MUNDO
Bolívia vai distribuir cartilhas em 12 línguas indígenas
Por Agencia Estado
O governo boliviano informou hoje que distribuirá três milhões de cartilhas escolares bilíngües, em espanhol e em doze línguas indígenas, até o final deste ano. O processo ocorre mais de uma década após ter sido aprovada uma reforma educacional para recuperar os idiomas originais de cada região, informou o Ministério da Educação. Dos 36 povos indígenas que vivem na Bolívia, doze têm idiomas com alfabetos concluídos e estruturados e já recebem ensino bilíngüe, de acordo com seus costumes e tradições, informou o Ministério.
Uma reforma aplicada à educação desde 1994 passou a obrigar o ensino em idioma nativo e em espanhol nos níveis elementar e primário nas escolas públicas. Outras doze etnias no oriente do país recebem ensino em espanhol enquanto elaboram alfabetos e um plano educacional nos idiomas nativos para as crianças. Cerca de 65% da população boliviana se reconhece como indígena e a educação bilíngüe é feita em espanhol e em outro idioma indígena, que pode ser quíchua, aimará, guarani, bésiro, gwarayu, tsimane, movima, cavineño, chácobo, itonama, moxeño, e moxeño inaciano, informou o relatório. O quíchua e o aimará são falados principalmente no ocidente do país, o guarani, no sul, e o restante dos idiomas, principalmente no oriente.
"O ensino de uma língua materna na escola é uma demonstração do processo de revalorização cultural e lingüístico, porque afasta a tendência do monolingüismo em um país culturalmente diverso", defende o relatório. O governo do presidente Evo Morales, o primeiro indígena a chegar à presidência da Bolívia, propôs uma nova reforma educacional que tenta implantar o uso de idiomas indígenas ao lado do espanhol não apenas nas escolas, como também em todas as repartições públicas.
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