modernização

Por Fábio Bittencourt

11/06/2022 - 6:06 h
Fachada do Edifício Capemi, localizado na avenida Antônio Carlos Magalhães (ACM), após seis meses de obras
Fachada do Edifício Capemi, localizado na avenida Antônio Carlos Magalhães (ACM), após seis meses de obras -

Referência na capital baiana pela localização estratégica, o edifício empresarial Capemi, na avenida Antônio Carlos Magalhães (Iguatemi), vizinho ao Shopping da Bahia, foi inteiramente reformado e reinaugurado esta semana. As obras de requalificação do equipamento duraram seis meses.

A empresa responsável pelo retrofit (modernização) do empreendimento, a Jive Investments, não revela o custo com o projeto, mas especialistas consultados por A TARDE estimam algo em torno de R$ 10 milhões. A Jive é a nova proprietária do prédio de 12,2 mil metros quadrados de área útil, que se encontrava subaproveitado e depreciado.

Atualmente, todo o imóvel está à venda, com exceção das lojas já comercializadas ou em funcionamento. São dez conjuntos de 671 m² cada, sendo sete lajes inteiras com dois conjuntos cada; duas lojas de 100 m² e outra de 100 m², totalizando 10,7 mil m². Ideais para grandes negócios, fala João Oliveira, sócio e responsável pela área de investimentos imobiliários na Jive.

De acordo com o arquiteto Adriano Mascarenhas, o retrofit de prédios antigos ou em mau estado de conservação é uma tendência nas principais metrópoles do mundo, e deve passar a ser cada vez mais recorrente, diante do esgotamento de terrenos bem localizados, ou em áreas centrais.

Segundo ele, não sobra edificação para ser reaproveitada e reutilizada. “Normalmente são construções em áreas com infraestrutura urbana, com transporte público fácil, energia elétrica, bens públicos. É mais barato renovar um edifício do que expandir (a cidade com a criação de bairros)”, diz.

Sócio do escritório Sotero Arquitetos, Mascarenhas cita como exemplos bem-sucedidos de retrofit na capital baiana, a requalificação dos prédios dos hotéis Convento do Carmo (Pestana), Fasano e Fera Palace. E fala do potencial contido em imóveis na Rua Chile, Comércio, o próprio Mercado do Ouro.

“Em áreas paisagísticas de grande valor, com vista mar, monumentos. Edifícios inteiros privados que podem ser convertidos. O retrofit deve entrar com força na pauta do mercado imobiliário por uma questão duas vezes interessante, pela oferta e qualidade. Não se constrói localização”, fala.

A arquiteta Itana Lemos destaca que o retrofit caracteriza-se por “considerar o que foi proposto (originalmente) e adaptá-lo à atual necessidade” de uso do imóvel. “O trabalho interessante é o que leva em conta o que a sociedade demanda, preservando o estilo arquitetônico, e o adaptando”, diz.

“Gentileza urbana”

“Mesmo em um prédio comercial, a modernização precisa atender a necessidade da população, do usuário. Tem de haver inclusão, o chamado bem-viver, com espaço de convivência, lazer, paisagismo”, afima Itana.

Responsável pela obra de requalificação do Capemi, o arquiteto Thiago Sá, do escritório Ferraz Sá, conta que o projeto foi pautado pelos princípios de responsabilidade social e ambiental, e “forte demanda por eficiência energética”. Que a ideia era modernizar o edifício, mas entregar às pessoas um lugar de “pouso”, como “gesto de gentileza urbana”.

Ele pontua que a requalificação contou com o uso de muita madeira, alumínio, vidro; piso do tipo vulget (rústico, com pedrinha), vinílico e porcelanato; recurso de fachada ventilada e brises. E que tirou a “percepção de dois blocos” (A e B), unindo as marquises e revestindo tudo como um “grande invólucro”. A recepção foi ampliada e climatizada, e todo o interior do prédio passou por uma grande intervenção.

“Internamente o prédio estava bem degradado. Foi uma obra bastante complexa na concepção”, fala.

O empresarial ganhou praça com paisagismo, escultura assinada pelo artista plástico Ricardo Cavalcanti, e espaço para embarque e desembarque de passageiro de veículo por aplicativo.

João Oliveira, da Jive, fala que o prédio está pronto para receber novos empreendimentos, como hospital, faculdade, empresa de call center. E que lá vai ter restaurante, cafeteria, e uma rede ainda maior de serviços à população. No local já funcionam cartório de notas, loja da Coelba Neoenergia, clínica oftalmológica, assistência técnica da Motorola.

A Jive é uma gestora especializada em ativos considerados alternativos ou “problemáticos”, indo de crédito podre a imóveis nos quais os proprietários não querem mais investir, caso do Capemi. “O antigo dono não queria mais, já tinha gente em situação de rua passando a noite no local. Com a revitalização, o prédio leva mais segurança ao entorno”, diz Oliveira.

Esse foi o primeiro investimento em retrofit da Jive na região Nordeste. Atualmente, a empresa trabalha em seis edifícios, entre São Paulo e o Rio de Janeiro.

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