MUNDO
Bahamas teme número chocante de mortos pelo furacão Dorian
O número final de mortos pelo furacão Dorian nas Bahamas pode ser "chocante" - alertaram as autoridades locais nesta sexta-feira, 6. O primeiro-ministro das Bahamas, Hubert Minnis, disse à rede CNN na quinta, 5, que pelo menos 30 pessoas morreram devido ao furacão, lamentando a "devastação geracional" causada pelo Dorian.
Funcionários de funerárias e de necrotérios foram enviados para a região para ajudar as autoridades, informou o ministro da Saúde, Duane Sands, à mídia local. Sobre o número de mortos, declarou: "Deixe-me dizer que acho que o número será chocante".
Uma equipe da AFP que sobrevoou a cidade de Marsh Harbour, na ilha de Great Abaco, na quinta, viu cenas de danos catastróficos, centenas de casas destruídas, carros derrubados, campos inteiros de escombros e inundações generalizadas. Dorian foi um furacão de categoria 5, o máximo possível na escala que mede a velocidade do vento, quando atingiu as Bahamas no domingo, deixando um rastro de imensa destruição.
Milhares ficaram desabrigados, e as Nações Unidas disseram que 70.000 precisam de ajuda imediata. O Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês), com sede em Miami, rebaixou Dorian para a categoria 1 nesta sexta-feira, quando chegou a Outer Banks, uma cadeia de ilhas na costa da Carolina do Norte.
O centro alertou sobre ondas potencialmente mortais e ventos perigosos e relatou que algumas áreas já sofreram inundações repentinas. Esclareceu ainda que, embora tenha se enfraquecido, Dorian ainda avançava com ventos de 150 km/h. A previsão é de que algumas áreas da costa da Carolina do Norte recebam entre 150 e 300 milímetros de chuva.
As autoridades da Flórida, estado que em grande medida se salvou da tormenta, atribuíram mais seis mortes ao furacão, de acordo com a imprensa americana. Os óbitos foram registrados quando as vítimas se preparavam para a chegada do Dorian, ou durante a atividade de evacuação.
"Inferno por todo o lado"
Na quinta, o lento e monstruoso furacão também castigou a costa da Carolina do Sul e a histórica cidade de Charleston, gerando vários tornados, mas não há informes imediatos de vítimas.
Muitos moradores das zonas costeiras das Carolinas do Norte e do Sul acataram as ordens de evacuação, enquanto outros protegiam suas casas com tábuas e se preparavam para enfrentar o Dorian.
Espera-se que a tormenta siga para sudeste da Nova Inglaterra entre a noite desta sexta e a manhã de sábado. Deve seguir sua trajetória pela Nova Escócia no fim do dia.
No Twitter, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que conversou com os governadores das Carolinas do Norte e do Sul, garantindo-lhes que está "pronto para ajudar".
A extensão dos danos no norte das Bahamas começou a ser conhecida na quinta, à medida que as equipes de socorro conseguiam percorrer a área para resgatar sobreviventes e levar ajuda às vítimas.
"É um inferno por toda a parte", desabafou Brian Harvey, um canadense de Montreal, em entrevista à AFP em Gran Ábaco. "Estava no meu veleiro (...) Perdi tudo", disse. "Precisamos sair daqui", acrescentou. "Foram quatro, ou cinco dias. É hora de mudar, sair daqui", completou.
Steven Turnquest, que chegou à capital das Bahamas, Nassau, de Marsh Harbour, com seus filhos de quatro e sete anos, disse estar grato por estar vivo. "Sobrevivi ao furacão agarrado a uma porta", contou.
Em meio ao temor de que criminosos se aproveitem do caos na zona devastada, o primeiro-ministro Minnis advertiu que qualquer saqueador será castigado "com todo o peso da lei" e afirmou que foram enviados agentes extras das forças de segurança.
Helicópteros americanos e britânicos faziam evacuações médicas, avaliações aéreas para ajudar a coordenar os esforços de socorro e voos de reconhecimento para conhecer os danos.
A Guarda Costeira dos Estados Unidos disse que havia resgatado 201 pessoas nas Bahamas até quinta.O Programa Mundial de Alimentos da ONU anunciou que há oito toneladas de comida prontas para serem enviadas para as Bahamas.
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