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31/08/2020 às 6:00 - há XX semanas | Autor: Gilson Jorge

MUITO

Mateus Aleluia lança novo disco e é tema de documentário

Seu Mateus,como é reverenciado no meio musical, transformou-se gradualmente numa entidade cultural
Seu Mateus,como é reverenciado no meio musical, transformou-se gradualmente numa entidade cultural -

Depois de ouvir, em 2010, o então recém-lançado álbum Cinco Sentidos, primeiro disco solo de Mateus Aleluia, o produtor musical paulista Ronaldo Evangelista o convidou para gravar um vídeo com a cantora Thalma de Freitas.

A versão de Cordeiro de Nanã, executada pela dupla e postada em 2011 no canal Veja Compacto, no YouTube, contava nessa última sexta-feira com mais de 2.210.000 visualizações. Mais de dez vezes do que a audiência do vídeo que reúne Elza Soares e Emicida, no mesmo canal, postado em 2012.

Evangelista, que há três anos propôs a gravação do terceiro disco solo de “Seu Matheus” ao selo Sesc, atribui o crescente sucesso do septuagenário ex-Tincoãs também a fatores esotéricos.

“Havia uma demanda latente por uma sonoridade como essa, que traz a herança africana de uma musicalidade que já nem existe na Nigéria, por exemplo”, afirma o produtor, que destaca a mística de Cachoeira, terra de Aleluia, com suas igrejas e terreiros, como síntese da espiritualidade presente no trabalho. No disco Olorum, que acaba de ser lançado, Evangelista acrescentou mais toque percussivo à sonoridade clássica do artista baiano.

Professor do curso de música popular da Universidade Federal da Bahia, Iuri Passos vê como chave no trabalho do artista a utilização respeitosa da musicalidade do candomblé. A ida dos cantos de terreiro para a rua sem a dessacralização de seus ritos.

“Eu ouço Seu Mateus e os Tincoãs desde criança. Meus tios, meus avós, todo mundo ouvia”, diz Passos, quarta geração de uma família que viveu no Terreiro do Gantois. É coautor, junto com o também professor José Maurício Bittencourt, do artigo Os Tincoãs: o canto que canta nossa língua e encanta nosso povo, publicado no livro Nós, os Tincoãs, em 2017.

Afrobarroco

O livro conta a trajetória do grupo que surgiu há 60 anos como um trio de bolero, em sua formação original, e que com a entrada de Mateus Aleluia, na década 1970, tornou-se referência nacional no canto afrobarroco.

Uma trajetória que permaneceu razoavelmente distante do grande público por duas décadas. Quando Mateus Aleluia viajou para Luanda, em 1983, boa parte da sua base atual de fãs sequer havia nascido. Durante estada de 19 anos em Angola, Aleluia desenvolveu pesquisas musicais sobre o elo daquele país com o Brasil, com financiamento do governo de Luanda – o que reforçou a aura de ancestralidade que envolve o seu trabalho.

O disco Olorum, lançado nas plataformas digitais no dia 24 de julho, conta com a participação do pianista João Donato, autor de clássicos como A rã, Bananeira e Simples carinho. Coordenador do Selo Sesc, Wagner Palazzi considera que o disco de Mateus Aleluia começou bem. “Os primeiros relatórios financeiros devem chegar em três meses, mas os acessos na playlist do Spotify já ultrapassaram 20 mil”, comemora.

O Selo Sesc foca na produção de discos de artistas considerados relevantes culturalmente, que se apresentaram no Sesc São Paulo, mas que não têm espaço no mercado, como Nana Caymmi e o próprio Donato.

Entidade

Seu Mateus,como é reverenciado no meio musical, transformou-se gradualmente numa entidade cultural. Com um ritmo de produção que remete às raras e esparsas composições de Dorival Caymmi, de quem é admirador declarado, define o tempo com que as coisas acontecem em sua carreira, no seu ritmo. Nove anos após a primeira entrevista à cineasta Tenille Bezerra, acaba de ser lançado o documentário Aleluia: o canto infinito do Tincoã, filme exibido pela TVE Bahia no dia 22 de agosto (reprise hoje, às 17h) e que vai estar presente no In-Edit Brasil, versão nacional do festival de documentários musicais criado em Barcelona.

Tenille, que é vizinha de corredor do músico e recebeu dele há quatro anos a incumbência de ser sua assessora de imprensa, conheceu a música de Aleluia em 2004, durante uma viagem de automóvel pelo sul da Bahia. Foi nesse ano que a Timbalada lançou Ashansu, parceria de Seu Mateus com Carlinhos Brown e fez todo mundo na avenida cantar “Obaluaê...” ao som dos timbaus.

É um período de particular agitação na carreira de Aleluia. Além do novo disco e do filme de Tenille, o artista também aparece no documentário Sobre sonhos e liberdade, uma coprodução luso-brasileira sobre o legado da escravidão no Brasil. Mas nos últimos dias ele se autodeclara em recolhimento. Para descanso e cuidados com a saúde.

Aleluia chegou a atender ao telefone na última segunda-feira, mas ao ouvir o pedido de entrevista delegou a Tenille a tarefa de dizer que concederia em setembro. “As coisas com Seu Mateus têm o seu tempo”, explica Tenille.

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