MUNDO
Filho do último xá do Irã diz que "chegou a hora" de mudar o país
Por EFE
22/06/2009 - 16:13 h
O iraniano Reza Cyrus Pahlevi, filho do xá Mohamed Reza Pahlevi, derrubado em 1979 pela Revolução Islâmica, disse nesta segunda-feira, 22, que chegou "a hora de o Irã" derrotar o atual regime, após anos de tentativas frustradas. Num encontro com jornalistas, o ex-príncipe do Irã, que desde 1984 vive nos Estados Unidos, afirmou que as manifestações e distúrbios que sacodem o país desde o último dia 12 são "um grito pela liberdade e pela democracia".
Emocionado, Pahlevi disse que esta "é a primeira vez na história moderna" de seu país que o povo iraniano reivindica a intervenção da comunidade internacional para que suas vozes sejam escutadas. "Temos que derrotar o sistema. Sabemos que o regime tem que acabar", afirmou Pahlevi, que abandonou o Irã em 1978 e viveu desde então no Marrocos, Egito e EUA.
O filho do último xá da Pérsia, que faleceu em 1980 em seu exílio no Egito, reconheceu que muitos já tentaram provocar o "colapso definitivo" das estruturas iranianas, mas se mostrou convencido de que "chegou a hora do Irã após 30 anos" de luta.
Segundo Pahlevi, há um "impulso" para acabar com o Governo islâmico do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, mas também opinou que o movimento não terá sucesso sem o apoio da comunidade internacional e uma posição "tática" dos Governos. Movimentos não violentos raramente têm êxito sem apoio internacional", afirmou. Neste sentido, se mostrou "encorajado" pelas últimas declarações do presidente americano, Barack Obama, que no final de semana pediu a Teerã para que "detenha toda a violência e as ações injustas contra seu próprio povo".
Com base nos contatos que mantém com iranianos do mundo político, militar e religioso, Pahlevi explicou que atualmente há dois grupos nas altas esferas governamentais do Irã: os que são fiéis à atual Administração e os que planejam cuidadosamente sua "saída".
O ex-príncipe antecipou que, com o passar do tempo, o movimento cresce e a pressão sobre o regime aumenta. "Em algum momento vamos ver uma posição muito mais clara" e definida por parte de membros do Governo, da inteligência militar e dos clérigos iranianos, ou contra ou a favor do povo, previu.
"Este é também um momento importante para que os clérigos tomem distância do regime", afirmou Pahlevi.Para ele, o importante é manter em andamento o movimento de protesto, já que a pressão "deteriorará e fragmentará" ainda mais o regime teocrático iraniano, insistiu.
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