Brasileira na Nasa lidera pesquisa sobre exoplaneta

A astrofísica brasileira Stela Ishitani Silva, que trabalha como pesquisadora da Nasa (a agência espacial dos EUA) lidera uma pesquisa que descobriu um novo planeta, que está a pelo menos 26 mil anos-luz da Terra. As informações são da Folha de S.Paulo.

Tudo começou no primeiro semestre de 2020, quando Stela ecebeu um alerta em um dos sistemas que usa no trabalho: uma estrela que observava teve um incomum pico de luz. O astro foi batizado de MOA-2020-BLG-135Lb. Ele é um exoplaneta, ou seja, um astro que está fora do nosso sistema solar.

Após meses de pesquisa, ficou claro que o alerta que Stela recebeu de um pico de luz incomum nada mais era do que um planeta passando em frente a estrela, e a distorção no espaço-tempo fez os equipamentos capturarem uma luz muito maior.

O astro está tão distante da Terra, que aeronave pudesse viajar à velocidade da luz, ou seja, a 300 mil quilômetros por segundo, demoraria 26 mil anos para chegar ao astro.

Os primeiros exoplanetas foram descobertos no começo dos anos 1990, e hoje a Nasa registra 5.071 astros do tipo, além de ter mais 8.870 candidatos, que ainda não foram confirmados.

"Quando eu decidi estudar física, minha família brincava: ‘Mas para quê, para trabalhar na Nasa?’ E eu pensava ‘como esse povo é bobo, não é assim, ninguém trabalha na Nasa", diz a pesquisadora, que se graduou em física na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 2016.

Stela foi aprovada no doutorado na Universidade Católica da América, em Washington, nos Estados Unidos, e cursou simultaneamente com o mestrado, que concluiu em 2019.