MUITO
Crônica de um bar louco
Por Gilson Jorge

Logo depois que abriu o Bukowski Porão Bar, no Santo Antonio Além do Carmo, há um ano e meio, o ex-técnico de informática Márcio Matos conheceu a poeta, estudante de letras e artista de rua Milica San em um fórum sobre literatura. Ele tinha uma foto com a imagem do escritor norte-americano Charles Bukowski (1920-1994) e ganhou a atenção da moça. Desde então, eles administram juntos a casa que fica ao lado da escadaria da Igreja do Passo e que abriga saraus e shows de bandas alternativas da cidade, quase sempre de sexta a domingo.
O som começa no início da noite e segue até 11h, meia-noite. Como uma típica “espelunca” de Crônica de um Amor Louco, os horários são flexíveis, as paredes têm frases em grafiti, uma mesa de sinuca aperta ainda mais o reduzido ambiente e, às vezes, os amigos se amontoam no chão para dormir quando fica tarde para voltar para casa.
O lugar surgiu como uma opção underground no centro, já que todos os eventos do gênero costumavam acontecer no Rio Vermelho e em bairros periféricos. Bandas de punk e rock que aceitem tocar de graça, pela onda, são bem-vindas. Quando a banda vem de outra cidade, cobra-se couvert para ajuda de custo. Os meninos do hip hop estão de castigo há quatro meses, desde que deixaram praticamente sem espaços em branco os muros da escadaria da tradicional igreja.
O drinque da casa é um aguardente de abacaxi ou gengibre (R$ 2), feito por Márcio. No andar de cima, vende-se cachorro-quente (R$ 2,50) e pizza brotinho (R$ 3,50). O velho Buk franziria a testa ao saber que inspirou o romance entre os donos do bar, mas talvez não se importasse com nada disso e tomasse uma em homenagem.
Bukowski Porão Bar Rua do Passo, s/n, ao lado da escadaria da igreja. Sexta a sábado, das 17h às 23h, aproximadamente
Destaque Grafitis com frases de Bukowski ou inspirados nele decoram as paredes do bar
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