MUNDO
Escola amish onde ocorreu massacre é demolida
Por Agência Reuters
Operários com escavadeiras demoliram na quinta-feira a escola rural da Pensilvânia onde dez meninas da seita amish foram baleadas na semana passada, num massacre que traumatizou esta pequena comunidade.
Os operários chegaram ainda de madrugada e reduziram a escola West Nickel Mines, de um único cômodo, a uma pilha de entulho.
Cinco das meninas baleadas no dia 2 pelo transportador de leite Charles Carl Roberts morreram, e as outras cinco continuam internadas. Roberts cometeu suicídio.
A área onde estava a escola deve ser transformada em pasto.
"O objetivo era derrubar a escola e tirá-la daqui muito rapidamente", disse Mike Hart, porta-voz da brigada de incêndio da região, responsável pela demolição.
"Foi um dia para encerrar algo, mas no nosso coração isso nunca irá acabar. Sempre que passarmos por este local, nossos corações estarão sempre ali", acrescentou.
Quando o dia raiou, as máquinas já estavam quebrando o concreto e transformando as paredes em pilhas de entulho, que depois foram levadas de caminhão para um aterro.
"Na medida do possível, esta comunidade está pronta para tentar voltar à quase normalidade", disse o amish Sam Fisher, gerente de uma casa de leilões transformada em sede improvisada da imprensa internacional que cobriu o caso.
Fisher disse que seus filhos se apresentaram às 4h para ajudar na retirada da cerca da escola para a equipe de demolição.
Segundo ele, as crianças que escaparam ilesas do ataque voltaram a ter aulas num local não-divulgado, mas que agora há um desequilíbrio na classe, com muitos meninos, já que o atirador pediu para que eles deixassem a sala da antiga escola antes do massacre, do qual apenas uma garota escapou.
Numa esquina próxima, foram deixados buquês de flores para as vítimas, alguns com bilhetes. "Vocês estão nas nossas orações. Estamos tristes demais. Visitantes da Flórida", dizia um dos recados, preso a um brinquedo de pelúcia. "Anjinhos de Deus, nos nossos corações para sempre", dizia outro.
Fisher, que como muitos outros amish ofereceu perdão a Roberts, considerou insensatos os ataques ao túmulo do agressor, que teve a terra revirada e flores pisoteadas.
Segundo ele, Roberts pode não ter sido totalmente responsável pelo crime. "O diabo o controlou, gostaria que as pessoas sentissem assim", disse Fisher.
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