Filho de Nara Costa, Edoux troca o rock pelo pop alternativo

Aos 9 anos de idade, ele já compunha as próprias canções. Não lembra das letras, mas afirma que com certeza eram músicas românticas para as namoradinhas. “Na época de minha heterossexualidade”, brinca Edoux, 23 anos. Sim, ele mudou muito desde então e segue mudando. Desde 13 de setembro, Edoux é nome artístico de Edu Costa, filho da ex-cantora de arrocha e agora evangélica Nara Costa. Aliás, a mãe, que mudou para Nara Serva de Deus, não pode reclamar. O novo nome de seu filho remete à palavra francesa doux, que significa doce e que convenientemente tem o x mudo na pronúncia. O som do menino continua romântico à sua maneira, mas docemente funesto. “Será que vou chegar do outro lado do rio?”, questiona.

E como é preciso empunhar bandeiras pelos direitos humanos, seu repertório ficou também político. “Se não concordar, tô de mala pronta para o mundo desbravar, pois jamais vou negar o meu amor por mim”, declara em outra música do EP Trago, disponível em seu perfil no Spotify e em várias outras plataformas digitais. Embora não goste de arrocha, Edoux se declara absolutamente influenciado pelo talento da mãe. E, claro, de ícones contemporâneos, como Liniker, Johnny Hooker e Filipe Catto, de Ney Matogrosso – que ousou vestir trajes femininos em plena ditadura militar –, do rebelde romântico Cazuza e de divas internacionais, como Beyoncé, Lady Gaga e Lana Del Rey. Edoux, que integrou a banda de rock Quarto Cursor, migrou para o pop alternativo e pretende ser um produto de uma Salvador cada vez mais urbana.

No último semestre de arquitetura, o cantor não pensa em passar a vida em um escritório, de camisa de manga comprida, desenhando projetos de prédios e casas: “Quero ser quem sou, com mais verdade”.Álbum Trago, o EP de estreia da carreira solo de Edoux, está em plataformas como o Spotify, com cinco canções, todas de sua própria autoria, incluindo uma música em inglês.