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Em álbum 'Voo Longe', Illy celebra a variedade de gêneros da música brasileira

Por Bruna Castelo Branco

07/05/2018 - 17:14 h | Atualizada em 21/01/2021 - 0:00
Cantora lança novo disco em Salvador nesta quinta-feira
Cantora lança novo disco em Salvador nesta quinta-feira -

Asombra da lua me levou / Por Boa Viagem / Do alto do Bonfim ouvi / Ao pé do meu umbigo / O som do mar imenso”, canta a baiana Illy, nascida na Baixa do Bonfim, na música Sombra da Lua (escrita por Jota Veloso e Alexandre Leão), quase biográfica. Depois do EP Enquanto Você Não Chega, de 2016, a artista lançou recentemente o álbum Voo Longe, produzido por Moreno Veloso e Alexandre Kassin, idealizadores, ao lado de Domenico Lancelotti, do projeto +2 . “A musicalidade dela vem de uma forma natural, simples e querida”, opina Veloso, que já produziu discos de Gilberto Gil e Gal Costa. No dia 10 de maio, a cantora, hoje radicada em terras cariocas, vai apresentar o disco em Salvador, no Commons Studio Bar (Rio Vermelho).

Ao ouvir a música de Illy, que mistura ritmos como samba, jazz, frevo, pop e salsa, um instinto natural de querer classificar as coisas em caixinhas me faz perguntar: “Que música é essa?”. Para Veloso, o que a faz se destacar na Música Popular Brasileira é a sua falta de comprometimento exclusivo com qualquer gênero musical. “Ela canta canções, um dos tipos de música mais brasileiras que existem, que dá ênfase à voz do artista. Eu adoro o fato de ela ter essa liberdade, sem dever nada a alguma ‘facção’ musical”.

Em Voo Longe, que teve a participação de Gerônimo na faixa Sombra da Lua, a baiana interpreta letras de compositores como Djavan (Que foi My Love), Arnaldo Antunes (Afrouxa), Chico César (Só Eu e Você), Quito Ribeiro (Voo Longe) e Luciano Salvador Bahia (Fama de Fácil). “O álbum é o encontro de tudo o que eu vi, ouvi e vivi com a música”, diz Illy.

Há três anos, Illy Cruz de Almeida Gouveia Santos, hoje aos 30, arrumou as malas em direção ao Rio de Janeiro. “É uma migração natural no mundo da música. A verdade é que o Rio é uma grande vitrine. Aqui o nosso trabalho é mais visto. Xênia França está em São Paulo, Luedji Luna também... Aqui é mais fácil expor o nosso trabalho, cantar em espaços diferentes, alcançar outros públicos. A gente tem que correr o mundo para fazer música”, conta ela.

Imagem ilustrativa da imagem Em álbum 'Voo Longe', Illy celebra a variedade de gêneros da música brasileira
| Foto: Márcio Santos / Divulgação
Para o clipe de Voo Longe, Illy visita a Ponta de Humaitá e as cidades de Rafael Jambeiro e Itatim. Foto: Márcio Santos / Divulgação

Mesmo com os 1.632,705 km de estrada que separam as duas capitais, o esforço em se manter próxima às suas raízes é uma constante em seu trabalho. Para o recém-produzido clipe de Voo Longe, Illy volta à Bahia, especificamente para a Ponta de Humaitá e as cidades interioranas de Rafael Jambeiro e Itatim. “Para mim, é importantíssimo estar em Salvador. Tento sempre estar aí para fazer shows, gravações. Tenho muitas saudades e trago isso comigo”.

A sua relação com a música começou cedo, ainda na infância. Na pausa das meninices, assistia aos pais, tios e avós cantando e tocando piano, influências que a levaram a enveredar pelas notas musicais. “Comecei ouvindo o que eles ouviam, aquela MPB mais antiga, digamos assim”.

Sobrinha do compositor Ray Gouveia, da extinta Confraria da Bazófia, as cantigas de teatro também estiveram presentes na sua vida. “Já cantei em peças também. A Confraria da Bazófia me influenciou muito nesse meu novo repertório. Eu cresci vendo shows desses caras no Cabaré do Vila Velha. No disco, há músicas deles, como Djanira Brasileña e Olhar Pidão, composta por Ray”.

Aos 16 anos, Illy deixou de ser mais uma espectadora da música da família para cantar profissionalmente. Nessa idade, puxou trio nos carnavais dos interiores da Bahia e de Minas Gerais, formando e reinterpretando a sua identidade artística. “Como eu era menor de idade, não podia ir sozinha. Minha mãe subiu no trio comigo, fez backing vocal, meu pai tocou bateria para mim. Foi muito legal, um aprendizado enorme”.

Com esse pontapé inicial, começou a montar e desmontar bandas, indo do axé, com a banda Rosa Choque, passando pelo forró, especialmente nas épocas de São João, chegando ao samba. “Fiz parte do grupo Samba Dibanda, cantei muito em barzinho no Rio Vermelho, no Santo Antônio, no Pelourinho”.

O que a levou a se concentrar na MPB foi o primeiro projeto solo, Illy Canta os Cem Anos de Caymmi, em 2014. “Foi um projeto muito importante para mim. A MPB me permite cantar de tudo, e é essa a versatilidade que marca o meu disco e a minha trajetória musical”, lembra. Na mesma época, fez aulas na Oficina de Canto na Universidade Federal da Bahia e na Escola Baiana de Canto Popular, onde teve a oportunidade de aprender com a cantora baiana Ana Paula Albuquerque.

Nacional

Com a crise do axé, anunciada e discutida já há alguns anos por artistas como Ivete Sangalo e Letieres Leite e compositores como Márcio Mello, há quem diga que os baianos estão perdendo espaço no cenário nacional. Para Illy, por mais que o ritmo não seja mais hegemônico no Brasil, a baianidade é quase intrínseca à música brasileira. “Acho que a gente segue forte. Há grandes nomes na MPB e no axé, que eu adoro e acho importantíssimo. Tem pessoas como Teago Oliveira, Josyara, Xênia França, Luedji Luna. Estou superfeliz que estejamos tendo esse destaque”.

Sobre os próximos passos, Illy sonha fazer um clipe para cada música do novo álbum – mas sem promessas. “Gosto de trabalhar com vídeo porque estamos nessa era digital, e os vídeos são uma forma muito rica de comunicação”.

Nos tempos atuais, em que milhares de músicas, vídeos e singles são lançados diariamente, Illy faz questão de pedir que as pessoas ouçam pelo menos o disco inteiro, cuidadosamente planejado para fazer sentido como uma coisa só. “Acho que, em tempos de streaming, é algo que muitos artistas buscam. As canções têm uma sequência, um motivo para estarem ali. É bom poder ouvir muitos artistas, mas também é importante contemplar”.

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